IX - Encrenca com Azarações (Cap em Revisão)

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Meu cenho se franze. Meus olhos revezam entre Jonnatha e a tiara e, então, a ficha cai, quando me recordo do presente que ele havia dito que eu gostaria muito. Ele estava certo, afinal.

— Eu nem sei o que dizer... — quase sussurro, e Jonnatha — muito sorridente, estica os braços em minha direção.

Eu não quero o abraçar, sei que não, mas minhas pernas trêmulas caminham em sua direção. Eu tenho que ser agradecida e tenho que sorrir. Forço-me a isto.

— Eu disse a minha mãe que iria gostar.

— Como eu já havia dito, ela é muito gentil, Jonnatha! Obrigada!

Senhor Denebola gargalhou e meus olhos se encaminharam até ele. Meus pais ainda estavam com as bochechas coradas, quando também se deixaram levar pela risada alta.

— Foi Jonnatha quem escolheu. Ele disse que iria gostar do azul. É a cor de sua comunal e, também, a cor de seus olhos. — Disse ele e tanto meus pais, quanto eu, olhamos para Jonnatha.

O rosto se desviou e um sorriso bobo destacava os lábios rosados. Os olhos vagavam pelo carpete do chão, antes de subirem por meu corpo, até se encontrarem com os meus. Eles brilhavam. Engulo seco.

— É realmente linda!

Recupero a caixa, na intenção de guardar, todavia, claro que isso não poderia passar despercebido.

— Mas — mamãe interfere, — minha filha! Não vai experimentar?

— E-eu não acho que seja a ocasião. — Sorri amarelado.

— Estamos em família, Annellyze! Coloque, ao menos, para vermos como ficará! — Insiste, papai.

Meus olhos caem sobre a tiara e, de vagar, eu a levo até a cabeça. Mamãe, papai e senhor Denebola elogiam e vovó resmunga, afirmando que era chamativa demais e enfatiza que preferia a que me dera. Jonnatha, nada opina. Seus olhos abobalhados continuam a me fitar. Guardo, enfim, a tiara e meu ânimo para abrir presentes diminui. Estou mais interessada em ver a minha família os abrir.

Vovó sorri, quando finalmente abre a sua caixinha. A corujinha branca e laranja pia e ela a acaricia, enquanto escolhe um nome para a pequena. Mamãe grita, escandalosamente, pois dentro da caixinha vermelha, há um colar e um par de brincos de rubis. Os braços se fecham ao redor do pescoço de papai e ele, por sua vez, introduz a mão entre seus cabelos, e beija demoradamente sua têmpora, bastante satisfeito com o conjunto de gravatas que ganhou.

Senhor Denebola ganhara um par de sapatos sociais de papai e, Jonnatha, um terno escuro, de mamãe. Ainda há um presente embaixo da árvore. Eu presumo ser meu. A caixa é grande e está embrulhado em branco. Trago-a para o meu colo e, quando abro, deparo-me com um vestido azul, muito bonito, o qual só pode ter sido de vovó, trazido da Albânia. Eu a abraço.

Estava tarde e, por tal, mamãe não permitiu que Jonnatha e seu pai fossem para casa. Ela mandou que Henry preparasse o quarto que sobrara, para que ambos se acomodassem, e não demorou muito para a casa ficar em silêncio.

Dalí em diante, os dias começaram a correr. Infelizmente, o tempo com meus pais estavam acabando, mas eu já estava começando a sentir saudades de Hogwarts. Nosso tempo juntos, em família, tornou-se escasso. Papai e mamãe voltaram a trabalhar e, para mim, restara ficar em casa, cuidando das corujas e conversando com Henry. Ele era o meu pequeno confidente.

Numa noite qualquer, o sono simplesmente não conseguiu me alcançar em meu quarto. Virei-me na cama, mas tudo o que consegui, foi ser tomada por pensamentos e lembranças. Quando o sol adentrou pelas cortinas, deixei a cama com certa pressa. Terminei minha higiene e corri para conseguir tomar café com meus pais, antes de que eles fossem para o ministério. Eu não havia comprado presente ou cartão, mas havia uma coisa que eu gostaria de levar para Hogwarts, para Riddle.

Hogwarts Myster - o Herdeiro de Slytherin Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora