XI

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Eles continuaram ali ainda a discutir estratégias , eu subi para o meu quarto, Imelda ajudou-me a despir, comi uma maçã que me tinha trazido. Não conseguiria comer nada mais.
-Imelda, arranje as  nossas coisas, nós vamos com o exército.
-Credo menina, que tolice. – deitou-me um olhar inquisidor.
-É sério, vou com Sam, pensando melhor se não me quiser acompanhar pode ficar aqui, em Monticello não vou ficar aborrecida, compreendo perfeitamente que não se queira expor a tantos perigos.
- Minha querida, prometi ao  seu papá e antes à sua mãezinha que a acompanharia sempre, e é a minha missão ,  eu não disse nada ainda porque onde quer que vá, eu irei, a sua decisão é a minha decisão, enquanto as minhas carnes se mantiverem presas aos ossos, não darei um passo sem a menina. E beijou-me o cucuruto da cabeça- se tem a certeza que é isso quer fazer não há mais nada a dizer, claro que me sentiria melhor se ficássemos as duas aqui, mas visto já estar decidida... Será como diz, durma bem minha querida –  saiu deixando-me de coração cheio. Não iria sozinha, iria com Sam, mas Imelda era essencial, na minha vida.
Dormi o primeiro sono, acordei sobressaltada com um barulho, a luz da lua entrava pela janela, Imelda não fechara as cortinas, levantei-me e olhei para a porta, dei um grito, que foi imediatamente silenciado.
-Andreza, sou eu, Sam. – e a sua sombra percorreu o quarto, aproximei-me dele. Não falei, não porque não quisesse, mas porque não conseguia, ele fixou o olhar no meu como que  pedindo-me permissão para estar ali. Apenas elevei o meu braço e toquei no dele, para comprovar que era ele ali na minha frente. – Peço  desculpa por ter entrado no teu quarto, apenas te queria ver dormir - olhei para ele estava atrapalhado, tinha que ser madura, de lhe mostrar o quanto o amava, o quanto o desejava, derrubar as barreiras das convenções.
- Quero-te Sam, isto é novo para mim, nunca antes me tinha sentido assim, tenho um vazio que só tu podes preencher. – Agarrou-me nos braços levantou-me a cabeça para me olhar nos olhos.
-Amo-te. – a minha pulsação acelerou-se deixei de tentar concentrar-me nas palavras, Sam deslizou o olhar  pelo meu rosto, pescoço, parou nos meus seios, com certeza viu que eu respirava com dificuldade
– Beija-me-  disse-me, não o deixei dizer mais nada, puxei-o para mim agarrei-o pelo pescoço, apoderei-me da sua boca, a batalha entre o bom senso, e a maravilhosa loucura durou poucos segundos entreguei-me maravilhada ao mundo das sensações, senti o desejo crescer do mais profundo do meu ser devorando tudo o que encontrava pelo caminho, apenas de combinação de dormir senti a sua erecção e de repente senti-me receosa.
- Não consigo, Sam,-  muito calmamente colocou a minha mão sobre o seu peito.
- Sentes? Sentes o meu coração acelerado? – com a outra mão agarrava na minha cintura, chegando-me a ele. – tudo é por ti, e para ti. – Inclinou-se sob mim e beijou-me, a sua língua separou-me os lábios e invadiu-me. Senti o seu gosto e o  bater do seu coração em compasso com o meu, eramos um só. Ajudei-o a despir o casaco o  colete, sentia-me de repente tão solta o receio de há pouco já não fazia sentido algum para mim, era dele e ele era meu, entre beijos e abraços ficou despido e sem pudor desviei-o de mim para o poder olhar, o seu corpo de guerreiro,  forte, com cicatrizes das batalhas, cada qual contava uma história, os seus cabelos caindo nas suas costas, era uma visão gloriosa, Sam olhava para mim e desatei os laços da minha combinação deixando-a cair pelos meus ombros até cair no chão em redor dos meus pés, olhou-me de cima a baixo, com desejo, com a ponta dos dedos acariciou-me a curva do pescoço, passando pelo meu seio, os meus mamilos denotaram o meu desejo, cheguei-me a ele e abracei-o, pele com pele, passamos as mãos pelo corpo um do outro,  a sentir cada poro, cada fibra, cada arrepio.
- És tão linda Andreza, tão linda—e beijamo-nos, senti as suas pernas nas minhas, empurrando-me para a cama, caminhando enlaçados um no outro, as suas mãos dançando no meu corpo, as minhas no dele, não havia pedaço de pele ou cabelo que não fosse sentido, acariciado , deitado por cima de mim abriu-me as pernas com as suas.
- És minha Andreza, diz que és minha, diz como que queres – beijava-me enquanto sussurrava.
- Tua, serei sempre tua. –  passou as mãos nas minhas coxas e no centro da minha intimidade, massajando ao mesmo tempo que me beijava os seios, a barriga, tornou a beijar a minha boca e com muito cuidado, devagar entrou em mim, como se eu fosse de puro cristal, segurou-me com firmeza, sem tirar os olhos dos meus como se quisesse ver cada emoção que passava pelo meu rosto, senti uma dor e gritei, ele parou dentro de mim e acariciou-me a face docemente, beijando-me devagar, passou a língua pelos meus lábios e aceitei-a abrindo-me para ele de todas as formas, movimentou-se, indo e vindo e no compasso de uma  dança dei por mim a imitar-lhe os movimentos, encostou a sua testa na minha e levou-me com ele entre gemidos e sussurros, com a promessa de uma vida em que eu seria sempre dele e ele sempre meu. Derramou em mim a semente da vida.
Dormi abraçada a ele, aconchegada no seu calor, não dissemos nada um ao outro, os nossos olhos, as nossas mãos diziam tudo por nós, não precisámos de palavras para  jurar um ao outro que não nos iríamos separar dali pra frente. A meio da noite acordei de um sonho que gritava dentro de mim “Liberdade ou morte”, e mesmo não sendo muito religiosa pedi – Deus, dai-nos a Liberdade.

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