Capítulo 18 - O Segredo de Raquel

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Melissa se dedicava cada dia mais a loja do avô. Em pouco tempo, já instruía os colegas. Tinha facilidade com os cálculos e conquistava o carinho dos clientes e dos fornecedores. A todo o momento alguém a solicitava. Era querida pelos colegas.

Numa tarde de grande movimento o gerente, Gregório, passou apressado pelo seu caixa.

_ O velho quer te ver!

"Quem ele pensa que é para falar desse jeito do meu avô? Velho?!"

Aldo estava sentado atrás de uma enorme pilha de papéis.

_ Quer falar comigo?

_ Sim... Senta aí. – indicou a cadeira em sua frente. Puxou para o lado os documentos que analisava.

_ Quer ser minha subgerente?

_ Eu?

_ E tem mais alguém aqui? – disse, levantando os óculos da ponta do nariz.

_ E o que uma "subgerente" faz?

_ Ajuda o Gregório com o atendimento aos fornecedores. Aprende a comprar. Fiscaliza os caixas. Fica de olho nos clientes... Faz um pouco de tudo. O subgerente se prepara para ser, talvez, um gerente um dia.

_ É... Parece fácil. Eu aceito! - dentro dela algo explodia de alegria: "um gerente um dia".

_ Muito bom. – o avô disfarçou a satisfação. _ Vou preparar a documentação e amanhã cedo venha direto ao meu escritório. Pode ir agora. – baixou novamente os óculos para o nariz e puxou a pilha de papéis de volta.

_ Obrigada.

Pelas costas da menina, Aldo sorriu.

Melissa se voltou de repente para ele, o velho imediatamente ficou sério.

_ Vovô... O que aconteceu com o Miguel? Quer dizer, o senhor teve alguma coisa a ver com o sumiço dele. Não teve?

_ Sumiço? Não estou sabendo de nada. 

_ Sei... Então tá.

O velho a olhava com serenidade e ela podia jurar que havia um leve sorriso em seu rosto. Com certeza havia.

Melissa seria a subgerente de uma grande loja. Seria a subgerente do avô. Ele confiava nela. Agora só precisava pensar em como iria contar a novidade para a mãe. 


_ Mãe, você não vai acreditar no que aconteceu hoje!!

_ Hum? – Raquel estava totalmente distraída, enquanto pregava um botão numa camisa da filha.

_ Presta atenção, olha aí, você costurou errado! Não acredito. - a menina riu. _ Você pregou as costas da camisa junto! Está vendo? – Melissa enfiou a mão dentro da peça.

_ De novo? Não pode ser tão difícil assim. Mas que coisa mais chata é esse negócio de costurar! Quer saber? Não nasci para isso, mas me conta o que aconteceu de tão extraordinário!

_ Virei subgerente!

Raquel espetou o dedo.

_ Ai! Porcaria! – ela botou o dedo na boca e ficou olhando para a filha com a testa franzida.

_ Legal, não é? – perguntou Melissa.

_ Pelo jeito você e seu avô estão se entendendo muito bem.

_ Até que ele não é tão ruim. Depois que se conhece melhor. 

A cada dia os dois se aproximavam mais. Raquel precisava fazer alguma coisa.

Muito prazer... Sou sua filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora