/ CAPÍTULO 2 /

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CAP. 2

- SE ACALMEM, CALMA CALMA, SENTEM TODOS! - Fala a coordenadora Marcela.

Depois que eu volto a realidade dos meus pensamentos, olho ao redor, vejo meus colegas tremendo e uns chorando... Não quero perder o controle...

- O que vamos fazer? Explica o que tá acontecendo, e as nossas famílias? - Diz Renato, outro aluno da minha sala. Se dirigindo a coordenadora.

- Pelo que sabemos até agora, o país está sobre ataque de um grande grupo terrorista. A polícia federal nos ligou explicando. Como somos um colégio de grande renome temos um sistema de segurança de alta qualidade, podemos sobreviver aqui temporariamente. Só vamos sair quando estiver seguro, por enquanto temos que nos acalmar e esperar por notícias. Sobre suas famílias... Eu não sei o que vai acontecer com elas... Sinto muito, pelo o que podemos ouvir está um caos lá fora- Ela fala com um olhar triste e voz desolada.

Isso não tem sentindo algum, como que do nada um grupo terrorista entra no país e ultrapassa todas a seguranças? Por que só o meu o colégio conseguiu escapar? Como conseguiremos viver?

- E como vamos nós manter aqui, sem comida, roupas, produtos de higiene??- Pergunto

- Vamos esperar quanto tempo o ataque vai durar para saber a gravidade da situação - fala a coordenadora

- Quanto a comida não há problema, temos um boa quantidade na cantina e água também - Fala Ágata, a mulher que trabalha na cantina.

Depois disso todos ficam em silêncio, alguns chorando, outros andando para lá e para cá, que nesse caso seria eu mesma.

Escuto barulhos de tiros e pessoas gritando. Eu preciso ver minha família, preciso ver meus irmãos. Estou desesperada.

- Eu tenho que falar com meus pais, não é possível, eu vou ligar para eles. Se eles não estiverem comigo eu não me sinto segura - Falo correndo em direção a porta do abrigo. Nesse momento sinto uma mão segurando meu braço, olho para trás é Gabriel, percebo que sua expressão é de puro medo. Quando ele me toca e me olha sinto algo estranho, como se tudo que eu deveria fazer era ficar. E ele diz:

- Se vc sair agora uma bala pode acertar na sua cabeça, não vai querer isso né?. - Aquela voz de alegria de transformou em tristeza em poucos minutos e é muito estranho vê-lo assim - Na verdade, eu trouxe meu celular, acho que conseguimos pegar algum sinal. - Gabriel diz e eu afirmo com a cabeça.

- Vamos tentar.

- Eu tmb estou com meu celular, vou ligar - Fala Dani que a pouco tempo estava sentada tremendo.

Meia hora depois, Gabriel e Dani ligam mas não conseguem sinal em nenhuma área do abrigo.
E os barulhos de desespero das pessoas só aumentam, eu que já estava ficando louca comecei a chorar. Se eu perder minha família eu não sei o que vou fazer da minha vida. Isa me abraça, nós duas ficamos chorando, com medo.

- Não dá. Não tem sinal, e meu celular vai descarregar daqui a pouco- Explica Isa e sem seguida escuto um grito de alguém de dentro da sala, esse alguém era Jonas. Outro amigo meu.

- Será que ninguém notou que tem uma televisão nessa sala?? Alguém sabe ligar essa droga - Diz ele, sem paciência.

Depois de mais ou menos 20 minutos, os professores conseguem ligar a TV que era conectada com as gravações da polícia e do jornal que já foi organizado mas agora os jornalistas estavam desesperados tentando passar alguma informação. Todos estão voltados para a televisão, silêncio paira sobre a sala.

- Estamos t-tendo um ataque, todos fiquem em suas..... Casas..... Procurem o máximo de p-proteção....

Todos param de prestar atenção na mulher que falava, olhando assim para a casa de uma família que estava rapidamente sendo atingida por uma bomba, tudo voava, a casa estava destruída, a família... estava lá dentro.

Olho para o lado e vejo Gabriel chorando, olhando fixamente para a televisão enquanto lágrimas desciam... Disso tiro a conclusão.

Era a família dele.

CONFINADOS - 1Onde histórias criam vida. Descubra agora