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[...]

— Ah por favor, William, ser ridículo tem limites!

— Quero fazer isso direito, Enrico.

— Vai esperar mais uma semana? Leve de uma vez sua bambina pra jantar e a peça em casamento!

— Não. Já está decidido. Junior volta esta semana e haverá um almoço para recebê-los.... e.... preciso me desculpar com todos pela forma com que fui embora.

Enrico caiu na gargalhada mais uma vez, tornei-me o motivo de suas piadas.

— Melhor mandar buscar a nonna e....

— Trazer toda a família? Não mesmo.

— Mas que estúpido! Dio Santo, Anghelo, é desta maneira que quer fazer as coisas certas?

— Não é isso, vamos chamar a todos depois, sei lá... num jantar para apresentar nossas famílias.

— Está com medo? — e mais uma vez, se pôs a gargalhar — Medo da nonna! Anghelo, não seja tão idiota, claro que todos vão gostar da sua ragazza, Maite é muito bonita e muito educada. Mas tome cuidado com o primo Enzo, ele hmmm, non rispetta...

— Teria de estar louco para tentar alguma coisa com a minha bambina, lhe atravesso a cara no murro!

— Eu te ajudo, depois jogamos o corpo em alguma vala e pronto.

— Tentador.

— Acho que tem de se preocupar mais com a nonna não no sentido de gostar da Maite, mas a primeira coisa que vai perguntar será sobre filhos. Já estou até vendo... "Quando i bambini arrivano?" — era tão palhaço que imitou a voz rouca de nossa avó.

Quando virão as crianças? Se depender da Maite, nunca.

— Oh! Isso é mal.... Por quê? Ela não pode?

— Não quer.

— Hmm... muito mal.... E você?

— Deixando as coisas acontecerem, um passo de cada vez. Temos tempo, ainda quero aproveitar muito só com ela.

— Entendo... mas de toda forma, avise-a sobre o que terá de enfrentar ou perderá a noiva, namorada, sei lá o que vocês são... Não se esqueça de que o Enzo não pode ter filhos, seria o par ideal para ela... — Soquei lhe o peito, não sei porque ainda conto as coisas pra ele.

Enrico era um idiota, irônico e debochado.

Fomos criados por uma legião, dizer que foi apenas pela nonna seria mentira, mas desde o falecimento de meus pais e da mãe de Enrico, a família inteira nos abrigou, crescemos juntos, escolhemos faculdades correlatas.... E quando jovens, dividíamos as namoradas, bem, isso antes dos vinte anos. De um batalhão de primos e primas, havia o Enzo, um sujeito desprezível.

~*~~*~

Maite estava a cada dia mais linda, sempre que vinha em minha direção sorria tão feliz. Já era costume almoçarmos juntos, estranhamente achei que nos veríamos mais durante o dia, mas ela mal saia da sala e eu da minha, de alguma forma, acredito que estivesse compensando o fato de estarmos juntos sendo uma profissional incrível, a cada dia me convencia mais disso.

O único momento que era realmente nosso, era no almoço e nem sempre almoçávamos, de fato, mas era um momento nosso e das três vezes que voltamos do almoço com um pacote de fast food, tivemos a "sorte" de encontrar Enrico, no estacionamento ou no corredor, sempre nos oferecendo um sorriso irônico. Poderia facilmente me distrair das minhas obrigações, pois May era uma fonte inesgotável de distração, mas ela não permitia que me desviasse, passou a checar minhas reuniões das 14 horas e nunca nos atrasávamos. Era uma companheira em todos os sentidos.

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