Cap. 18

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- Luke P. O. V. -

Acordei assustado pulando do sofá quando ouvi um barulho forte na porta da mina casa.

Levantei meio confuso, cheguei até a cozinha e percebi a caneca da Chloe com uma mancha de batom ainda com resquícios de café no fundo e então me dei conta da hora. Ela deve ter ido ao médico.
    
Saio da cozinha indo finalmente ver o que era aquele barulho com a porta

Estava entreaberta e imediatamente eu reconheci os fios loiros de cabelo no chão.
    
— Chloe! — gritei indo até ela.
    
Me abaixei pegando-a em meu colo, coloquei seu pescoço sobre meu braço e chamei por seu nome diversas vezes.
    
Ela não me respondia.
    
Não podia ser.
    
Peguei meu celular e liguei para o primeiro número que me veio à mente.
    
— Calum? - Disse entre soluços.
    
— Calma Luke, sou eu. O que houve?
    
— É a Chloe! Vem pra cá agora!
    
Não tinha como esperar por Calum, nem pelo pronto socorro, me levantei e a coloquei no carro o mais depressa possível.
   
Eu acelerava o carro sem me importar com os sinais fechados.
    
Mal conseguia enxergar o trânsito por conta dos meus olhos completamente embaçados devido a quntidade enorme de lágrimas que escorriam.
    
Eu a olho e isso só me faz entrar mais em desespero.
    
Apertei os olhos com força desejando que tudo acabasse e ficasse bem, mas no fundo, eu sabia que não ia ficar.

- Calum P. O. V. -

Peguei o carro e fui até a casa de Luke.
    
Nem ele e nem a Chloe estavam, assim como o carro que também não estava na garagem, tive então a ideia de ir até o hospital.

Chegando lá dou de cara com Luke entrando com Chloe nos braços gritando por ajuda. Não consigo acreditar que vejo, está acontecendo.

- Luke P. O. V. -

— Luke? O que aconteceu?
    
— Calum é a Chloe... Ela... Ela... - Eu não conseguia falar devido aos meus soluços. Tudo que fiz foi colocar o dedo no vidro da janela da sala onde tentavam reanima-la com o desfibrilador.

- Calum P. O. V. -

Eu entrei em estado de choque com a cena. Não parecia real. Os médicos lá dentro faziam sinais como se não houvesse mais o que fazer.
    
Ao meu lado Luke soluçava desesperado. Até que não aguentou mais e entrou na sala.
    
— Chloe! Fica comigo! Por favor! — ele gritava tão alto que qualquer um naquele andar escutaria.
    
As batidas do coração no monitor diminuíam cada vez mais.
    
Eu nunca esqueceria essa cena.
    
— Minha princesa! Fala comigo! Chloe! — tentavam segura-lo mas era inútil.
    
Nesse momento os médicos já se afastavam para começar o parto.
    
— Chloe você tem que ficar! — ele continuou — Chloe eu te amo!

- Luke P. O. V. -

Quando a última sílaba saiu pela minha boca, o monitor apitou continuamente, mostrando que ali, já não havia mais vida.

— Hora do óbito 15:05 — Uma voz feminina qualquer diz acertando meu peito em cheio.
    
— Não! — gritei uma última vez com os médicos me tirando da sala.

— Sinto muito senhor mas vai ter que esperar aqui fora.
    
Calum continuava parado olhando pelo vidro que rapidamente foi coberto por uma cortina. Ele estava paralisado com as mãos na boca.
    
— Luke... Eu... Eu... Eu sinto muito. - Sussurou começando a chorar.
    
— Acho que eu... Acho que vou pra casa, eu não vou conseguir ficar aqui — Então eu saí de lá em direção a porta.
    
Machucado, quebrado, destruído.

Caminhei até meu carro. Entrei nele e quando olhei para o lado do passageiro eu percebi que ela nunca mais estaria aqui ocupando esse banco e trocando as musicas do rádio enquanto dávamos voltas atoa de madrugada pela cidade.

Já em casa, entrei e observei o cabideiro. Nunca mais eu veria seus casacos ali, na cozinha, a caneca branca nunca mais seria suja por uma mancha de seu batom vermelho preferido.
    
Os armários do banheiro, nunca mais seriam ocupados por seus perfumes.
    
A banheira nunca mais seria ocupada por nossos corpos juntos.
     
A penteadeira nunca mais seria desarrumada pelas suas maquiagens espalhadas.
    
A cama, nunca mais seria bagunçada como nas nossas noites em claro.
    
E num ato instantâneo, cai de joelhos no chão e com as mãos sobre o rosto, e chorei.
    
Chorei como se não houvesse amanhã, e não haveria.

Não para Chloe.

Ghost Of You | LRHOnde histórias criam vida. Descubra agora