Capítulo 8.

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— Não precisa falar nada se não quiser. — Murmurei vendo o quanto ele ficou desconfortável com meu pedido anterior.

— Desculpa, é que é só mais uma história triste. — Disse encolhendo os ombros e eu assenti.

— Bem, eu meio que só queria saber mesmo o que você gosta de fazer. E agora eu tô curioso sobre sua história, mas você só conta se quiser. — Falei enchendo minha boca de comida para não dizer mais nenhuma besteira.

— Eu fui criado em laboratório. Me roubaram de minha mãe biológica e fizeram várias experiências em mim, por isso me tornei lúpus. Então o governo descobriu e me tomaram deles, aí começou a jornada de tentar arrumar um lar para mim. — Harry disse, eu prestava atenção em cada palavra.

— Foi difícil? — Perguntei curioso.

— Eles meio que fizeram uma pesquisa de uma família boa para mim e foram lá me deixar para eles. Obviamente eles não queriam um filho assim do nada, muito menos uma aberração de laboratório. — Disse com amargura na voz.

— Mas você falou da sua mãe, então teve uma. — Falei.

— Sim, essa mulher da casa ao lado, Anne Styles, quis me adotar. O governo fez todo o processo e logo eu era filho dela, ela se mudou pois não me queria perto daqueles que me rejeitaram. E aí nós começamos uma vida nova aqui em Doncaster. — Encolheu os ombros.

Ficamos em um silêncio meio desconfortável, então eu pensei em perguntar alguma coisa para o quebrar.

— Essas experiências que eles faziam, como eram? — Perguntei.

— Eu não quero falar. — Harry disse, eu rapidamente assenti.

— Tudo bem. — Eu concordei. — Ei, eu também sou adotado. — Falei.

— Mesmo? — Perguntou curioso.

— Sim, Johannah não podia ter filhos então me adotou. É claro que ela sabia que eu era um híbrido e iria ter todos os problemas do cio e julgamento das pessoas, mas ela me quis. Quando ela veio um dia e se abaixou dizendo: Vem Louis, nós vamos para casa. — Sorri lembrando. — Foi o melhor dia da minha vida. O orfanato não era o melhor lugar do mundo, então deve imaginar minha felicidade. — Murmurei.

— Eu era meio recluso quando Anne me adotou. O que fizeram comigo meio que me marcou, muito. Mas ela foi muito carinhosa comigo e paciente. Com o tempo eu percebi que estava a salvo, que ela iria me amar e cuidar de mim. Mas aí... — Harry parou de falar.

— Não precisa me contar tudo, ok? Talvez mais para frente no nosso relacionamento. — Encolhi os ombros.

— Relacionamento? — Ele sorriu, eu arregalei os olhos.

— Bem, tipo, amizade, é isso que somos né? Quero dizer...

— Louis. — Ele disse chamando minha atenção e me fazendo calar. — Vamos começar como amigos, ok? — Perguntou, eu assenti. — Embora parte de mim queira algo a mais. — Ele disse baixo, eu fingi não ouvir e continuei comendo.

**

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

Descobrindo o Amor [L.S] ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora