Capítulo 2.

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Não vou entrar em detalhes sobre minhas aulas ou atividades escolares, isso não tem a menor relevância no momento, afinal, não vai rolar um trabalho em dupla com a minha paixonite pra juntar nossos destinos, já que somos de anos diferentes, muitos menos uma aposta para que ele me conquiste no colégio.

Não, eu não tenho tanta sorte de algo assim acontecer. Então, vamos pular a chatice cotidiana dos meus afazeres de estudante e passar para o que realmente interessa.

Gordon Grans é conhecida por ser uma escola diferenciada, e quando digo isso, não é apenas no tamanho gigantesco das instalações que ela possuí, e sim, por ela ter métodos de ensino bem incomuns. A grade curricular é bastante flexível e permite inúmeras atividades extras. Atividades essas que incluem de economia doméstica a aulas de tênis. E a minha preferida entre elas, o auto estudo, que basicamente quase todo mundo usava para dormir, ficar na internet, ou namorar, o que óbvio, o virjão aqui não fazia.

Isaac e eu usávamos esse tempo tirando cochilos em um dos depósitos da sala de ginástica, o que era uma das melhores partes do meu dia. E lhes digo o porquê. Era deste lugar que geralmente eu podia apreciar Salazar com mais, digamos, liberdade.

Quase sempre ele estava pela sala de ginástica, fazendo exercícios você vai pensar. Não, ele só ficava lá sentado, com seus fones de ouvido no estilo headset, e olhando pro nada. Durante todo o tempo de auto estudo. E minha visão privilegiada deitado nos colchonetes da sala escura daquele depósito, me permitiam observa-lo com total discrição e segurança.

E assim eu fiz, no ano anterior, e claro faria nesse também. Eu amava ficar ali, guardando cada segundo da imagem dele na minha memória, onde eu já tinha um longo acervo pessoal.

Claro que Isaac adorava implicar com esse meu hábito de pré stalker, fazendo piadas que atrapalhavam meu momento de observação.

- Kev, quantas punhetas você já bateu pensando nesse cara? Umas mil?_ ele disse naquele primeiro dia de aula.

Eu rolei no colchão, dando um bicudo na canela magra dele, que deu um grito alto na sala vazia.

-Cala a boca seu idiota, ele vai nos ver aqui!_ falei baixo, mas mostrei que estava puto.

Eu jamais diria a Isaac, mas se eu ganhasse um dólar para cada vez que me masturbei tendo o Salazar em mente, eu agora seria o homem com a maior fortuna da América.

Na minha mente eu podia aproveitar aquele garoto de grossas sombrancelhas, devidamente, e eu não tenho vergonha de dizer que meu cérebro era bem criativo quanto a isso.

Quando o sinal soou e tivemos que voltar para nossa sala de aula, eu ainda pude vê-lo caminhar a minha frente pelos corredores, rumo a sua sala. O andar calmo, sem pressa, as mãos nos bolsos da calça jeans justa que acentuava aquela bundinha linda.

Ah... como eu queria tocar naquela bunda linda. Calma Kev, mais tarde nos seus sonhos você pode. Eu repeti mentalmente, antes que eu ficasse duro no meio da escola.

Salazar sumiu de minha visão, e mais aulas me esperavam até a hora da saída. Garotas que não usavam coque frouxo, e sim variados penteados e cores de cabelos, passaram por nós falando sobre ele, porque por mais que ele ignorasse todos a sua volta, a recíproca não era verdadeira.  E eu sabia que muitas delas eram afim dele, pois não era raro chegar aos meus ouvidos que alguém o havia chamado para sair.

Tanto garotas quanto garotos, o que me fez crer que ele não tinha interesse em nenhum dos dois. Ou em seres humanos, sei lá.

Eu daria toda a minha fortuna ganha em punhetas, para descobrir o que se passava na cabeça daquele garoto.

Seria ele um marciano? Me peguei pensando na aula de álgebra.

Vai saber né?

I Hate Apple! ( Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora