"Você parece tão legal quando você está me observando.
Vamos causar um pouco de confusão.
Oh, você me faz sentir tão fraca.
Eu aposto que você beija seus dedos
Antes de eles tocarem minha bochecha."— TROUBLE, Halsey
P S I Q U Ê
Me mudara de Peoria havia pouco mais de um ano para ir cursar Filosofia em Chicago, na UC. Dera graças a Deus quando isso acontecera, porque eu sinceramente não aguentava mais minha família, os DiLaurentis. Eles ficaram chocados quando eu dissera o curso que queria. Só sabiam que eu queria ir para Chicago, onde estava uma das melhores universidades do país.
Em parte, era por isso mesmo que meu sonho era ir para lá. Em outra, era para me ver livre deles.
Eu não suportava a minha família. Ela era uma daquelas famílias perfeitas onde todas as filhas deveriam se casar. Minhas irmãs, Cassidy e Karen, ambas mais velhas do que eu, eram piores que minha mãe, Shalley. Queriam tudo à perfeição, tinham de casar cedo. Foram mimadas quando mais novas.
Minha mãe tentara fazer o mesmo comigo, a caçula, mas eu felizmente a impedira. Quando ela vira que eu não era igual às minhas irmãs, desistira de primeira. Eu claramente era uma decepção para todos eles.
Lembro de quando eu dissera para eles que eu estava namorando com Kurt. Eles fizeram uma festa. Sim, uma muito grande. Para todos seus amigos, já que eu não tinha nenhum. Nossa família era muito reconhecida em Peoria, meus pais tinham dinheiro, por causa da imobiliária. Eram donos de quase toda a cidade.
Eu os odiava.
Porque não eram eles mesmos nem com os outros, nem com a família. Eram de dar nojo, só se importavam com dinheiro e casamento. Aí, quando terminara por vontade própria com o idiota do Kurt, eles ficaram tão decepcionados que não falaram comigo por uma semana. Então, depois, quando tudo voltara ao normal, tentaram me empurrar para um monte de caras ricos e mimados como eles. E aí eu me mudara, para meu infinito alívio.
Ligava só uma vez ao mês para eles.
Meu pai, Henry, era o que mais dava para ter uma conversa civilizada. Mesmo assim, era ganancioso como ninguém.
Lembro também de ter perguntado por que as minhas irmãs tinham nomes de verdade e eu não. Ela dissera que não lembrava; que só viera na sua cabeça. Bem, comigo ela era sempre assim: simplesmente não se importava.
Felizmente, eu estava agora a mais de duas horas de Peoria e agradecia todo santo dia por isso.
Dei um gole no meu martíni e folheei a página do livro de mitologia greco-romana. Que lugar melhor para se ler um livro em paz que não em um bar em plena terça-feira? Eu desconhecia.
Eu estava na parte de Ares e Afrodite, que tiveram quatro filhos: Fobos, Deimos, Anteros, Harmonia e Eros, sendo o primogênito. Eles foram encurralados em uma armadilha feita por Hefesto, marido de Afrodite, no meio de uma transa, daí seus filhos.
Afrodite estava cansada da ausência do marido e, então, o traía com Ares.
Suspirei antes de ir direto para a página de Eros, deus do amor, do erotismo, do sexo... e afins. Como Eros havia me dito. Conforme ele crescia, fora se revelando um deus de beleza ínfima. Na mitologia, ele era representado como um deus muito belo, ganhando de todos os irmãos nesse quesito.
Ele possuía asas e se divertia no que era chamado de Mundo Mortal, fazendo pessoas se apaixonarem, usando de suas flechas. Às vezes, ajudava Afrodite em algumas missões.
Dei mais um gole no martíni. O bar estava vazio na terça de tarde — sim, a primeira coisa que fizera quando saíra da aula fora vir até aqui, com o livro em mãos —, o que estava colaborando muito para a leitura.
Meus olhos eram rápidos nas palavras.
Em uma das últimas linhas sobre Eros, falava sobre uma missão. Sua mãe mandara ele flechar uma mortal com um monstro, a mais feia das criaturas que perambulavam entre os Mundos. Mas ele fracassara.
Fui para a página seguinte.
Não dizia mais nada.
Já havia terminado a parte sobre Ares e Afrodite. Fiquei intrigada. Queria saber mais sobre o deus do amor. Dava a sensação de que eu estava aprendendo sobre Eros, o real, e não o mitológico.
Terminei o segundo martíni do dia e olhei para o meu celular.
Desbloqueei a tela e fui até os contatos.
Cliquei em Eros e chamei.
...
n/a: o que cês acharam das atts? tão curtindo?
porque eu tô :)
até quinta mozamores, obrigada a todos que estão acompanhando EROS
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eros: Um amor proibido
FantasíaQuando recebeu sua missão como deus, Eros definitivamente não esperava por ela. Psiquê Di Laurentis é conhecida pela sua determinação e foco nos estudos - afinal, o curso de Filosofia é tudo com que sempre sonhou. Porém, o que mais chama a atenção d...