/ CAPÍTULO 15 /

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Estamos a dois dias no shopping e para nossa salvação a chuva veio essa noite, todos foram desesperados pegar garrafas e baldes para encher com água.

Economizamos o máximo que podemos, aqui parece ser seguro, não vimos nenhum terrorista nesses dias e relativamente dormimos bem.

O único problema é que uma outra colega minha adoeceu, ela está muito mal, não sabemos o que é mas ela está febril e não consegue comer nada.

São 16:00 horas da tarde, vou para o último andar do edifício para poder pensar... Chegando lá vejo o sol indo embora, cores intensas adentram meus olhos e fico paralisada, uma coisa tão simples pode fazer nos sentir um calor forte entrando em meu corpo.

A cidade seria muito mais bonita se não estivesse em cinzas e completo caos, queria poder vir aqui antes, eu nunca dei relevância a nossa cidade mas agora eu vejo que errei.

Desvio meu olhar do sol e avisto soldados vindo correndo em direção ao shopping.

Eles sabem que estamos aqui.

Corro para avisar os outros e acabo caindo na escada, vejo sangue sobre meu joelho mas não sinto nada, deve ter sido apenas uma arranhão. A adrenalina corre em minhas veias. Vou até o pessoal, aviso a todos ofegante mas não dá tempo de nos preparamos.

É tarde demais.

Escuto um som de tiro e um grito.

- Quem era? - Pergunta Murilo apreensivo, mas ninguém responde

- Ah Meus Deus! Temos que correr! - Falo alto, pego na mão de Isa e todos corremos. Vamos até uma das saídas do shopping, não deu nem tempo de pegamos as bolsas e os membros da FRM estão na nossa cola, segunda armas de todos os tipos e protegidos com seus trajes.
Jimmi e Marcos estão atrás atirando com as nossas duas armas, acho que eles acertam alguém, mas logo acaba a munição.
Um soldado pega um dos meninos, não dá tempo de ver quem era mas acho que era um dos amigos de Gabriel. Continuamos correndo, chegamos a saída mas logo nos deparamos com mais terroristas à nossa espera. Não há saída.

***

Somos algemados e colocados em um tipo de caminhão que tem uma espécie de "jaula" para pôr os rebeldes.
As pessoas que tentaram lutar com os soldados levaram socos. Estou, a caminho do caminhão, com uma expressão séria, estou pasma, ainda não acredito que fomos pegos.

- NÃO TOCA EM MIM SEU MONSTRO! - Olho para ver quem está gritando, é Ágata, ela luta contra o soldado que a segura, a mulher o empurra com uma força, vejo o rosto do soldado é de pura raiva. Ele aponta o revólver para ela e em instantes a ex-merendeira está com a perna esvaindo em sangue.

Quem tenta ajudá-la é impedido, ela é colocada no mesmo caminhão que o meu. E então vamos embora do local.

Não sei para onde, só sei que as esperanças que havia dentro de mim estão sumindo em segundos.

***

Chegamos em algum lugar, mas não posso ver nada pois botam um pano preto em meu rosto. Depois de um tempo eles tiram a "venda" e vejo uma cela grande toda de metal nos aguardando.

Eles praticamente nos jogam lá dentro, a cela é fria e monótona, dentro ficam 10 alunos, procuro Gabriel e por sorte ele está lá e aparentemente também me procurando.

- Laura! - Ele grita e nos abraçamos. - Você está bem? - Nos separamos do abraço, ele me encara e eu faço que sim com a cabeça.

- Você sabe o que fizeram com Ágata?

- Não, acho que levaram ela.

- Ora, ora, ora. Se não é o casal mais meloso do mundo - Olho para ver quem está falando, é Theo, ele está fora da cela e usando um uniforme da FRM. Seus olhos só expressam uma desejo de vingança.

- Theo você que traiu a gente não é? Nós nunca devíamos ter confiado em você, seu monstro! - Digo com raiva.

- Como foi que você soube onde estávamos ? - Pergunta Isa que também estava na mesma sela que eu.

- Foi simples, eu segui vocês escondido, vi onde estavam e depois fui para o quartel general da FRM, tive que explicar tudo para eles, me tornei um soldado e pronto. Me vinguei de vocês agora, isso para nunca se meterem comigo.

- O que você vai fazer com a gente? - Perguntou Gabriel, percebo que não fosse as grades da sela ele já teria partido para cima de Theo.

- Eu não vou fazer nada, mas o resto dos soldados... Quem decide é eles... Mas garanto que coisa boa não vai ser!

CONFINADOS - 1Onde histórias criam vida. Descubra agora