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Assim que me levantei, percebi que estava sozinha no chalé. William foi tão mais carinhoso que o de costume e isso é muito importante para uma mulher, era muito importante pra mim.

Pensei que o encontraria ao meu lado, mas não, já havia se levantado e acabei por fazer o mesmo, segui para o chuveiro e resolvi tomar um banho rápido e ver o que havia acontecido para que me deixasse sozinha. Vesti um short jeans e uma camiseta azul clara, saí do chalé e fui até o salão onde eram servidas as refeições, não o encontrei.

— Bom dia, tia Ana, a senhora viu o William?

— Ele saiu bem cedo, mas disse que voltava antes do almoço.

— Que estranho.... Não me avisou nada...

— Homens são todos estranhos, não vê o seu tio Bento?

— O que tem o tio Bento?

— Também saiu cedo e ainda não trouxe o que eu pedi!

— Tia, alguma notícia do Junior? Ele disse se chegava logo?

— Devem estar chegando, passaram a noite no Rio de Janeiro, então já devem estar na estrada, daqui a pouco chegam.

— O que vai ter no almoço?

— Ah, como eles estavam em clima de praia achei melhor não fazer truta, vamos servir um cozido!

— Cozido, tia? — sei que minha voz saiu em tom de reclamação e melosa, mas poxa, precisava ser algo tão pesado?

— Seu irmão e Lulu adoram. Cozido sim!

— Ah tá... mas me dá a opção de frango grelhado...

— Vai emagrecer mais o quê daí? Daqui a pouco sobra apenas a bunda e sua caveirinha!

Torci um bico contrariada e cruzei os braços.

— Ah! Você sabe que sempre coloco opções! Que menina mais chata! Frango com salada, tá bom?

Sorri e lhe dei um beijo, tia Ana era uma matraca, adorava partilhar informações confidenciais ou restritas da vida alheia, queria obrigar-nos a comer só o que ela achava que tinha de ser, mas ela nunca resistiu a um bico que fazia, acho que se recordava da minha infância e acabava me fazendo as vontades.

Realmente não queria, ou melhor, não podia engordar, estava decidida a desfilar no carnaval, precisava sentir aquela emoção mais uma vez e se antes era pra espantar a tristeza, naquele momento era pra celebrar minha alegria. William chegou de carro enquanto me balançava na rede da varanda do chalé principal.

Sorriu assim que me avistou e meu coração pulou, estava me sentindo uma garotinha com seu primeiro amor... acho que no fundo era isso mesmo, era uma garota com seu primeiro e verdadeiro amor.

— Oi, bom dia! — se inclinou e nos beijamos, agora sim, parece que meu dia estava começando, às onze da manhã.

— Bom dia. Foi ver aquele seu amigo?

— Hmmm... Não.

— Então aonde você foi?

— Comprar flores pra você.

— Está brincando?

— Não. Falo sério, mas agora comprei as flores certas, sei que detesta rosas.

— Não que deteste, mas... espera um minuto, deduziu que eu não gosto de rosas?

— Bom, mandei algumas para o seu apartamento e todas foram devidamente jogadas no lixo.

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