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Estava vestido com uma roupa simples, jeans e camisa de um deputado estadual, baixinho, careca e com uma baita barrigona.

–Por favor senhor, bom dia, antes de mais nada, gostaria falar com Paulo Nascimento.

–Sou eu.

–Você? Não é não!

–Sou sim!

–Não é não! Claro que não é!

–Ô moça, a senhora tá doida? Ah, já sei... –ele colocou a cabeça pra fora do apartamento olhando o corredor –é pegadinha!

–Não. –fiquei confusa –Desculpe, mas o Paulo que conheço tem quase 1,90 de altura, é forte, atlético, meio loirinho, olhos castanhos amendoados e tem um sinalzinho discreto no canto direito do lábio superior, braços musculosos, peitoral largo, seguido por um abdome definido e bem marcado, as coxas são grossas e torneadas e....

O homem me olhava espantado, Deis eu estava toda derretida pra descrever o William, ou Paulo, ou seja lá quem ele for.

–Senhorita, não tem ninguém aqui com essa descrição não, eu que moro aqui. –ele bateu na pança, é, tá na cara que esse homem não era nem de longe o William. Então inesperadamente ele puxou a identidade da carteira em cima da mesa, é.... era Paulo Couto Nascimento, o baixinho gorduchinho.

Me desculpei e fui embora.

Que absurdo! Ele usava um endereço fantasma e um laranja! Ou.... Esse cara estava escondendo o William de mim! Agora isso virou questão de honra!

Na terça-feira pedi pra uma colega do trabalho ligar para o celular dele e perguntar se ele estava disponível. Expliquei que se tratava de uma brincadeira com um amigo antigo de faculdade, um trote bobo. Pietra ficou indignada, ela achava que eu deveria estar fazendo outra coisa, ao invés de procurar, como foi que disse... ah, sim, chifre em cabeça de cavalo.

Quando a Fatinha ligou ele disse que não estaria disponível por um longo período.

Pelo menos me deu exclusividade. Isso foi uma coisa que gostei de saber.

Quarta-feira, dia muito chato, cheio de problemas no trabalho, me aborreci como nunca antes com um colega, isso é tão desgastante, odeio essas discussões sem fundamento nem finalidade.

Cheguei ao meu apartamento um pouco mais tarde que de costume, o dia foi mesmo complicado. Joguei a bolsa sobre a cadeira e percebi que não estava sozinha, a sala toda cheirava a comida, ai que fome, que cheiro bom...

–William?

–Oi, já chegou? –perguntou ainda na cozinha, e então surgiu na sala.

Sei que abri a boca, porque isso foi muito mais forte que eu! Mas também, puta merda! Ele apareceu de calça jeans preta, sem camisa e com o meu avental xadrez, que ficou lindo nele, e extremamente sensual.

–Oi, boa noite. –tirei os sapatos, William veio em minha direção e os tirou da minha mão, me dando um selinho com gosto de vinho, um não, foram dois, minto foi um selinho e um outro beijo mais demorado e mais úmido, que obviamente correspondi.

Tomei um banho rápido, não queria deixa-lo esperando pra jantar, além do mais meu irmão e a Luiza estavam à caminho.

William me serviu de uma taça de vinho tinto seco, nem acreditei quando vi a mesa, linda! Tinha até um vaso com flores do campo. O jantar que ele preparou também surpreendeu demais!

Medalhão de mignon ao tornedor, arroz de brócolis e batatas souté.

Posso definir agora a refeição? Incrível!

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