Street Racer {Urridalgo version}

Capítulo 36

POV Noah Urrea

Já passavam das três da manhã, mas quem disse que alguém queria sair desse bar? A não ser por Hina e Rikki, que já tinham ido embora, por insistência do garoto, num clima tenso, estávamos todos ainda sentados na mesa do Beacon, e no meio estava o meu mais novo troféu. 

Tinha decidido não contar sobre os incidentes na corrida, não queria preocupar as Hidalgo, então quando chegasse em casa contaria somente para minhas irmãs e irmão. Sina levaria meu carro pra arrumar, e tudo ficaria bem. 

— Cara! Eu ganhei muita grana. — Josh disse animado contando o bolo de dinheiro na mão. Na verdade estava todo mundo assim, menos Sabina. 

— Droga! Eu deveria ter apostado. — ela resmungou irritada fazendo todo mundo rir. 

Shivani puxou um assunto aleatório, envolvendo todo mundo, enquanto eu só pensava em ir pra casa implorar pra Sabina dormir comigo. 

— N, vamos no banheiro? — ela disse baixinho, manhosa, com um sorriso sapeca no rosto. Mordi meu lábio tentando evitar um sorriso malicioso, e assenti pra ela. 

Depois que eu ganhei a corrida não vi nenhum sinal de Evans e Sloan. Morris chegou alguns segundos depois dos dois e Stoll estava sendo rebocado no túnel. Tudo estava bem, a não ser pelo meu Dodge amassado, mas isso Sina  arrumaria em um piscar de olhos.

Toda minha atenção estava voltada agora para Sabina. 

Avisamos que íamos no banheiro e fomos caminhando até lá, desviando de algumas pessoas que estavam em pé no meio do bar lotado, até que uma mão em meu ombro nos fez parar.  Pensei que era alguma outra garota, tentando dormir comigo, e me virei já pronto para expulsar. 

— Noah, posso falar com você em particular? — Krystian me chamou acompanhado de um homem de meia idade, chique e de terno. Eu sentia que conhecia esse homem. 

Olhei pra Sabina que olhava fixamente, desconfiada, para o homem ao lado de Krystian. Ela me olhou hesitante antes de se virar e voltar pra mesa. 

— Esse é Fuller, o patrocinador anônimo do Ciclo que te falei. — meu queixo caiu. 

— Espera! Simon Fuller? O criador da liga dos Street Racers? — disse chocado. 

Esse cara era uma lenda viva! A SR era tipo a liga dos melhores pilotos amadores da América, um piloto de rua entrar pra SR era tipo ganhar um Emmy ou um Oscar. 

— Exatamente. E você é Noah Urrea. Ouvi falar de você. — o homem estendeu a mão. Óbvio que apertei na hora. — Krystian, poderia nos dar licença? — ele disse ao rapaz, que ficou meio surpreso de ter sido expulso, mas saiu nos deixando sozinhos. 

Fomos até um canto do bar, onde tinha um balcão com algumas cadeiras, e nos sentamos. 

— Ouviu falar de mim? — disse sem acreditar. 

— Um talento como o seu não passa despercebido. Seis vezes campeão regional e mais de noventa corridas ganhas pelo ciclo. Você é talentoso, Noah, por isso me chamou a atenção e resolvi patrocinar as corrida de Krystian. 

— Isso é sério? — eu nem conseguia conter a animação. Ele assentiu. Porra! 

— Eu queria testar você antes de te fazer a proposta, por isso pedi para Krystian organizar essa corrida, e você não me decepcionou. Nem mesmo com aqueles dois garotos tentando te atrapalhar. Estou mais que impressionado. 

Então era por isso toda aquela esquisitísse de Evans e Sloan? Porque o criador da liga dos Street Racer viria assistir? Esse era o tal "cara". Agora eu estava entendo tudo. 

— Noah, eu tenho uma proposta pra te fazer. Tem uma vaga, na minha liga, disponível. Eu mandei olheiros para todo os ciclos dos Estados Unidos a procura de alguém como você. — ele disse sério — Eu quero você dentro da SR. — meu coração parou 

— Vo-você tá falando sério? — gaguejei sem conter a surpresa em minha voz, vendo ele assentir pra mim. 

— Mas pra isso você vai ter que impressionar meus sócios. 

— O que eu preciso fazer? — disse empolgado. Eu conseguia até ver o brilho dos meu olhos, sério! 

— Uma corrida. A maior corrida da sua vida. Vários pilotos, até mesmo profissionais, que sonham em entrar pra SR. Tudo o que você precisa fazer é chegar entre os cinco melhores. Eu sei que consegue fazer isso. 

Caralho! Eu queria pular até minhas pernas caírem, mas me contive. 

— Sim, é claro que consigo! — afirmei automaticamente — É só me dizer quando. 

— Em alguns dias. — perfeito — A corrida será em Las Vegas. — fodeu. 

— La-Las Vegas? — gaguejei. 

— Sim, isso não é nenhum problema, certo? — seu tom foi quase intimidador. 

— Na-não, não mesmo. — menti. Como diabos eu iria pra Las Vegas? 

— Certo. Não se preocupe com passagens e hospedagem. A Liga vai arcar com todas as despesas. — Ele retirou um cartaozinho dentro do bolso do terno, estendendo pra mim. — Esse é meu cartão, não o perca. Vou entrar em contato com você para acertar todos os detalhes. Só me ligue em caso de extrema necessidade. — disse um tanto rude. 

Ele não era o cara amigável que eu tinha imaginado, mas eu não ligava. Eu queria explodir de tanta felicidade, mas me lembrei de algo muito importante. 

— Só tenho uma condição. — ele arqueou as sobrancelhas, incrédulo. Santa coragem! 

— E quais são? — disse sem acreditar que eu estava pedindo mais coisas. 

— Meus irmãos, minha prima e minhas amigas precisam ir comigo. — tentei soar firme.