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x Eloísa x
Acordei abrindo as cortinas e agradecendo a Deus pelo dia maravilhoso que Ele nos proporcionou.
Beijei o rosto do meu marido e ele sorriu como se já estivesse para despertar.
Tomei um banho demorado e por ter lavado meus cabelos, demorei alguns minutos o desembaraçando na frente do espelho.
Saudades dos meus cabelos cumpridos.
Olhei Lucca, que dormia serenamente, em seu quarto e segui para o da minha florzinha.
— Bom dia, florzinha da mamãe — Brinquei com seus bracinhos que tentavam pegar os bichinhos do mobiles. — Minha mocinha dormiu bem essa noite, mamãe está orgulhosa. — A peguei no colo e enchi seu rostinho de beijos. — Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida. — Cantarolei.
Minha garotinha soltou alguns resmungos e em seguida uma gargalhada, aquecendo meu coração.
Depois de dar banho e ajeitar seus cabelinhos ralos, desci as escadas, indo para a cozinha.
— Bom dia, meninas — fiz voz infantil, mexendo as mãozinhas da minha pequena.
— bom dia, Florzinha — Helena foi a primeira a nos cumprimentar.
— Bom dia, filhas — Dona Antônia colocava as coisas do café sob a mesa.
— Toninha, o que a senhora acha da gente fazer um bolinho pra Mazinha?
— Uma ótima ideia! — Exclamou empolgada.
— O que é uma ótima ideia? — Luan chamou nossa atenção entrando na cozinha.
— Comemorar o mesversario da Florzinha. — sorri no final da frase.
— Que ideia maravilhosa, amor — Se aproximou e selou nossos lábios. — Então quer dizer que a minha gatinha 'tá' fazendo sete meses, é? — Pegou Maria Flor da cadeira de alimentação. — Parabéns, filha.
(•••) Luan ficou com as crianças enquanto eu, Bruna e Eloá inventamos moda para comemorar mais um mês de vida da minha filha.
Mas no final, valeu a pena. A mesa tinha ficado linda.
Não chamamos muita gente, Maria Flor ainda não podia ter contato, mas aqui estavam todos que a amavam.
Atrás da mesa do bolo, após cantarmos parabéns, analisei cada rosto que estava aqui, sorrindo e encantados com os sorrisos banguelas que Maria Flor distribuía, e agradeci a Deus.
Pela vida da minha filha. Por ter pessoas queridas com a gente.A comemoração de hoje é pela vida da minha garotinha, que, mesmo diante de tudo que tem passado, ainda distribui sorrisos banguelas, colorindo meus dias cinzas.
É, foi aí que tive a certeza: o amor não conta cromossomos.
🌸Nota da autora:
21 de março, dia internacional da Síndrome de Down. Foi nessa data, só não me lembra exatamente o ano, em que ouvi a história da Laurinha pela primeira vez. Eu a conhecia, frequentava sua casa, mas não sabia de tudo que rolou, das batalhas que aquela família travou para chegarem até ali.
Foi então que eu aprendi que ser diferente é normal. Não é um cromossomo que precisa diferenciar. O amor está no coração, não em uma célula.
Fica aqui um capítulo feliz, onde não citei os problemas enfrentados pela família Santana e sim a felicidade deles por comemorar mais um mês de vida da pequena Maria Flor.

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora