Capítulo 33.

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Como um presente pode ser tão lindo e tão honesto? Tão verdadeiramente sexy...

É, esse é o tipo de sensação que aquela noite deixou gravada em meu coração.

- Feliz aniversário.

Salazar disse, ao sorrir, enquanto eu caminhava boquiaberto em sua direção.

- Que brincadeira é essa?_ falei, não contendo o riso.

Toquei a ponta da fita vermelha, passando os dedos no laço cuidadosamente amarrado sob o peito do garoto.

Desfiz a dobra, o olhando de cima.

- Posso abrir meu presente?_ questionei.

Quentin assentiu, e sem demora, puxei as pontas do material rubro, deixando que o mesmo caísse na cama.

- Quem te contou?_ perguntei, o encarando ainda de pé, frente a ele, que continuava sentado na ponta do colchão.

-Mina. Isaac contou a ela.

- E vocês armaram essa surpresa?!

- Mina teve a idéia.

Claro, aquilo só podia ser coisa da garota raivosa.

O garoto levou as mãos à minha cintura, cruzando ambas em minha lombar. Suspendendo o rosto, e me olhando com seus olhos brilhantes.
Inclinei me, lhe dando um selinho calmo, sentindo seus lábios suaves.

- Uma pena eu não poder demorar._ comprimi o sorriso, fazendo um beicinho.

Em resposta, Quentin afagou meu rosto, falando em seguida:

- Pode sim.

Ergui as sombrancelhas, pronto a indagar sua fala, mas antes que eu formulasse a primeira palavra, o garoto falou.

- Temos a noite inteira de presente, vamos todos dormir aqui.

- Como assim?

- Esse é o seu presente. Nossos pais nos deixaram passar a noite aqui, pra comemorar juntos. Ideia da Mina.

Aquilo não era um grupo de amigos, era uma quadrilha!

- Vocês são uns malucos!_ falei, bagunçando seu cabelo castanho.

Salazar meu deu um abraço apertado, encostando o rosto em minha barriga e suspirando fundo antes de falar:

- Desculpa, eu não comprei nenhum presente.

- Tudo bem, não preciso de nada. Já ganhei o melhor presente de todos._ beijei o topo de seus cabelos ao falar.

O garoto mais lindo do mundo levantou os olhos, me encarando com aquele sorriso intenso e caloroso nos lábios.

Essa era a mais pura verdade, estar ali, com ele, era o maior e mais inacreditável presente que eu poderia ter. Nenhum objeto ou até mesmo meu sonhado carro poderia ser comparado, a ter o afeto e aquele sorriso voltados para mim.

- Você quer que eu te chupe?_ Salazar, disse, curto, e direto. Fazendo meu rosto queimar e quase explodir.

A sinceridade desse garoto é algo que jamais iria deixar de me surpreender. Tudo o que ele quer e pensa, seja o que for, sempre seria dito.

- V- você... Quer fazer isso?_ fiz questão de perguntar.

- Eu nunca fiz, mas eu quero.

Me senti um pouco constrangido, pensando em mil coisas. Tudo aquilo era louco e surreal demais!
Me afastei um pouco dele, tirando e colocando o boné da cabeça repetidas vezes, tentando com o ato disfarçar o quanto eu estava nervoso.

- Você não quer?_ Quentin disse, erguendo uma sombrancelha.

Não querer? Não querer? Óbvio que eu queria! Muito! Mas lidar com perguntas como aquela, tão direta e íntima. Eu ainda tinha que aprender a fazer isso!

- Ei! Eu quero! Eu quero muito._ me apressei a dizer.

- Legal._ Quentin respondeu, sorrindo novamente.

No entanto, os segundos seguintes, foram de silêncio. Nós dois nos encarando.

- Acho melhor você se sentar, não é?_ Salazar por fim disse.

- Sim, claro.

Me sentei ao seu lado, na ponta macia e confortável da cama forrada com um fino lençol verde.
O garoto passeou devagar a mão em minha bochecha, me beijando daquele jeitinho gostoso e calmo. Recostando a testa à minha logo que nossos lábios se separaram.

- Tô um pouco nervoso._ confessou, beijando delicadamente meus cabelos.

- Ei, se quiser, podemos deixar pra outro dia...

- Não. A menos que você não queira. Porque eu quero._ Salazar falou, enquanto abaixava se à minha frente, ficando de joelhos entre minhas pernas.

Seus braços se cruzaram e ele apoiou seu rosto sob eles. Me fitando, com uma expressão séria, porém muito bonitinha, quando voltou a falar:

- Sabe, eu sinto e penso coisas muito diferentes quando penso em nós, coisas que eu nunca senti antes. Quer dizer, eu pensava em sexo às vezes, e me tocava. Mas com você, eu quero sempre te tocar e te beijar quando estamos juntos, e eu fico muito, muito excitado quando imagino em fazer essas coisas com você.

- Quentin..._ resfoleguei seu nome, extático em ouvi lo falar assim. Mas o garoto continuou a falar:

- Não se assuste, mas eu tenho me masturbado muito pensando em nós, e em tudo o que eu quero fazer com você. Eu queria saber mais, ter mais experiência, para fazer essas coisas, mas eu não tenho, e eu sinto muito. Eu sinto muito se eu não sei nada, se eu te desapontar, por favor...

- Não diga isso! Você não me desaponta, jamais. Eu amo tudo em você, amo tudo o que fazemos. Eu também não tenho nenhuma experiência, estamos aprendendo um com o outro, ok? Apenas vá em frente.

- Tudo bem, me diga como se sente, eu quero saber tudo. Tá bom?

Balancei a cabeça concordando, e no instante seguinte o garoto desabotoava meu jeans, me olhando tranquilo.

I Hate Apple! ( Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora