XXXVI

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Os dias passaram Sam melhorava a olhos vistos, a sua família cherokee acolheu-me da melhor forma, o seu tio águia no vento, apresentou-me ao cacique “canoa arrastada”, um valoroso guerreiro pelo lado inglês, embora as suas afeições não fossem assim tão férreas eles sentiam como nós , infelizmente sabíamos, que os negros os nativos e as próprias mulheres não eram a prioridade nem para os ingleses, e também não para os Americanos.
Esta gente tinha as suas próprias tradições, viviam do que a terra lhes dava, trabalhavam arduamente de sol a sol, não tinham muito e mesmo assim eram felizes, Pulaski depois de algum tempo connosco partiu, despediu-se de mim com um forte abraço, dizendo que tinha feito uma amiga para a vida e que esperava vir a encontrar-me em mais ocasiões, mas Washington esperava por ele, despediu-se de Sam eu não fui junto, para que ele estivesse à vontade, mais tarde Sam disse-me que o tinha abraçado com todo o cuidado e sem mais palavras de lágrimas nos olhos, se tinha ido, fui até ao fim da aldeia com ele e senti uma ponta de tristeza por o ver partir, ali ia um homem com mente própria no que acreditava ser verdade e mantinha-se com ela, ainda me  dissera antes de partir que a minha felicidade com Sam o permitia ser feliz mesmo nas circunstâncias mais desfavoráveis.
Uma das manhãs em que saí da tendas das mulheres, encontrei Moara, tia de Sam, com um sorriso radioso, perguntei-lhe porque estava tão feliz e ela apenas apontou para a tenda onde estava Sam, fui com ela no meu encalço e ao entrar deparei-me com Sam de pé com uma mão no ombro de Águia e outra em Sapo fresco, seu amigo de infância, com um sorriso de orelha a orelha.
-oh, Sam que bom, já te sentes bem para caminhar? – perguntei-lhe indo até ele de braços estendidos para o agarrar.
- Muito bem, vem cá – largou o tio e o amigo e caminhou muito direito para os meus braços – vês  já estou pronto para outra. – disse a rir-se.
- Jesus homem, não digas isso nem a brincar, que diz Pejuta wischasha, já podes sair da cama? – olhou-me e beijou-me a face.
- Sim já posso sair desta cama e entrar em outra, diz que essa parte também faz parte do processo de cura. – resfolegou de riso.
- Hum, homens, só acredito se eu ouvir da boca dela.
-Tu não a percebes. – continuavamos a andar para a rua.
- ah! Percebo sim, já sei algumas palavras e a linguagem por gestos é também muito eficaz—esclareci. Sam encandeou-se com o sol, o dia estava um pouco frio, mas o sol brilhava.
-Queres voltar para dentro? – parecia que não conseguia abrir os olhos.
-Não, quero caminhar, vens comigo?
- Sempre! – E  lá fomos devagar, ele sendo saudado por todos, agarrado aos meus ombros fomos andando Moara chegou perto de nós e deu-me um pequeno cesto com frutas e umas mantas, vi Pejura sentada à porta da sua tenda com um sorriso enorme na sua boca desdentada, na noite anterior tinha andado à minha roda falando coisas que eu não percebia, tinha um cachimbo e ia mandando baforadas de fumo aliviando-o no ar com as mãos, quando por fim se ajoelhou a minha frente com as mãos assentes no meu rosto, disse algumas palavras que seriam boas palavras porque disse-as a sorrir, ainda perguntei a Moara o que ela tinha dito, esta simplesmente sorriu e disse-me:
- Pejura é conhecedora do corpo e do espírito, diz que tens a alegria da vida dentro de ti. – focou os seus olhos doces nos meus e eu olhei de uma para a outra, não entendo, mas agradeci.
- Aho – e beijei-lhe as mãos que cheiravam a ervas e fumo. – Pejura saíra assim como entrara, como se flutuasse no ar. Era mística, uma Linaka Maka  como Sam lhe chamava, a própria mãe terra.
Chegámos perto do pequeno riacho, Sam respirava devagar, mas já muito melhor, estendi as mantas e sentamo-nos com os pés ao sol e a cabeça à sombra estava um belo dia de Outono.
- Cansado? – perguntei-lhe.
- Não, e tu? – elevei a sobrancelha. – Eu estou bem. Durmo muito bem, quer dizer sinto a tua falta na minha cama, mas durmo uma noite inteira.
- É se eu tivesse estado na tua cama talvez já tivesses sentido.
- Sentido? Sentido o quê? - Ele chegou-se para mim e puxou-me para que me deitasse com ele. Colocou um braço por baixo de mim. – cuidado,  não podes colocar o teu braço assim, principalmente deste lado. Espera eu vou para o outro lado—dei a volta e deitei-me por cima do seu braço direito. E ele agarrou-me com o esquerdo.
- Bem não sou canhoto, mas o que quero há tanto tempo fazer acho que me ajeito com as duas mãos – beijou-me os lábios, - tenho tanto desejo por ti, sinto que os meus tomates vão explodir a qualquer hora—e deu uma gargalhada, beijando-me o nariz.
- Que coisa para se dizer Sam, num momento romântico – bati-lhe ao de leve no rosto, mas sorrindo também, gostava desta parte incivilizada dele, gostava demais, senti os meus peitos duros de desejo e uma pontada entre as minhas pernas, agarrei-me a ele, com vontade e passei as mãos pelas suas nádegas rijas, senti o seu sexo bater de frente com o meu, desejei tanto, tanto que me doía. – ah Por favor, toca-me. – e ele assim fez, levantou-me as saias e passou a sua mão pelas minhas pernas arrepiadas, até que me encontrou sedenta por ele.
- Tão húmida, tão suave, tão minha. – e com a mestria de um homem que conhece o corpo da sua mulher fez-me ir às estrelas e voltar por entre beijos de língua, e suspiros vindos do fundo da alma, não me preocupei com mais nada, não queria saber se me ouviam, era o meu homem que estava ali no meu abraço que me fazia sentir a mais feliz das mulheres.
- Anda agora tu – disse-lhe ainda aturdida.
- Não. Ficamos assim, estás bem? – disse passeando as suas mãos pelo meu corpo,  tinha os seios pesados fora do corpete do vestido, que estava dasabotoado até à cintura, as saias  no ar, sentia-me com coragem para tudo e sem o deixar reclamar subi para cima dele e coloquei-o dentro de mim,  devagar de início, subindo e descendo, rebolando, agarrada aos seu braços, não lhe podia tocar no peito só ao de leve, sentindo os seu pelos nas palmas das minhas mãos ouvia-o respirar acelerado, olhei-o –
-Anda Sam, anda comigo diz que me amas, diz que és meu, só meu, que nada nem ninguém te tirará de mim, anda Sam – e em uníssono chegamos ao nosso limite ele agarrou-me soltando as amarras do desejo e como um barco seguindo o curso de um rio onde o sangue vai fervendo numa explosão de sentidos, num movimento frenético elevou as suas nádegas para entrar mais em mim e exalou fortemente uma,  duas, três vezes, seguido de
– oh meu deus.. – deitei-me com cuidado sobre o seu corpo, o seu coração batia forte , tocando-lhe na face, delineando os seu lábios tão bem desenhados, o meu coração sentia-se irreversivelmente unido a ele, a urgência primitiva que nos assolou, agora desaparecia deixando-nos lânguidos  e pesados, saí de cima dele mas sem nunca o largar abraçou-me e com o queixo por cima da minha cabeça – Andreza, não o sentes dentro de ti? – fiquei confusa, ele já tinha saído dentro de mim,  e ri-me
- Já senti, Sam agora já não estás dentro de mim – levantei a cabeça, olhando-o beijei-lhe os lábios e vi mais  do que senti nos seus olhos  e no carinho das suas mãos no meu rosto, uma aflição de um segredo por contar – o que foi? – juntei a sua mão à minha.
- Quero dizer se não sentes o nosso bebé dentro de ti?
- O nosso bebé? – desviei-me um pouco dele, mas ele manteve-se naquele abraço.
- Sim, Pejuta diz que pode acontecer, ela diz que estás grávida de mais de dois meses, não te faltaram as regras, hum? – perguntou-me docemente.
- Bem sim, mas isso sempre me aconteceu, quando vivo alguma coisa com sentimentos muito fortes, aconteceu-me quando o papai faleceu, estive muito tempo sem as regras descerem, mas Pejuta disse-te que eu tenho um bebé dentro de mim? Será possível? – e coloquei a minha mão sobre a minha barriga.
-Os teus seios estão mais pesados, os mamilos mais escuros, nunca tiveste mal estar durante este tempo?
- Bem sim, é como te digo pensei que era tudo efeitos do que estava a viver, mas um bebé? – sentia a cada minuto que passava a alegria trespassar-me, deveras emocionada sentei-me a olhar para a minha barriga, ao mesmo tempo que olhava extasiada para Sam, que estava com um lindo sorriso no rosto, sentou-se com esforço, rodeou-me os ombros, beijou-me a testa.
- Sou o mais feliz dos homens. – e abracei-me a ele a chorar, lágrimas de alegria, agora compreendia a conversa de Moara e os gestos de Pejuta .
- E eu a mais feliz das mulheres. Deste-me o mundo Sam, o teu amor, a tua vida, e agora um filho, amo-te para todo o sempre. – e assim feliz renovamos os nossos votos de amor, querendo-nos um ao outro como da primeira vez em Monticello.

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