Dia 8

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DIA 8 - COCOS

[ RUBY ]

A temperatura aumentara imenso desde as últimas horas, ou será que devo dizer desde o dia anterior? Não sei durante quanto tempo estive fora de mim, apenas tenho consciência de que o tempo que passou foi longo o suficiente para ficar com as costas num estado inexplicável. O sol batia-me na cara, fazendo-me fechar ligeiramente os meus olhos que ainda se ajustavam à luz do dia. O som das ondas e dos pássaros dava um som agradável à ilha.

O braço do Harry rodeava a minha cintura, não me deixando ter uma posição correta para as minhas costas, de forma que dormisse confortável. Cuidadosamente, retiro-o e largo um suspiro pelo calor que se fazia naquela praia. Mas que bela maneira de começar o dia, dormi mal e ainda por cima não podia estar mais calor. Puxo as minhas calças um pouco para cima, fazendo uma espécie de corsários e passando a mão pela minha testa para limpar o suor.

Caminho na direção oposta, tentando lembrar-me do atalho que percorremos no dia anterior. Por incrível que pareça a minha memória permanece fresca, graças a Deus. Afasto algumas folhas das árvores que acabavam por me chatear e algumas pedras que me faziam tropeçar e continuo o meu caminho.

As minhas mãos começavam a ficar arranhadas pela quantidade de vezes que me agarrava firmemente aos ramos e suspiro de novo pelo calor que me matava a cada segundo e a cada passo que dava. Outro suspiro foi dado, desta vez de alívio por ouvir o som melódico da água da cascata a cair e a fazer barulho nas rochas.

Assim que tenho a cascata no meu campo de visão, retiro de imediato as roupas que me faziam mais calor e entro dentro da água fresca, flutuando e fechando os olhos, sentindo o meu corpo a relaxar. Os meus ouvidos cobertos de água não ouviam nada a não ser o silêncio agradável e alguns dos meus pensamentos negativos que algum macaco podia tirar-me uma fotografia. Abano os meus braços para cima e para trás como se fosse um sapo dentro de água a fugir do tubarão.

Não sei quanto tempo fiquei relaxada dentro de água mas quando oiço a voz do macaco que eu conheço, quase afogo-me dentro de água com o susto que apanhei.

- Devo dizer, Ruby, a vista é muito melhor sem roupa - ele provoca e logo a seguir deita um riso histérico ao ver que engoli uma grande quantidade de água, o que me fez tossir que nem doida.

Bem se o seu objetivo era pregar-me um susto de todo o tamanho, bem que conseguiu. Será que ele não tem respeito por ninguém?

- Seu idiota vira-te! - berro.

- Devo dizer de novo, que virar-me não seria sábio de mim - ele continua as suas provocações que soavam a um pedófilo.

-  Seu idiota, tu não és sábio, és um parvalhão!

- Estou ofendido.

- Convencido de um raio. - rolo os olhos.

- Eu ouvi sábio? - ele ri.

- Podes simplesmente pousar as minhas roupas e viras-te? - pedi docemente.

- E se não o fizer?

- Atiro-te para os tubarões.

Ele nada diz como se pela primeira vez na sua santinha vidinha, ele acreditou no que eu dizia. Atirou as roupas para o chão, virando as suas costas para mim e cruzando os braços no peito um pouco chateado. Suspiro pela sua infantilidade, arrastando as roupas mais para mim e a vestir-me desajeitadamente à velocidade da luz, com medo que ele me visse.

- Já posso olhar, rapariga que não aceita o facto de eu ser demasiado sábio para ela?

- Não! - berro, no momento em que fechava as minhas calças e ele vira-se para mim com um sorriso provocador.

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