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Primeira coisa depois do banho e foda-se que eram seis horas da manhã! Ligar para o William.

Mas o filho da puta deixou o telefone desligado...Desgraçado! Ai, minha cabeça doía tanto. Acho que bebi muito além do que supunha.

Encontrei com Pietra no elevador do prédio em que trabalhávamos no Centro do Rio, estavamos ambas com um copo de café em punho e óculos escuros pra cobrir a vergonhosa ressaca.

–E ai? Deu?

–Bom dia pra você também, Pietra.

–Bom dia é o caralho, ele te comeu ou não?

–Não...sei.

–Como é? Ouvi direito?

–Não sei, tá legal? Não sei!

–Tá me zuando né?

–Ah, antes estivesse... –passei a mão nos cabelos, estava aflita.

–Que perigo, Maite!

Descemos no nosso andar e andamos em silêncio até nossas mesas.

–E você acha que não sei? Estou aqui em pânico!! –gritava em sussurro, tentando conter meus maiores medos.

–Esse pessoal pode ter Aids! Gonorreia! Sífilis! HPV... –ela também gritava em um sussurro abafado.

–Já entendi Pietra! –minha voz saiu um pouco mais alta que o planejado –já entendi porra!

–E a gente nem pensou em pedir um teste desses de DST!

–A gente? Eu, você quer dizer! Além do mais nenhuma de nós duas pensou em mais nada depois que ele entrou lá no meu apartamento!

–Lembra que você disse que ele perguntou se era pra fazer com homem ou mulher? Então... ai amiga, que merda! Que merda!!

–Que cu! Estou fodida! Pior que acordei nua!

–Que merda! Que merda!

–Com a xereca molhada –praticamente fiz mimica pra dizer aquilo.

–Que merda do caralho! E agora! Já tentou falar com ele?

–Claro! E só escuto aquela vagabunda dizendo que minha chamada será encaminhada para a caixa de mensagens!

–E estará sujeito a cobranças após o sinal... –Pietra completou fazendo graça com a minha desgraça –E está faltando alguma coisa na sua casa?

–Não! Tudo ok. –respirei fundo, apavorada –Não sei o que fazer!

–Liga agora para o laboratório e pede um exame completo de urgência!

–Sem a prescrição médica?

–Aloooow! –Pietra mostrou um papel de Atestado de Saúde Ocupacional.

Foi exatamente o que fiz, politicamente incorreta, utilizei um dos contratos, com um laboratório e fui fazer o exame, próximo ao primeiro local onde nos encontramos, na rua do Ouvidor, confesso que fiquei andando meio que procurando por ele, mas é óbvio que não o encontrei. Assim que pisei fora do laboratório meu celular tocou.

Atendi de imediato.

–William!

–Nossa! Bom dia! Quanta saudade... –ele estava sendo sarcástico!

–William, pelo amor de Deus o que aconteceu?

–Como assim o que aconteceu? –ele parecia ofendido! Ai que merda! Ele me comeu e o pior é que eu nem lembro!

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