6

137 13 1
                                    

x Eloísa x
Era o quinto dia da minha filha em casa, depois da sua pequena estadia na neonatal, e estávamos retornando ao hospital para mais uma consulta.
— Vamos? — Luan, que estava de férias até o primeiro mês da bebê, parou ao meu lado.
— aham — murmurei e soltei um suspiro longo.
— Vai estar tudo bem com ela, confia em Deus. — Seus braços rodearam minha cintura e senti ele beijar o meus cabelos.
— Eu confio — minha voz saiu trêmula.
Encarei minha filha, que dormia serenamente no berço.
Admito, andei pesquisando, mais do que devia, por esses dias e pedi, fielmente, para que as sugestões que o Google ofereceu fossem incertas.
Maria Flor choramingou durante todo trajeto até o consultório. Não esperamos tanto para sermos atendidos, Ellen, a pediatra dos meus filhos, nos aguardava.
Ela examinou a pequena e me garantiu que o pequeno probleminha, que a fez ficar internada durante uma semana, já não a preocupava tanto mais.
— Nós fizemos alguns exames, eu tinha algumas suspeitas — Ellen me entregou minha filha e deu a volta se sentando diante sua mesa. — Normalmente, nós temos quarenta e seis cromossomos, sendo em vinte e três pares — Ela suspirou — a Maria Flor veio com um extra, somando quarenta e sete cromossomos. A anomalia acontece no cromossomo vinte e um, onde ele, ao invés de ser duplicado, se triplica. — Minha atenção estava na bebê em meu colo. Meus olhos queimavam e não me importei com as lágrimas que desciam pelo meu rosto. — Maria, a Florzinha de vocês, é portadora da Síndrome de down.
Funguei e levantei meu rosto para olhar meu marido, esperando que ele falasse algo que fosse capaz de me confortar, mas Luan não me olhava, sua atenção estava na médica.
— A probabilidade de uma mulher, até os trinta anos, ter um bebê portador dessa síndrome é de uma em mil. Vocês foram privilegiados — A olhei e ela sorria. — Ela vai ter uma personalidade única, sabiam?

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora