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x Eloísa x
É, como dizem os sábios: mesmo nos momentos de muita dor, tiramos alguma coisa.
Foi assim comigo. Percebi o tamanho da missão que Deus deu a mim e a Luan e a nossa importância em sua recuperação. Precisávamos deixar tudo de lado: nosso egoísmo, as reclamações, nossas outras obrigações, precisávamos concentrar todas as nossas energias, pensamentos positivos e orações na cura dela.
Por isso aprendo que teria que ser forte, que teria que chorar escondido dela, que teria que brincar muito, cantar, sorrir, ninar e conversar com ela o quanto ela precisasse. Eu tinha que me doar por completo.
E assim seguimos para a segunda sessão de quimioterapia da pequena.
Sete dias. Sete longos dias. As visitas eram limitadas, devido o isolamento e os compromissos dos nossos entes queridos.
Foram dias difíceis. Pareciam na passar. Quanto mais queríamos ir para casa, mas os relógios pareciam andar para trás.
Maria Flor é um verdadeiro anjo. Minha menininha se comportou tão bem, nem parecia estar recebendo aquele tipo de medicação.
Mas graças a Deus, depois de muita agonia, estávamos em casa de novo.
Estávamos felizes em estar em casa, porém com bastante receio, já que os próximos dez dias seriam de muito cuidado, tensão e muitas orações pedindo para que nada, principalmente infecções, chegasse até ela.
Fazemos o que está ao nosso alcance: nenhuma visita, além da nossa família -isso inclui Helena e Antônia que se tornaram parte dela também-, nenhum passeio, muito álcool em gel, limpeza e, o principal, fé.
Voltei da área externa, onde tinha acabado de colocar Dobby, nosso garotão acabou de chegar do petshop, passei pela cozinha, elogiando o cheio maravilhoso de bolo de laranja e fui para sala.
Franzi minhas sobrancelhas ao ver o quanto próxima, de Luan, Helena estava.
Ela parecia tocar o rosto dele, enquanto o mesmo dormia tranquilamente.
— Helena? — Chamei sua atenção e vi seu corpo saltar devido o susto. — O que você está fazendo? — Eloísa? — Seus olhos estavam arregalados. — Eu.. eu... eu... estava vendo a temperatura do Luan. — Ela pareceu engolir seco e eu cruzei meus braços.

Cromossomo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora