POV Noah Urrea
— Como você tem coragem? — ela acusou irritada, me peitando e me encurralando entre ela e a pia.
Tive até que me apoiar no balcão pra não cair. Não entendi nada. Ela estava louca?
— O que? O que eu fiz? — perguntei confuso, e talvez um pouco assustado.
Sabina estava vermelha, e não era um vermelho bom.
— Como você tem coragem de me beijar hoje de manhã, e agora estar aqui se agarrando com a puta da Zoe? — ela praticamente cuspiu as palavras na minha cara.
— Espera, o que? — perguntei sem acreditar.
Isso era sério? Ela tinha acabado de me dizer que estávamos bem. Senti a raiva subindo no meu corpo.
— Quer que eu desenhe? Você me beijou hoje, e agora está aqui se esfregando na Zoe. — ela repetiu como se eu fosse um retardado. — Eu não posso acreditar! Você acha que eu iria ser como alguma de suas putas que você pega a hora que bem entender?
— Você está brincando comigo? — perguntei irritado. — Foi VOCÊ que não correspondeu o beijo, foi VOCÊ que não teve reação nenhuma. Agora VOCÊ vem querer colocar a culpa em mim?! — disse indignado. Que absurdo! — Eu te beijei sim, porque eu gosto de você. Mas você deixou bem claro que não sente o mesmo. — quase gritei peitando ela de volta e a encurralando na parede atrás dela.
— Gostar de mim? — ela riu sarcástica. — Se você gostasse de mim, não estaria com Zoe agora, muito menos fingiria que nada aconteceu.
— Você está se ouvindo? — perguntei com raiva. — Eu te beijei, você não correspondeu. Ou você achou o que? Que eu iria ficar correndo atrás de uma pessoa que não sente o mesmo por mim? Fingir que nada aconteceu era o único jeito de salvar nossa amizade...
— EU NÃO QUERO SÓ SUA AMIZADE, SEU IDIOTA! — ela gritou de repente, me assustando com seu tom de voz, e se aproximou, me fazendo calar a boca — Eu não quero só sua amizade. — ela sussurrou olhando nos meus olhos, com um olhar culpado. — Eu também gosto de você.
Senti meus olhos se arregalarem e meu coração errar a batida.
Ela disse isso mesmo? Sabina disse que gostava de mim? Eu não conseguia acreditar no que ela tinha acabado de dizer. Meu coração estava acelerado, eu me sentia ofegante. Sabina gostava de mim.
Era a primeira vez que eu gostava de uma garota, de verdade, e admitir em voz alta foi a coisa mais difícil que já tive que fazer, mas saber que ela também sentia o mesmo era a melhor sensação do mundo.
— Ma-mas, você não correspondeu ao beijo. — tentei falar com a voz falhando.
— Eu não tive reação. Eu não estava psicologicamente pronta para aquele momento. — ela respondeu tímida, abaixando o olhar.
Nossos rostos já estavam próximos o suficiente para eu sentir seu hálito quente batendo contra o meu.
Eu estava surpreso, sem saber o que fazer. Quer dizer, eu tinha me enganado, Sabina gostava de mim também.
Eu precisava fazer alguma coisa. E fiz.
Puxei seu rosto delicadamente pra cima, a fazendo olhar nos meus olhos, e encarei seus olhos cor de mel mais lindos, brilhantes e sinceros que já vi na vida. Naquele momento, eu me derreti.
— E o que faremos agora? — sussurrei, hipnotizado pelo seu olhar doce.
Ela sorriu, colocando uma das mãos na minha nuca, fazendo um carinho gostoso. Sua boca se aproximou da minha me fazendo fechar os olhos quase que automaticamente.
Eu conseguia escutar a respiração dela junto com a minha, e escutava meu coração acelerado.
— Nós nos beijamos. — ela sussurrou antes de colar nossos lábios.
Eu não consegui raciocinar depois de sua frase.
Tive que mandar, mentalmente, meus braços agarrarem a cintura dela pra tomar alguma atitude.
Parei de tentar pensar em alguma coisa e me deixei levar pela sensação maravilhosa de beijar Sabina.
Invadi sua boca com a minha língua, sentindo o choque do encontro das duas. Que porra de boca gostosa!
O beijo de Sabina era sem explicações. Seus lábios eram gostosos, sua língua era gostosa, sua bunda que eu logo tratei de apertar, era gostosa. Sabina era inteiramente gostosa.
Depois de 18 anos da minha vida beijando várias outras bocas, eu finalmente parecia ter encontrado a boca que eu queria beijar pro resto da vida.
Chegava a ser clichê tudo o que eu estava sentindo em um único beijo, por mais simples que fosse, mas nós só entendemos um clichê quando fazemos parte de um.
Quando o ar faltou, eu não queria me afastar da boca dela. Puxei Sabina e a coloquei sentada em cima da pia, ficando entre suas pernas, sem desgrudar nossos lábios.
Uma de suas mãos percorria meu cabelo com leves puxões, enquanto a outra arranhava minha nuca.
Voltamos a nos beijar, enquanto eu apertava o máximo de regiões do corpo de Sabina que eu podia. Colei nossos corpos o máximo de pude, aproveitando qualquer tipo de contato com aquela garota.
Mesmo Sabina sentada na pia e eu no meio dela, suas pernas não deixaram de rodear minha cintura. Eu podia sentir sua intimidade na minha, separados apenas pelos nossos jeans. Só esse pensamento já me excitou.
Nosso beijo tinha se tornado desesperado, nenhum dos dois queria parar.
Eu já estava sem ar quando resolvi atacar seu pescoço. Sabina estava ofegante e logo tombou a cabeça pro lado me dando mais liberdade para chupar e morder a vontade.
O gosto salgado da sua pele levemente suada, era estranhamente maravilhoso. Eu poderia passar a vida chupando, mordendo, lambendo seu pescoço que não iria cansar.
Mas nem tudo era perfeito, e logo bateram na porta nos interrompendo.
Sabina se afastou me olhando assustada como se dissesse "E agora?"
— Ahn... TEM GENTE. — gritei tentando disfarçar minha voz mais rouca que o normal.
Eu havia quase me esquecido que estávamos no banheiro da casa dos meus tios, e que lá embaixo estava acontecendo uma super festa.
Sabina caiu na gargalhada assim que ouvimos os passos se afastando da porta.
— Isso foi engraçado. — ela disse ainda rindo, voltando apoiar os braços no meu pescoço. Ela estava feliz, e eu estava feliz. — Vamos lá pra baixo? — ela perguntou, sorrindo, mordendo meu nariz.
— Não. — disse manhoso, puxando ela pra um abraço e enterrando meu rosto no seu pescoço.
Sabina não usava perfumes, ela tinha um cheiro natural que era o melhor perfume de todos, e eu precisava do cheiro dela todos os dias na minha vida.
— Quero ficar aqui e te beijar mais. — disse roubando longos selinhos dela.
— Hmm. — ela resmungou sorrindo entre o beijo. — Eu também quero, mas, acredite ou não, já estamos aqui há uns bons minutos.
— Não quero parar de beijar você, Saby. — disse puxando seu lábio inferior com os dentes.
— E se eu te disser... — ela me deu um selinho — ...que amanhã vamos passar o todinho de bobeira no seu quarto... — ela me deu outro selinho — e que eu ainda vou com você torcer na sua corrida? — dessa vez ela chupou meu lábio inferior, me fazendo fechar os olhos de tão gostosa a sensação. Tinha como resistir?
— O dia todinho? — perguntei sorrindo de olhos fechados.
— Todinho. — ela afirmou me puxando pra um último beijo.
Claro que eu aproveitei o máximo possível, mas foi tão rápido que quando vi Sabina já estava destrancando a porta e me puxando pela mão escada a abaixo.
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Street Racer {Urridalgo version}
ActionA fama dos Urreas sempre deu o que falar em Miami. Sempre unidos e com as típicas jaquetas de couro e óculos escuros, todos conheciam aqueles quatro. De dia eram alunos normais cursando o final do ensino médio. De noite, através dos volantes, disput...