Capítulo 20

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POV Sabina Hidalgo

— Bom dia, Hidalgos. — Noah cumprimentou assim que saímos do nosso carro. 

Dessa vez viemos todos juntos pra escola, como no início do ano. Essa sensação familiar, junto com a sensação de que tudo estava bem, me deixava tranquila. 

Hoje de manhã Heyoon me mandou uma mensagem de apoio e disse que Sina havia descoberto que Pepe estava com Ryan em um país qualquer da América Latina. Eu não sei por quanto tempo eu fiquei olhando para aquela mensagem e agradecendo a Deus por tudo o que estava acontecendo. 

— Bom dia, N. — Minhas irmãs responderam. 

— Ei, eu não acredito que você está com uma jaqueta de couro! Fala sério! Virou uma Urrea agora? — Any disse pra Shivani que tinha vindo pra escola no carro de Joalin como o mais novo casal do Ano. 

— Ainda não, irmãzinha, mas quem sabe um dia? — disse piscando pra Joalin que estava com um sorriso idiota no rosto. Duas bobonas apaixonadas. 

— Vamos logo, vai tocar o sinal. — Hina nos apressou e ninguém protestou, seguindo ela até a entrada do prédio velho. 

Eu estava meio apreensiva de estar aqui. Quer dizer, Pepe sempre estava aqui, e mesmo sabendo que ele está bem longe, é como se eu esperasse ele aparecer a qualquer momento, me puxasse pro armário do zelador pra mais uma sessão de ameaças e beijos nojentos forçados. 

— Ei, tá tudo bem? — Noah surgiu do meu lado, me segurando pelo ombro. — Você ficou séria de repente. 

— Tá tudo bem. Eu só... — Não terminei a frase. Respirei fundo e encarei os olhos verdes que agora sempre pareciam me entender. 

— Sabina, tá tudo bem. Pepe não vai mais aparecer. — ele tentou me tranquilizar. 

Eu sei que eu não precisava me preocupar, mas depois de tudo o que eu passei nas mãos de Pepe, todas as ameaças, eu tinha medo, e Noah parecia saber disso. 

— Olha, hoje não temos nenhuma aula juntos, mas eu posso te buscar na porta das suas salas, quando o sinal bater, e te acompanhar até a próxima, o que acha? 

Eu mal podia acreditar no que ele estava se oferecendo pra fazer, quer dizer, ele é Noah Urrea, ele nunca faria isso por ninguém, pelo menos eu achava que não. Não consegui responder, apenas balancei a cabeça concordando e sentindo o alívio me preencher. 

Fomos andando em silêncio, até a sala da minha primeira aula, não foi um silêncio incômodo, foi um silêncio bom. 

— Quando o sinal bater, eu venho correndo pra cá, ok? — ele disse assim que chegamos na porta. 

Balancei a cabeça concordando e ele sorriu pra mim, indo pra sua sala no sentindo oposto. Fiquei observando ele andar e cumprimentar as pessoas até ele sumir pelos corredores. 

Olhei pra sala, que estava quase vazia, e entrei sentando no lugar de sempre. Aos poucos a sala foi ficando lotada, a não ser pela cadeira do meu lado que estava vazia. Pepe sentava ali. No fundo, eu não queria ter saído da casa dos Urrea ontem. 

Quando o sinal do fim da aula tocou, eu coloquei meus materiais na bolsa, observando todo mundo saindo da sala. Eu iria esperar por Noah. 

— Oi. — a voz dele soou alguns minutos depois — Vamos?  

(...) 

Depois de 3 aulas e de Noah sendo meu segurança pessoal, estávamos na hora do intervalo. 

Noah foi comigo até a fila da cantina e conversávamos sobre assuntos aleatórios pra me distrair, o que realmente ajudava já que a voz dele me acalma. O que eu estava mais gostando em Noah era como ele era inteligente e tinha uma bela mente, o que me surpreendeu. 

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