Como um presente pode ser tão lindo e tão honesto? Tão verdadeiramente sexy...É, esse é o tipo de sensação que aquela noite deixou gravada em meu coração.
- Feliz aniversário.
Salazar disse, ao sorrir, enquanto eu caminhava boquiaberto em sua direção.
- Que brincadeira é essa?_ falei, não contendo o riso.
Toquei a ponta da fita vermelha, passando os dedos no laço cuidadosamente amarrado sob o peito do garoto.
Desfiz a dobra, o olhando de cima.
- Posso abrir meu presente?_ questionei.
Quentin assentiu, e sem demora, puxei as pontas do material rubro, deixando que o mesmo caísse na cama.
- Quem te contou?_ perguntei, o encarando ainda de pé, frente a ele, que continuava sentado na ponta do colchão.
-Mina. Isaac contou a ela.
- E vocês armaram essa surpresa?!
- Mina teve a idéia.
Claro, aquilo só podia ser coisa da garota raivosa.
O garoto levou as mãos à minha cintura, cruzando ambas em minha lombar. Suspendendo o rosto, e me olhando com seus olhos brilhantes.
Inclinei me, lhe dando um selinho calmo, sentindo seus lábios suaves.- Uma pena eu não poder demorar._ comprimi o sorriso, fazendo um beicinho.
Em resposta, Quentin afagou meu rosto, falando em seguida:
- Pode sim.
Ergui as sombrancelhas, pronto a indagar sua fala, mas antes que eu formulasse a primeira palavra, o garoto falou.
- Temos a noite inteira de presente, vamos todos dormir aqui.
- Como assim?
- Esse é o seu presente. Nossos pais nos deixaram passar a noite aqui, pra comemorar juntos. Ideia da Mina.
Aquilo não era um grupo de amigos, era uma quadrilha!
- Vocês são uns malucos!_ falei, bagunçando seu cabelo castanho.
Salazar meu deu um abraço apertado, encostando o rosto em minha barriga e suspirando fundo antes de falar:
- Desculpa, eu não comprei nenhum presente.
- Tudo bem, não preciso de nada. Já ganhei o melhor presente de todos._ beijei o topo de seus cabelos ao falar.
O garoto mais lindo do mundo levantou os olhos, me encarando com aquele sorriso intenso e caloroso nos lábios.
Essa era a mais pura verdade, estar ali, com ele, era o maior e mais inacreditável presente que eu poderia ter. Nenhum objeto ou até mesmo meu sonhado carro poderia ser comparado, a ter o afeto e aquele sorriso voltados para mim.
- Você quer que eu te chupe?_ Salazar, disse, curto, e direto. Fazendo meu rosto queimar e quase explodir.
A sinceridade desse garoto é algo que jamais iria deixar de me surpreender. Tudo o que ele quer e pensa, seja o que for, sempre seria dito.
- V- você... Quer fazer isso?_ fiz questão de perguntar.
- Eu nunca fiz, mas eu quero.
Me senti um pouco constrangido, pensando em mil coisas. Tudo aquilo era louco e surreal demais!
Me afastei um pouco dele, tirando e colocando o boné da cabeça repetidas vezes, tentando com o ato disfarçar o quanto eu estava nervoso.- Você não quer?_ Quentin disse, erguendo uma sombrancelha.
Não querer? Não querer? Óbvio que eu queria! Muito! Mas lidar com perguntas como aquela, tão direta e íntima. Eu ainda tinha que aprender a fazer isso!
- Ei! Eu quero! Eu quero muito._ me apressei a dizer.
- Legal._ Quentin respondeu, sorrindo novamente.
No entanto, os segundos seguintes, foram de silêncio. Nós dois nos encarando.
- Acho melhor você se sentar, não é?_ Salazar por fim disse.
- Sim, claro.
Me sentei ao seu lado, na ponta macia e confortável da cama forrada com um fino lençol verde.
O garoto passeou devagar a mão em minha bochecha, me beijando daquele jeitinho gostoso e calmo. Recostando a testa à minha logo que nossos lábios se separaram.- Tô um pouco nervoso._ confessou, beijando delicadamente meus cabelos.
- Ei, se quiser, podemos deixar pra outro dia...
- Não. A menos que você não queira. Porque eu quero._ Salazar falou, enquanto abaixava se à minha frente, ficando de joelhos entre minhas pernas.
Seus braços se cruzaram e ele apoiou seu rosto sob eles. Me fitando, com uma expressão séria, porém muito bonitinha, quando voltou a falar:
- Sabe, eu sinto e penso coisas muito diferentes quando penso em nós, coisas que eu nunca senti antes. Quer dizer, eu pensava em sexo às vezes, e me tocava. Mas com você, eu quero sempre te tocar e te beijar quando estamos juntos, e eu fico muito, muito excitado quando imagino em fazer essas coisas com você.
- Quentin..._ resfoleguei seu nome, extático em ouvi lo falar assim. Mas o garoto continuou a falar:
- Não se assuste, mas eu tenho me masturbado muito pensando em nós, e em tudo o que eu quero fazer com você. Eu queria saber mais, ter mais experiência, para fazer essas coisas, mas eu não tenho, e eu sinto muito. Eu sinto muito se eu não sei nada, se eu te desapontar, por favor...
- Não diga isso! Você não me desaponta, jamais. Eu amo tudo em você, amo tudo o que fazemos. Eu também não tenho nenhuma experiência, estamos aprendendo um com o outro, ok? Apenas vá em frente.
- Tudo bem, me diga como se sente, eu quero saber tudo. Tá bom?
Balancei a cabeça concordando, e no instante seguinte o garoto desabotoava meu jeans, me olhando tranquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Hate Apple! ( Romance Gay)
RomanceNão, eu não sou um adolescente que sofre bullying, eu não me acho feio, nem deslocado. Mas... bem, eu sou um gay dentro de um closet, porque armário é muito anos 90. Esse é meu relato sórdido e peculiar de como eu me apaixonei pelo ser humano mais...