Não consigo deixar de corresponder aos olhares deles e, isso, é o que está me fazendo tremer. Murta parece notar, quando suas sobrancelhas se franzem, então seu rosto se virou, na mesma direção que o meu, mas, com um pouco de sorte, ela pareceu não os notar.
— Anne? — Ela me chama. A mão, suavemente, repousada sobre o meu braço.
Eu arfo.
Um sorriso fraco me escapa, e eu abaixo um pouco o rosto, enquanto, a mão oposta empurra para trás dos ombros, o meu cabelo. Viro-me para ela, esbanjando um pequeno sorriso nos lábios, mas isso, tampouco, é capaz de mudar a sua expressão aflitiva.
— Você está bem?
— E-eu... só estou preocupada!
— Nós também! — Interviu Guilia. Os olhos vagando sobre a mesa.
— Não vimos nada do que aconteceu com Septima, Anne! Não tínhamos a intenção de...
— Não, Loreynne! — Eu a corto. — Acho que, se nem os professores estão sabendo lidar com isso, nós é que não podemos. — Suspiro. — O melhor, agora, acho que, realmente, é prestar a atenção nas aulas e não ficar de bobeira por aí. Não sabemos o que causou tudo isso, então... — dou de ombros. — Sejamos cautelosos!
Tanto as meninas, quanto Guk, afirmaram com a cabeça, no entanto, nenhum rosto parecera relaxar. Eu não os culpava. Era informação em excesso e, infelizmente, nenhuma acompanhada de um lado positivo.
Forço-me a jantar. Dormir, eu presumo, seria difícil. Muito pior, de estômago vazio. Nenhum aluno havia deixado a mesa, na verdade, a afluência de olhos me fitando, soa-me, um tanto, vergonhoso. Os primeiranistas, costumeiramente, eram obedientes e quietos, isso, até, aproximadamente, o terceiro ou mesmo o quarto ano. Daí para a frente, era quando, alguns, tornavam-se quase impossíveis de se dialogar. Possivelmente, por serem mais velhos — e orgulhosos — do que eu, eu imagino. Acredito que nunca tivera tamanha atenção de minha casa, exceto, talvez, no dia em que eu fora nomeada chefe dos monitores. Pigarreio.
— Bom! Vamos para o dormitório. — Digo, deixando a mesa.
As outras casas parecem não pensar diferente, pois, os alunos só deixam a mesa, quando os monitores se propõem a levantar. Meus alunos estão em fila, esperando que eu tome a frente e, eu me encaminho para lá, quando sinto que algo prendeu o meu pulso. Não exatamente algo, mas sim, alguém. Eram Hepzibah e Matteo, os monitores da Hufflepuff.
— Anne, o que a gente faz? — Sussurra, Hepzibah.
— Michell ainda não saiu da ala hospitalar. — Explica-me, Matteo. — Acha que deveríamos ir até ela?
Mordo o lábio inferior e, involuntariamente, franzo o cenho. Eu não conseguia entender o motivo desse repentino ataque — se é que poderia chamar assim —. No entanto, não soara bom deixar qualquer um sozinho, mesmo que no caminho para sua comunal.
— Acho melhor que Hepzibah desça com os outros para a sala comunal, enquanto você, e mais alguém, vão buscar por Michell. Expliquem para ela a situação. Ela vai saber como cuidar de vocês. Por hora, devemos procurar não ficar perambulando, principalmente, sozinhos.
Ambos se entreolham, mas parecem concordar, quando afirmam com a cabeça. Não posso dizer que sou a favorita deles, porém, ao menos, já não estavam mais me acusando do ocorrido, ou mesmo me encarando com suas caras feias. Não era o momento, de todo o modo. As coisas haviam mudado, bruscamente, de um dia para o outro.
Tomo a frente de meus alunos, deixando o salão comunal e as duas fileiras me seguem, perfeitamente alinhadas. Guk e Loreynne, no final. Tomamos as escadarias para o quinto andar e, esta muda a sua direção. Os alunos estão divididos e, Guk e Loreynne, auxiliando-os. Ao meu lado, está Murta, inquieta e, em minha garganta, não há uma única palavra para tranquilizá-la. Alteio minha mão até a sua e, quando feito, ela me olha de relance e expressa-me um pequeno sorriso.
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Hogwarts Myster - o Herdeiro de Slytherin Vol. 01
FanfictionAnnellyze nunca havia ouvido falar em uma câmara secreta até o momento em que encontrou o PRIMEIRO ALUNO imoto. Aparentava um transe compulsivo pela fenestra escura que espelhava seus olhos esbugalhados e mofinos. Depois de cinco anos pacatos em Hog...