XIII - Pele de Cordeiro

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Eu aposto como ela não gostava dele. — Rick, que estava sentado à mesa da Hufflepuff, atrás de mim, comentou com Matteo. — Todos conhecem a rixa entre os alunos da Slytherin com o grupinho da Gryffindor.

— Foi o que pensei também! — Respondeu. — Ela deveria ser expulsa! Por que será que o professor Dippet não tomou nenhuma providência ainda?

Meu apetite se vai e eu afasto o prato à minha frente. A garganta, no entanto, está secando de tamanho desgosto. Aguo-a com o suco-de-abóbora, que perde seu doce em meu paladar. Do outro lado do salão, no entanto, a situação não parece menos pior. Acho que é a primeira vez que vejo Alexandra tão cabisbaixa. A testa está envergada, a expressão é ameaçadora, mas a postura torta a denuncia, também, o punho fechado, apertado, de quem já não se aguenta.

— Olhem só para ela! — Diz Loreynne, ao meu lado. Olhos de afoito, e sobrancelhas franzidas. — Fingindo que nada está acontecendo!

— Claro que não está acontecendo! Com ela não, ao menos! — Rebateu Guilia.

— Ah, mas isso não vai ficar assim! É claro que não!

— Não me arranjem mais confusão, vocês duas, por favor! — Intervi. — As coisas já não estão ruins o suficiente?

— Não é isso, Annellyze, é que... não é justo! — Debateu Guilia. — Mal podemos sair dos dormitórios para frequentar as aulas. — Eu suspiro. — Poxa! Não temos campeonatos, não podemos ficar na biblioteca, não vamos para Hogsmeade, nosso placar está em último e mal podemos ir ao pátio para tomar sol. Piscamos os olhos, e Hogwarts se tornou Azkaban.

Meus dentes capturam o lábio inferior e meus olhos desviam para o jantar. A absurda vontade de contradizê-la fazendo minha língua formigar, porém, infelizmente, contra fatos, não há argumentos. Hogwarts se tornara uma prisão de segurança máxima.

Os alunos formavam a fila para voltarem ao salão comunal, enquanto eu separava os poucos livros para devolver à Madame Pince. Tomamos o lado oposto no corredor e, de longe, Loreynne me auxilia a ter cuidado e prestar atenção nos corredores, por precaução.

Os castiçais iluminam os claustros e meus solados apressados me denunciam pelo caminho. Deparei-me, com uma pequena fila de monitores entregando e reservando livros. Eu deveria ter previsto isso, depois de outra rodada de trabalhos que iniciara esta semana.

— E aí, Antares? Se divertindo muito? — Perguntou-me Malwina, na fila, à minha frente.

— Com certeza! — Ela me olha séria, por cima dos ombros, antes de rir soprado.

— Estava tão quieta na aula de poções, hoje, que mal a percebi. — Comentou.

— Acho que, enquanto eu não tiver nada de bom a dizer, é melhor continuar assim...

— Concordo com você! — Disse, entregando os livros à Madame. — O silêncio lhe caí muito bem! Quem sabe não vira permanente? — Sorriu para mim, antes de sair pelo corredor. — mais!

— Até! — Respondi seco, entregando meus livros e um pergaminho de requisição à Madame Pince.

Ela abaixou-se atrás do balcão improvisado — que fora colocado ali para barrar a entrada para a biblioteca — e revirou uma pilha de livros, que levantara uma nuvem de poeira.

— Bom! — Iniciou ela. — Plantas Mediterrâneas, está reservado para a Gryffindor; da Grã-Bretanha e Irlanda está com a Hufflepuff e; feitiços auto defensivos acabou de ser pego pela sua colega. — Apontou na direção que Malwina seguira.

— Não tem outras cópias?

— Não!

— Nenhum deles?

Hogwarts Myster - o Herdeiro de Slytherin Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora