X - O Corpo Petrificado

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Meus olhos vagam por um e outro aluno, mas, a minha pergunta, continuou perdida no ar. Colegas de comunais me encaram com seus olhos raivosos e, do lado oposto ao corredor, Baltazar Edgell e Lavigna Black apontam-me suas varinhas.

— Os seus alunos nos atacaram com vomitilhas, depois do jantar. Nós não fizemos nada a ninguém. — Debateu, Lavigna. — Eu aposto como isso foi ideia sua, Antares!

— Não tive nada a ver com isso.

— E quem disse que acreditamos em você?

Os malfazejos olhos azuis de Lavigna me encaram e, em nenhum momento, a sua varinha — ou a de Baltazar — arredou-se da mira de meu rosto. Minhas sobrancelhas se franzem.

— Escuta aqui! — Esbravejo, apontando minha varinha em sua direção. — Primeiro, se eu estivesse envolvida nisso, não teria interferido. Segundo, ainda quero saber o que aconteceu com Septima, e quero saber agora!

— Não fizemos nada com ela!

— Mentira! — Rebati.

O corredor fora tomado pelo silêncio e, este só fora cortado, quando uma gargalhada inclemente e debochada ressoou. Tratava-se de Pirraça, que zonza pelos ares, divertindo-se com a situação e, um grito arrastado se evade pela garganta de Allen, logo antes de ela se atirar sobre Lavigna. Ambas giram o chão, trocando socos e chutes, e os alunos se amontoam em volta delas — por conseguinte, sou engolida pela multidão.

Minhas pernas falham e eu despenco para o chão. Minha varinha escapa os meus dedos, caindo entre os calçados agitados e eu a perco de vista. Pirraça ainda está gargalhando, agora, infiltrado no acervo e tapo meus ouvidos, quando este passa, berrando alegremente, ao meu lado. Minha varinha, está deambulando de pé-em-pé e, quando, enfim, a encontro, espicho o braço, tentando alcançá-la, e um solado estatela-se sobre minha mão. Grunhi, puxando o braço, e meu pescoço acompanha, enquanto ela foge, tentando deixar aquele alvoroço. Engatinho, temendo ser pisoteada e, estico-me, novamente, para, enfim, conseguir recuperá-la.

Neste mesmo segundo, sinto um palmo se fechar no capuz de minha túnica e me arrastar para fora do rebanho. Tom Riddle é o dono deste braço e, assim que ele me livra da confusão, pega-me pela mão, e puxa para nos afastar. Não demora, Pirraça está voltando, com um grupo de professores atrás dele. Nenhum, exatamente, muito feliz com a situação.

— Silêncio! — Vozeou, o professor Dippet.

As vozes tendem a se dispersar; os alunos abrem espaço e; bem no centro do corredor, entre os quatro que eu congelei, está Allen e Lavigna, caídas ao chão. Na minha garganta, mais ou menos, posso imaginar um nó se formando em minha úvula. Quase perco o equilíbrio, quando os professores passam, apressados, até os seis alunos no meio de toda aquela bagunça. Slughorn para ao nosso lado.

— Acho melhor que vocês não tenham nada a ver com isso, senhor Riddle e senhorita Antares!

O rosto de Tom se virou, lentamente, para mim e, o meu, para ele. Seus olhos, discretamente, desviam para o meu ombro e, por um instante, eu não entendi o porquê. Ele levanta o antebraço, e meus olhos se arregalam, quando percebo que ainda estou agarrada à sua mão. Eu o solto, rapidamente, constrangida.

— Hunf! Acabaram de voltar de férias e já estão criando confusões pelos corredores! — Indignou-se, Madame Pince, por trás da silhueta de Madame Vitally.

— Sinal de que estão com muito tempo livre para brincadeiras infames! — Completou, Madame Flowers. — Tempo demais, para o meu gosto!

Malwina e Fredderyc ainda estão sendo descongelados por professor Scales e, suas sobrancelhas franzidas, apontam em minha direção. Jonnatha e Loreynne, por sua vez, estão recebendo broncas de professor Lencaster. Os cabelos, chanel, esbranquiçados, quase cobrindo seu rosto fino.

Hogwarts Myster - o Herdeiro de Slytherin Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora