Capítulo 4 - O estranho avô Aldo

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O Natal estava batendo na porta, já não dava mais para disfarçar a ansiedade. Embora não admitisse, Raquel estava totalmente arrependida por ter cedido à vontade da filha.

─ Você acha mesmo que devemos ir, filha?

─ Acho sim. Quero ver como vai ser.

─ Não sei não...

─ Nem começa! Qual é o problema, mãe? Você tem medo de ser mal recebida? É isso?

─ Não é isso.

─ Então me diz o que é... Mããããe? 

─ Não é nada, bruxinha. É bobagem da minha cabeça.

─ Por que não me conta qual é o seu medo. O problema é seu pai, não é?

─ Como assim? O que tem meu pai?

─ O que não tem o seu pai, né? Me desculpa, mas o vovô Aldo não se importa com você... Não se importa comigo. Fala sério. Ele é esquisito. Acho que eu não me lembro de ter visto aquele homem dar um sorriso.

A mãe não queria entrar naquele assunto, e mais uma vez, como em toda a infância da filha, ela evitou falar do pai.

─ Me conta de uma vez. O que aconteceu entre vocês? ─ insistiu.

─ Ah... Filha. A história de sempre. Você tá cansada de saber. Ele não aceitou o meu namoro, e depois a minha gravidez. É um velho de cabeça dura.

─ Só isso? Tem certeza?

─ E você acha pouco?

─ E a vovó? Ela até que é legal.

─ A vovó... ─ havia certo pesar em sua voz ─ Nós duas somos muito diferentes. A gente mal consegue conversar.

─ E isso é motivo pra vocês se afastarem por tanto tempo? Mãe e filha

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─ E isso é motivo pra vocês se afastarem por tanto tempo? Mãe e filha. Poxa! Não acha que já passou da hora dessa história de gravidez precoce ficar pra trás? Caramba! Já faz tanto tempo... E você não e a única moça que engravidou solteira, não vai ser a única. Pelo amor de Deus! 

A mãe inspirou profundamente, fechou os olhos.

─ Eu acho que esperamos demais, deixamos o tempo passar, acostumando com a distância. E, além do mais, eu tenho você. Não preciso deles. E você tem a mim, também não precisa deles. 

Melissa queria realmente acreditar que não precisava deles. Mas porque precisava tanto ir àquele almoço de natal?

Então, algo a distraiu de seus pensamentos, ela aproveitou para sair daquele assunto que parecia entristecer a mãe.

─ Mãe... Por acaso essa blusa é minha?

Raquel olhou para baixo, como se quisesse enxergar melhor os próprios seios.

Muito prazer... Sou sua filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora