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x Eloísa x
Helena veio apressada em minha direção e eu me mantive com a cara fechada e os braços cruzados.
— Luan reclamou bastante de dores no corpo e na cabeça... — Ela parecia engolir seco. — E você sabe como é, né, Elô? — gesticulava com as mãos. — Não podemos dar bandeira com febre aqui, temos a Florzinha, fora que os casos de dengue aumentaram demais! — exclamou no final. — Uma vez, meu tio, lá no interior, pegou dengue, teve até hemorragia.
Ela seguiu tagarelando e eu dando a mínima para o que saia por sua boca.
Estava P da vida.
Atrevida!
Me aproximei de Luan e foi minha vez de medir sua temperatura.
Parecia febril.
— Amor — murmurei. — Luan? — chamei mais uma vez.
Ele soltou um resmungo.
— 'Tá' tudo bem? — Perguntei.
— Só um pouco de dor no corpo e na cabeça, nada que deva se preocupar. — Se sentou no sofá.
Helena estava certa.
Suspirei.
Me senti extremamente chatiada, desnecessariamente.
Mas poxa, ele preferiu contar a ela que estava mal, mas não para mim que sou esposa?
— O que foi? — Tocou meu rosto.
— Nada — balancei a cabeça em negação. — Vem, vamos deitar lá em cima.
(•••)
— E ela te falou isso? — Bruna virou a cadeira que estava sentada e me olhou indignada.
— Se você não sossegar nessa cadeira, vou deixar seu cabelo metade com luzes, metade sem! — Douglas repreendeu minha cunhada.
— Falou e o que me deixa mais angustiada é que perguntei pro seu irmão e, mesmo sem saber, ele concordou com tudo que ela disse. — Suspirei frustrada.
— Que situação, Lolozita — Dougllas fez careta. — Mas ó, fica tranquila. Luan é apaixonado por você, sempre foi. — Ele soltou uma risada nasalada. — Quantas e quantas vezes ele não veio aqui, desesperado, por não saber o que fazer, onde te levar, qual data comemorar.
— Mas eu me sinto insegura, Dô — Suspirei alto. — Helena é linda e tem convivido demais com ele. — Meus olhos inundaram. — Infelizmente eu não tenho mais a disponibilidade de antes, temos uma filha passando por uma situação que ... — Precisei parar de falar para limpar meu rosto e segurar o choro.
— Não pensa assim, Elô — Bruna me olhou através do espelho. — meu irmão ama tudo que vocês construíram juntos, ele não seria louco.

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora