POV Sabina Hidalgo
— Vamos, Sabina! Já faz meses que eu quero te comer. — a voz de Pepe estava alterada enquanto ele socava a porta.
Minhas lágrimas embaçavam toda a visão. Eu estava com medo. Desde que tudo aconteceu, era sempre assim, mas hoje estava muito pior.
— Abra essa merda dessa porta, Sabina!
Sentei na porta do banheiro trancado, tentando não soluçar. O medo fazia meu coração acelerar. Eu não conseguia acreditar de como Pepe era realmente por trás da máscara. Como ele conseguia esconder tudo de ruim que ele era, numa pose de bom moço?
Eu estava devastada. Ele estava fazendo da minha vida um pequeno inferno particular.
É engraçado como só pensamos em Deus quando estamos num momento de dificuldade, mas nesse momento eu já pedia pela décima vez pra que Ele me ajudasse.
— Sabina, eu vou arrombar essa porta! — gritou com raiva.
Ele estava drogado, como das últimas vezes em que nos encontramos. Sempre que ele se drogava, ele ficava agressivo, mas dessa vez ele estava descontrolado.
— Eu vou contar até três, Sabininha, abra a porta como uma boa garota. — disse em seu tom sarcástico que tanto me enjoou nessa últimas semanas. — Um, dois, três. É sua última chance.
Meus soluços já eram audíveis, eu estava tremendo e as marcas vermelhas no meu corpo ardiam como o inferno.
De repente senti um baque na porta. Ele iria arrombar. Meu Deus, por favor me ajude! Senti mais um baque na porta.
Olhei para o espelho do banheiro e uma ideia me atingiu: Levantei do chão, peguei a toalha de rosto enrolando em torno do meu punho. Mais um baque na porta e eu tomei a coragem necessária para dar um soco com toda a força do meu corpo no espelho, que se partiu na hora. Adrenalina e o medo me deram força.
Os cacos de vidro se espalharam pelo chão, e eu peguei o que parecia mais afiado.
O tempo que eu me afastei da porta até a parede foi o mesmo do qual Pepe conseguiu arrombar a porta. Os olhos vermelhos e arregalados era só mais um dos efeitos das drogas.
Ele estava fora de si, o que me assustava ainda mais. Depois de todo esses dias sofrendo nas mãos dele, eu finalmente sabia do que Pepe era capaz.
— Fique aí ou eu vou te machucar. — ameacei com a voz trêmula. Ele riu maldoso, preenchendo o lugar. Por favor meu Deus, me ajude!
— Você vai me matar, Sabininha? — ele disse se aproximando de mim passando a mão pelo meu rosto.
Meu estômago embrulhou me deixando sem forças. Apertei o pedaço de vidro em minha mão sentindo meu próprio sangue escorrer por ela.
— Você é fraca, Hidalgo, não tem coragem. — ele sussurrou perto do meu rosto. Meu peito subia e descia rapidamente, enquanto ele passava a mão pelo meu corpo.
O nojo, o medo e a vergonha de estar naquela situação me levou a fazer o que nem mesmo eu acreditei. Enfiei o vidro afiado em seu braço, ouvindo seu grito agudo de dor.
Empurrei ele pra trás enquanto ele ainda gemia, e corri até a porta. Eu precisava sair daqui.
— Você não vai em lugar nenhum, sua puta. — ele disse com a voz embargada me puxando pelo braço e me jogando conta o chão. Senti vários pedacinhos de vidro espetando meu corpo.
Ele tomou o pedaço de vidro com facilidade da minha mão e pressionou contra o meu pescoço. Fechei os olhos sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
— Ia me matar com isso? — senti a dor quando ele afundou mais o vidro contra meu pescoço. — Parece mais fácil eu te matar com isso, não acha?
Meus lábios tremiam, meu rosto estava completamente molhado e suado enquanto os fios do meu cabelo grudavam na minha testa.
Senti uma gota de sangue escorrer pelo pescoço. Pepe tinha coragem o suficiente de me matar, e eu sabia disso.
Pensei em Noah, e em como eu morreria sem nem poder falar com ele sobre tudo o que aconteceu depois daquele dia. Eu queria ter tido a chance de pedir ajuda, mas não queria meter ele nisso. Ele estava certo o tempo todo. Pepe era perigoso.
— O que? Eu não sou bom o suficiente pra te comer? — sussurrou passando a mão pelo meu corpo. — Você queria que fosse o Noah, não queria? — alterou a voz — NÃO QUERIA? — gritou raivoso, me fazendo soluçar de susto.
Pepe continuava sussurrando no meu ouvindo palavras nojentas, mas eu me forçava a pensar em outras coisas.
Seu sangue misturado com o meu estava por toda parte no chão do banheiro, deixando tudo ainda mais assustador.
Fechei meus olhos com força enquanto ele tentava a todo custo beijar minha boca. Eu estava travada, minhas lágrimas desciam incansavelmente, meu corpo não tinha mais forças para tentar empurra-lo.
Eu havia me entregado para o pior que pudesse acontecer. Sem nenhuma esperança de que isso acabasse. Eu só rezava para que acabasse logo.
Sua língua passeou pelo meu pescoço e suas mãos tentavam a todo custo desabotoar minha calça, quando de repente o corpo dele se afastou brutalmente do meu.
Ouvi um estrondo e abri os olhos assustada a tempo de ver Pepe sendo arremessado contra a pia do banheiro e Noah desferindo diversos socos na cara dele.
Eu tentei gritar pra que ele parasse, que Pepe não valia a pena, mas eu não conseguia. O horror da cena de ver o rosto do garoto, que quase me matou, encharcado de sangue me apavorou. Noah gritava a cada soco de desferia com força.
Minha visão ficou turva e tudo começou a girar.
— NOAH, JÁ CHEGA! — a voz de Joalin foi a última coisa eu ouvi antes de apagar.
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Postando, porque fiquei muito surpresa com a quantidade de gente que está gostando, eu realmente não esperava, muito obrigada! :)
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Street Racer {Urridalgo version}
ActionA fama dos Urreas sempre deu o que falar em Miami. Sempre unidos e com as típicas jaquetas de couro e óculos escuros, todos conheciam aqueles quatro. De dia eram alunos normais cursando o final do ensino médio. De noite, através dos volantes, disput...