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x Luan x
Senti Eloísa amolecer em meus braços e a segurei com mais precisão.
— Elô — A chamei e não obtive resposta. — Alguém me ajuda aqui! — Exclamei.
A peguei direito em meus braços e voltei a chamar por ajuda.
Uma das enfermeiras parou em minha frente com uma maca e eu a deitei ali, só então analisei seu semblante.
Sua boca estava branca e a mão fria.
— O que houve? — Olhei sob meus ombros e minha mãe caminhava apressadamente atrás de nós.
— Não sei, ela desmaiou, eu vou entrar com ela. — A respondi confuso e apressado.
Segui o médico e acompanhei todo procedimento: desde a troca de maca para cama, aos exames rápidos, neste meio tempo, Eloísa despertou e parecia confusa com o cenário em sua volta.
— Como previa.. — Doutor Pereira murmurou. — Foi uma queda de pressão, vou colocá-la no soro.
— É um dia difícil — comentei.
Ele me sorriu solidário e eu me segurei para não chorar em sua frente. Odeio o fato de me sentir tão vulnerável.
— Edna será responsável por ela agora, volto em breve. — Assenti e me aproximei do leito.
— Vai ficar tudo bem. — Beijei o topo da sua cabeça e aspirei seu perfume.
Aquelas palavras foram mais para mim, do que para ela.
— Eu te pedi para comer, Eloísa. — Minha mãe adentrou o quarto tagarelando. — Não nos mate de susto!
— Mãe, não é hora. — Bruna soltou uma risada nasalada. — Oi, irmão.
— Oi — sorri sem mostrar os dentes. — Você já se sente melhor? — Voltei minha atenção a minha esposa. E ela apenas balançou a cabeça positivamente. — Eu vou procurar saber da Flor. — me afastei, mas ela segurou meu braço e o apertou. — Eu volto logo. — Garanti.
Minha mãe me acompanhou até a recepção, onde pedir que chamassem a médica responsável pela minha filha.
Enquanto a esperava, me sentei e apoiei os cotovelos nas pernas, escondendo meu rosto entre minhas mãos.
Menos de vinte e quatro horas e minha vida tinha dado um giro de trezentos e sessenta graus.
— O que minha filha tem? — Minha voz saiu baixa, mas eu sabia que dona Marizete tinha ouvido.
— Pneumonia. — Ela suspirou. — Ela também desenvolveu broncoespasmos e o hemograma estava alterado.
Quanta coisa para uma única garotinha de seis meses de vida.

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora