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Sexta-feira, dia seis de Setembro, vinte e uma hora e oito minutos, William abre a porta do meu apartamento, com uma cara de tanto faz, desejando Boa noite, joga as chaves em cima da mesa e se joga no sofá ao meu lado, ignorando minha cara de raiva e meus braços cruzados.

Se vira e me dá um beijo. Que não foi correspondido.

–Podemos ir? –perguntei me levantando.

–Será que eu posso beber uma água antes? –apontei para a cozinha com um bico torto.

–Vou esperar lá em baio, por favor traga minha mala.

–Mala? São quatro dias!

–E você quer que eu leve minhas roupas, sapatos, calcinhas, vestido de festa, shampoo, condicionador, chinelo, biquíni, chapéu de sol, cremes hidratantes, aonde? Na bunda?

–Nossa, você está pilhada... Vai descendo que eu levo suas coisas...

Soltei o ar pela boca, tipo "que saco"! e desci.

...

–Qual o problema, meu amor? Eu não estou aqui?

–São nove da noite William, que horas vamos chegar lá?

–No pior dos casos meia noite. Por que? Saudades de ver o Rodrigo?

Olhei o William, incrédula! Ele falou mesmo isso???

–Como é?

–Não estou entendendo esse desespero de chegar cedo!

–Rodrigo não tem nada a ver com isso! Estava preocupada com você! Passei o dia todo sem noticias suas!

–Desculpe! Mas não podia ligar, só isso!

–William que tanto você faz hein?!

–Trabalho, pra ganhar dinheiro. E não estou gostando do seu om de voz, você está falando com quem? Com seu contratado ou com seu namorado?

Isso me pegou de surpresa, namorado? Ele acha que a ente tá namorando?

–Namorado. –escolhi uma das opções e deixei ora ver o que ele iria dizer.

–Então para de fala comigo como se fosse minha patroa, eu não gosto. Alem disso a gente vai chegar na melhor hora do dia.

–Melhor hora?...

–Claro. –ele me olhou com cara de safado e isso me quebrou completamente, sorrir foi inevitável –E aí? Como foi seu dia?

–Foi médio... passei uns currículos...

–Alguma coisa?

–Tenho uma entrevista na semana que vem, esqueci o nome da empresa... Um nome diferente... mas é pra cuidar de contratos, então tá tudo certo.

–E a Pietra?

–Sei lá... ela cismou que quer abrir uma loja de bolinho de chuva.

–Tá falando sério? –me perguntou com ar divertido.

–Sério! Disse que não existe loja de bolinho de chuvas e ela vai abrir uma.

–Ela é doidinha...

–Somos todos né William?

Ele parou um pouco pra pensar, me olhou de cenho franzido.

–Tá falando isso porque?

–Nada. –ficou um silencio estranho e eu resolvi abrir a boca. –Então, somos namorados?

–Bom, tenho pensado muito em você desse jeito, como minha namorada. Você quer ser?

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