XIV

73 9 3
                                    

O barulho de um regimento em movimento é avassalador, quanto mais três, mais de 3000 homens com as suas mulheres  e as suas bugigangas e os seu animais de carga, por incrível que pudesse parecer iam organizados em filas, era um exército que se movimentava na força da sua razão, vivo nos seus ideais, eu sentia-me uma perna, um braço, daquele corpo em movimento e ia feliz, revigorada com os carinhos da noite e as palavras de comprometimento de Sam para comigo, Imelda sentada na parte de trás da carroça que seguia ao meu lado, ia cantarolando e olhando arregalada para toda a parafernália que seguia logo atrás de nós, avançávamos devagar, para não nos afastarmos dos que iam a caminhar, Sam ia ao meu lado de quando em vez chegava o seu cavalo até ao meu, para me dar a mão sorrindo como se à nossa frente não nos esperasse o caos do incerto mas sim uma grande festa, de boas vindas. De vêz em quando parávamos para as refeições, ou para arranjar a roda de uma carroça nesses momentos Sam era sempre chamado e eu olhava fixamente, para aquela força bruta, um homem na sua força da vida, com os músculos retesados pelo esforço, colossal, e eu comparava esses momentos com a delicadeza com que ele me amava e me abraçava, ele parecia que sabia sempre o que eu estava a pensar e chegava-se a mim, para me fazer um afago ou dando-me um pequeno beijo, ficava sempre feliz por isso, ali ninguém me recriminava, mesmo os mais religiosos viam a nossa união como uma coisa já concretizada perante os olhos de deus. Esta viagem pelas contas de Sam duraria mais ou menos uns 30 dias, o regimento com as carroças e as paragens que porventura se teriam de fazer, não duraria menos que isso, fazíamos à volta de 156 km em 5 dias, entretanto mais gente ia entrando nas fileiras, conforme fazíamos a nossa viagem. De vez em quando  encontrávamos algumas casas ou mesmo cabanas onde os moradores nos deixavam acampar e quase sempre nessas alturas conseguia uma cama, nem sempre Sam dormia comigo, ficando ao relento com os homens, mas sempre me ia dar as boas noites, ou outras vezes vinha de madrugada já alta, deitar-se ao meu lado e nessas alturas procurávamos sempre satisfazer o desejo que se ia acumulando pelas noites que não podíamos estar juntos. Chegamos a Filadélfia, já as pessoas nos esperavam, a marinha  britânica estava em alto mar, apenas algumas barcaças pequenas se viam de vez em quando no Porto, para buscar água e mantimentos, nessas alturas havia sempre confusão e alguém acabava por levar alcatrão e penas também por tabela, sentia-me sempre mal quando isso acontecia, não achava correcto a humilhação, Sam também nunca se metia nessas confusões acreditava como eu, que isso não era uma forma correcta de enfrentar o inimigo, muitas vezes tentava acalmar a multidão, a maior parte das vezes sem resultados
- os homens conseguem ser muito cruéis – dizia eu a Sam numa das noites em que se conseguiu deitar comigo.- pensam demais e sentem pouco. – abracei-me a ele o meu porto seguro, Sam acariciava-me as costas.
Respondeu-me: Precisamos de gentileza e bondade, sem essas virtudes a vida será violenta e tudo será perdido.- beijou-me delicadamente – senão  fosses tu, meu amor, eu seria mais um cego, tenho medo que Washington se cerque de homens gananciosos, a ganância envenena a alma de um homem, cria uma barreira de ódio e guia-nos no caminho do assassinato e sofrimento. Se não fosse pelo medo que tenho de homens assim rodearem Washington, já teria partido para a frente de batalha.
-oh não, Sam não vás, podes ter outro papel nisto tudo. – e agarrei-me a ele  como lapa – morro se fores – Senti-o endurecer perante as minhas palavras -  não, não é isso, não quero que te coloques de parte por minha causa mas vê bem, porque é que as coisas não têm corrido bem? Porque é que quando vamos atacar já Howe agiu antes de nós, porque sabe e nós não sabemos-levantou uma sobrancelha - imagina se soubéssemos os seus segredos, imagina Sam, se soubéssemos de antemão os planos de Howe, estaríamos passos à sua frente, e venceríamos nós – sentei-me na cama o meu cérebro não parava de pensar e repensar ao mesmo tempo que tentava que Sam me percebesse.
- Espionagem, Andreza? Meu Deus isso não é digno de  cavalheiros. – sentou-se também. Eu acabei por sair da cama, nem reparando que estava como tinha vindo ao mundo, coloquei apenas um xaile sobre os ombros e caminhava de um lado para o outro exaltando-me naquela ideia que estava a germinar na minha cabeça.
- Sam, que cavalheiros? Aqueles que se sentam  numa sala de charutos e conhaque enquanto o povo anda todo numa roda viva, enquanto o povo se esquece do quê, porque luta? Sam não é demérito nenhum ser espião, e podemos alcançar a paz mais depressa. - quando olhei para Sam estava a rir-se  e sentei-me na cama à sua frente – achas muito estúpido? – mordi o meu lábio inferior, sentindo-me uma completa idiota.
- Não. – agarrou a minha mão – mas é essa a tua noção de eu não estar em perigo? - deu uma gargalhada -  sabes o que acontece se for apanhado? Serei enforcado na hora, mas entendo o que queres dizer e essa ideia não tem nada de estúpido, é uma ideia brilhante, uma organização de espionagem... para sabermos os passos dos britânicos e assim vencê-los não só em batalha mas vencê-los na espionagem pura e simples, sim, pode ser uma ideia brilhante, ahh – e agarrou-me para cima dele – ainda dizem coisas das mulheres, eu tenho a sorte de ter o mais inteligente ser humano na minha cama e é só minha. – beijou-me – ainda bem que só eu posso ter acesso a essa linda cabecinha e a este lindo corpo – deu-me uma pequena palmada no rabo, que me excitou, mordi-lhe o pescoço – a imagem deste belo rabo bamboleando de cá para lá no quarto, enquanto as mais diabólicas ideias saem desta linda cabecinha, fazem-me delirar, Andreza tu és uma mulher e tanto eu sou tão sortudo por te ter ao meu lado, querida, minha querida como te amo, deixa-me mostrar como te amo.
- Ahhhh, Sam faz-me o favor, diz como sou inteligente, mostra-me como tu me queres, ama-me sempre. – e ele mostrou desde a ponta dos pés até aos meus olhos e testa onde plantou diversos beijos, dizendo-me como eu era a melhor de todas as mulheres que não havia ninguém como eu, o meu ego estava nos píncaros o que fez com que me soltasse e fizesse uma coisa que tinha vontade à tanto tempo, deitei-o na cama e beijei-lhe o corpo todo, subi pelas suas pernas acima e agarrei o seu pénis, olhando-o, lambi-o de cima a baixo, e depois meti-o na minha boca, chupando-o, Sam gemia e agarrava-me o cabelo com as duas mãos, - Andreza tu és mesmo a melhor companheira que eu podia encontrar – as suas palavras e os seus gemidos ainda me davam mais vontade e o que pude meti na boca e o que não cabia acariciei com a mão, sentindo com a outra os seus testículos pesados, - anda cá – disse-me, agarrando-me voltou-me por cima dele ao contrário  e mais uma posição do livro da biblioteca de Monticello, eu chupava-o a ele, enquanto ele me lambia e chupava na minha intimidade, - ai Sam, tão bom, tão bom, oh o que tu me fazes – sentia-me uma devassa, não sabia se todos os casais faziam isto, mas se não fizessem não sabiam o que estavam a perder, queria-o dentro de mim , queria comandar eu aquele amor e ele sentiu, e quando me virei para ele para o montar sorriu-me daquela maneira terna que só um homem que se sente muito homem sorri para a sua parceira – sou todo teu, faz o que quiseres – beijei-o, meti-lhe a minha língua a explorar aquela boca maravilhosa que beijava como ninguém, - a tua boca é linda, Sam tens uma boca linda – disse-lhe e montei-o, fomos os dois numa cavalgada louca, deitei-me sobre ele os meus seios a roçarem o seu peito, naquela fricção doida, suados, carne com carne, levantei-me, não deixando nunca que os movimentos amainassem, levantei os meu braços no ar como se fosse sair do meu corpo ele agarrou-me os seios, beliscando-me os mamilos e naquele frenesim senti-o endurecer dentro de mim e os músculos do meu corpo endureceram também e senti a onda maior de prazer que já tinha sentido até aí… caí por cima dele exausta, sôfrega e ele agarrando as minhas nádegas, passeando as suas mãos pelo meu corpo – Andreza – falava com dificuldade – Andreza amo-te daqui até à lua e se houver mais espaço para lá o meu amor vai mais além. - Deitada em cima dele satisfeita, era a mais feliz das mulheres, aquele era o meu homem, o meu amor para toda a vida.

Onde Tu Fores... IreiOnde histórias criam vida. Descubra agora