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"Vou cuidar de você.
Você faz parecer que é mágica,
Porque eu não vejo mais ninguém além de você."

— EARNED IT, The Weeknd

E R O S

Fazia uma semana desde que descera ao Mundo Mortal, desde que meus olhos se depararam com Psiquê DiLaurentis, a mortal mais linda de que já tivera conhecimento. Eu não conseguia admitir, mas estava preso a ela, à sua lembrança.

Era loucura não cumprir uma missão da minha mãe.

E ainda mais mentir a ela.

Afrodite não era fácil de se enganar, mas tinha de funcionar, porque eu não conseguia tirar ela da cabeça. Eu queria decifrá-la. Eu queria prová-la. E eu era doido de querer me envolver com uma missão.

Mas eu vinha tentando me desvencilhar da ideia... sem sucesso. Além do mais, não podia deixá-la com minha mãe por aí, podendo fazer coisas muito piores com ela, do tipo que fazia minhas flechas parecerem inofensivas. Sua inveja a levava longe.

Porque era isso que me fizera chegar até aqui. Psiquê não era dona de uma beleza comum. E eu precisava urgentemente sair do conforto do meu apartamento para encontrá-la, porque eu já não aguentava mais.

Por esse motivo, estava onde estava.

E desencostei da parede externa de tijolos vermelhos da universidade assim que avistei ela passando pelo corredor e adentrando uma porta dupla de carvalho escuro, com alguns livros na mão. Sem delongas, segui-a, me deparando com uma enorme biblioteca quando entrei no espaço.

Dois andares de muitas estantes.

Lugares rústicos não costumavam chamar a minha atenção, mas esse era especialmente belo. Passava um ar de que coisas incríveis já aconteceram ali dentro. Eu — não sei se felizmente ou infelizmente — sentia o sexo. Às vezes, era excitante. Às vezes, inconveniente, como agora.

Geralmente inconveniente.

Sentir se alguém estava excitado era tão irritante quanto perfeito para certas ocasiões. Irritante no sentido de nerds punheteiros. Perfeito no sentido de quando estava dando um trato em belas mortais.

Eu também causava isso quando entrava no mesmo ambiente que eles, mortais. Talvez por isso alguns deles me olharam como se eu fosse um troféu, com sorrisos maliciosos e olhares melancólicos nos rostos.

Eu não podia negar que não era.

Psiquê estava entregando um de seus livros para a bibliotecária, com a sua amiga loira ao lado, então, se virou e disse algo para a garota, logo se direcionando a algumas estantes do primeiro andar, o nosso.

Com as mãos nos bolsos e um sorriso de quem não queria nada, passei pela sua amiga e fui direto até onde Psiquê se locomovera. Reparara no olhar de cima a baixo que a mortal me lançou, talvez querendo soltar um assovio.

— Olá — disse com um sorriso para ela, que vasculhava uma estante que dava de frente para uma sala de convivência com sofás verde-vivos.

Ela me olhou de volta e, quando notou que era eu, ficou estática por um segundo.

Mas logo um sorriso genuíno moveu seus lindos lábios carnudos.

Eu não deveria estar ali, mas estava.

Eu não deveria estar fazendo aquilo, mas fazia.

Psiquê DiLaurentis era meu enigma, e eu nunca os deixava sem resolvê-los.

Eros: Um amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora