x Luan x
Sabe aquela sensação de impotência, onde você sabe que não é capaz de fazer nada para mudar a situação?
Eu transbordava dela, e de mais algumas outras péssimas sensações.
Quando o filho da gente nasce, queremos o protejer do mundo e de todos. Com Lucca, me senti extremamente paranóico. Não deixava que chegassem perto dele sem antes usar o álcool em gel, quando ele pegou o primeiro resfriado, por minha causa até, faltei colocá-lo em uma bolha.
Já Eloísa sempre foi mãezona, incrível como a maternidade lhe fez bem, sempre cuidando e zelando pelos nosso filho. Porém quando nossa Florzinha chegou, deixando nossa vida de pernas pro ar, vi sua armadura cair, estávamos despreparados, ela não era como Lucca.
Agora, mais que nunca, eu queria manter meus filhos em uma bolha, maior e mais resistente que da primeira vez.
Seis da tarde, o horário de visita acabou de ser liberado. Caminhei ao lado da minha esposa e Ellen até a UTI pediátrica.
Eloísa voltou a chorar compulsivamente quando parou diante ao leito de Maria Flor, me fiz de forte, algum de nós precisava ser nessas horas, e abracei seu corpo.
Segurei uma das mãos gordinhas da minha pequena e senti meus olhos marejarem.
Seis meses, minha filha só tem seis meses. Começou recentemente a comer papinha e, na última estimulação, ficou sentadinha, sem auxílio da fisioterapeuta.
A vida só está começando para ela.
— Isso não machuca ela? — Perguntei a Ellen, sobre o tubo de oxigenação.
— Normalmente, não.
Soltei o ar e acariciei o rostinho da minha pequena guerreira.
As horas ali passavam rápidas demais, foi tão difícil deixá-la.
— Por favor, Luan, volta lá e pega nossa filha — Elô segurava minha regata e chorava fortemente contra meu peito. — Ela vai sentir frio e ninguém vai cobrir ela, as enfermeiras não sabem que ela costuma a mamar as quinze para as três, como também não sabem que ela só pega no sono se estiverem massageando o pézinho dela.
Abracei seu corpo e, pela primeira vez, não me importei de chorar junto dela.
Isso está sendo difícil demais para nós.
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Cromossomo do amor
أدب الهواة"A nossa história é diferente, não é típica de roteiro de filmes encantados, ou talvez sim, pois a princesa nós temos. Somos a verdadeira família de comercial de margarina, eu, Eloísa, Lucca e Maria Flor, a minha garotinha. Ela tem poucos meses de i...
