CONFINADOS - 1

/ CAPÍTULO 1 /

CAP. 1:

Subo as escadas e escuto barulhos familiares vindo da minha sala, encaro a porta e entro. Não acredito que estou num pleno sábado de manhã fazendo um trabalho de geografia.

Sento na cadeira de sempre e logo vejo Isabela se dirigindo a mim:

- Que cara é essa?

- Odeio aulas no sábado, além disso, estou com aquela sensação estranha de novo.

- Nossa Laura, de novo isso? Deve ser por causa da aula, só ignora... Enfim, hoje eu vou sair com Jimmi.

Eu dou um sorriso de lado, e fico pensando em como Jimmi e Isa são a pura definição de "Os opostos de atraem"

- Ah, ele vem para esse trabalho chato? Afinal, cadê o professor Marcos?
- Espero que ele nem venha, quero ir pra casa.

Infelizmente, o professor entra com a mesma cara de tédio como todos os dias.

- Bom dia a todos, vamos usar essa manhã para repassar as falas e para fazermos o design dos cartazes. Lembrem-se que esse trabalho é muito importante para o desempenho de todos na prova de final de ano, portanto espero que todos se dediquem ao máximo. Vamos logo então, reúnam seus grupos.

Eu, Isa e Daniela ficamos em um círculo, nesse momento Gabriel, o garoto mais bagunceiro da sala fala em alto e bom som:

- Oh Professor, eu tô sem grupo esqueceu?

- Então junta com Laura e as meninas, elas são o menor grupo.

E é então que meu dia piora, já não basta estar aqui, eu ainda tenho que aturar um menino que não liga para nada, no meu grupo.

AFFFF

- Oi meninas. - Ele diz com um sorriso no rosto, que eu devo admitir que não é nem um pouco feio.

- Oi Gabriel - Dizemos em coro.

- Bem, eu fico com o design do cartaz e vocês escrevem. - Isa realmente tem talento pra design, não acho que ela teria um melhor papel se não esse.

- O que eu vou escrever? - Gabriel diz e eu fico curiosa... ELE NÃO ESCUTA O PROFESSOR?

- Deixa q Marcos decide, é melhor, até lá vamos só se preocupar com esse cartaz chato - Eu falo de maneira seca para Gabriel, que não diz nada apenas faz uma expressão que eu não entendo seu significado.
Gabriel me irrita de uma maneira esquisita, ele é bem do estilo de garoto que não se importa com o colégio, que adora brincar e que mesmo assim todo mundo adora, acho que a boa aparência também ajudo nisso.

Nesse momento Daniela interrompe meu pensamento:

- Como Jimmi não veio, você fica com a parte dele Gabriel. Só não se esquece de...

E ela para de falar quando um barulho extremamente alto é disparado, algo assustador, parecido com milhares de bombas explodindo. Todo mundo da sala, até o professor se abaixa, alguns dão um grito de susto.

Escuto outro estrondo.

Nesse momento todos começam a dar as mãos, Isa me abraça e já vejo que está tremendo, meus outros colegas ficam falando baixo se perguntando o que está acontecendo.

Vejo que Marcos também esta abaixado, ele faz uma ligação:

- Coordenadora o que está acontecendo?... O que?...Certo, certo...

O professor vai correndo até fora da sala, junto com alguns alunos inclusive eu.
Tudo que vejo é fumaça, muita fumaça. Todos saem correndo seguindo o professor que gritava alguma coisa inaudível... Fomos pra alguma escada escondida atrás da coordenação.

- ANDEM! RÁPIDO!

Corremos para dentro e descemos milhares de degraus até encontrar uma porta gigantesca de metal. Lá, maias dois funcionários empurram a porta para que entremos.

Outro estrondo, mais outro, mais outro.

Ouço vozes vindas de fora do colégio gritando de desespero de medo. Já percebo que é algum ataque, todos estão falando a mesma coisa, está acontecendo... e só consigo pensar nos meus pais, na minha família, Ah Meus Deus eu preciso ver eles.

Começo a suar, minhas mãos tremem, minha visão fica turva.

Todos os alunos entram, e é então que percebo que estamos em uma enorme sala, só tem eu, minha turma, o professor, a coordenadora e outros 3 funcionários.

Tudo isso parece um abrigo... Uma proteção.... Na minha escola? Como assim? O que está acontecendo?

Algo muito ruim está prestes a acontecer, era por isso que estava com aquela sensação.

E eu não sei se estou preparada... Ainda...