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x Eloísa x
Andei pelo corredor, que ia até meu quarto, recolhendo alguns brinquedos espalhados. Luan e Lucca são bagunceiros demais.
Soltei uma risada nasalada após apanhar a toalha úmida no chão do banheiro, eles dois fizeram a festa por aqui.
Ouvi alguns resmungos pela babá eletrônica que me fizeram ir até o quarto, decorado em tons claros.
Encarei a figura pequena deitada no berço e senti meus olhos queimarem. Eu queria seguir minha vida, nossas vidas, estou tentando ter a rotina de alguém que tenha dois filhos pequenos em casa, mas essa maldita dor não deixa.
Por que comigo, Deus? Justo comigo!
As probabilidades, diante a ciências, pela minha idade eram mínimas, fora que existe bilhões de pessoas por aí... ...Mas por que justo conosco?
Vamos à missa sempre que possível, meu marido é uma figura pública e é impossível que nossa presença não seja percebida, converso com você, Deus, todos os dias, ajudamos inúmeras instituições, oferecemos tudo que podemos, porém tudo isso acontece com a gente.
Por que? Eu só queria entender POR QUE?
Minha vida está acabando, minha filha, que eu esperei por meses, da maneira na qual eu a esperei, parece não ter chegado ainda.
Olhei em minha volta e encarei a poltrona que tinha comprado quando Lucca ainda habitava minha barriga.
Me sentei na mesma e escorei meu rosto em minhas mãos enquanto tinha os braços apoiados no joelho. Meu choro era compulsivo, talvez aquilo me aliviasse um pouco.
Não sei quanto tempo depois minha mãe me "encontrou". A mesma me ajudou no banho, mesmo sem necessidade, e me colocou para dormir, ao lado de Lucca.
Todo aquele choro atacou minha enxaqueca.

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora