Kakashi
Minha cabeça doía, alguns flashs do pesadelo que Itachi me fizera viver varias e varias vezes atingiam minha mente, e meus olhos pareciam arder conforme eu os abri. Minha audição voltara a funcionar e isso me ajudava a perceber que havia pessoas a mais naquele local comigo.
— Que bom que acordou. — A voz de Tsunade me trouxe de volta a realidade. — Estávamos preocupados.
— Aonde eu estou? O que esta acontecendo? — murmurei enquanto me sentava, com dificuldade, na cama. — Cade Yuriko? — Asuma, Kurenai, Jiraya e Tsunade se olharam.
— Ela foi levada. — Jiraya disse por fim. — Está bem, ate onde pude ver, mas esta com a akatsuki.
— Quando foi que isso aconteceu? — perguntei preocupado.
— Uma semana. — Tsunade respondeu. — Asuma te trouxe e algumas horas depois quase um dia Jiraya trouxe Sasuke.
— Aconteceu com ele também? — perguntei para o sannin que assentiu preocupado.
— Quando cheguei Itachi já estava la, Naruto estava paralisado, Sasuke estava jogado contra a parede com Itachi em cima dele e Yuriko estava no colo do cara azul.
— Como esta Sasuke? — Minha cabeça estava rodando, eu não conseguia pensar em mais nada além da Yuriko em mãos inimigas à uma semana.
— Acordou agora pouco também. — Assenti. — Que jutsu foi esse?
— Ele disse que era o Tsukiome, o reino dos pesadelos. — Só falar disso já era torturante. — Acho que se eu tivesse ficado um pouco mais naquele genjutsu.
— Você não estaria aqui. — Tsunade me cortou. — Yuriko esta nas mãos de pessoas extremamente habilidosas e loucas.
— Ela sabe se defender. — Asuma murmurou. — Foi pega de surpresa, acho que ela não esperava ver Itachi.
—Não acho que ela tenha muito poder quando o assunto é Itachi. — Joguei o lençol para o lado, tudo o que eu queria agora era ir atrás dela. — Precisamos acha-la.
— E vamos, quando você estiver apto a sair dessa cama. — Revirei os olhos mas assenti, não tinha condições para discutir com Tsunade neste momento.
Yuriko
Já se faziam uma semana, no mínimo, que eu estava trancada na minha cela, ou quarto como Itachi insistia em chamar. Todos os santos dias ele entrava por aquela porta e trocava minhas ataduras, me trazia algo para comer e me perguntava como eu estava, todo santo dia eu sentia meu coração bater mais forte por ele. Meu coração é um traidor, como pode gostar de alguém tão cruel?
— Mas que merda — murmurei ao ouvir a lamparina cair no chão. A chuva havia começado a algum tempo, eu não imaginei que ela ficaria tão forte. — Droga de vento — murmurei. — Itachi? — gritei, não estava afim de sair do quarto, dar de cara com o homem-tubarão não era o meu sonho de princesa.
Esperei alguns minutos, e não recebi nenhuma resposta, então resolvi eu mesma ir atrás de uma lamparina, estava fazendo frio e eu não ia passar a noite congelando. Aquela toca era bem mais escura do que eu imaginei, minhas mãos tateavam as paredes rochosas, eu sei que havia uma sala aqui perto. O som dos meus passos deviam ser o único som aqui, mas eu tinha certeza que havia mais que apenas meus passos aqui.
— Quem está ai? — perguntei ativando meu Byakugan, coisa que eu deveria ter feito desde o momento em que eu sai do quarto. — Meu Deus! — A figura grande se encontrava na minha frente, mal tive tempo de levantar os braços e já me encontrava contra a parede.
— Yuriko. — Aquela voz grossa só podia ser de uma pessoa.
— Itachi? — perguntei assustada. — O que você está fazendo aqui?
— Você gritou meu nome. — Ele respondeu de forma obvia.
— Você demorou, pensei que não viria. — Só agora eu fui perceber o quão perto ele estava de mim, seu corpo estava prensando o meu contra a parede e sua mão segurava meu braço, sua respiração batia forte contra meu rosto. Ele estava perto demais.
— Obvio que eu ia vir, pensei que você estivesse com problema. — Ele sussurrou. Por que ele estava sussurrando? Por que eu sentia ele se aproximar?
— Minha lamparina quebrou. — Eu ouvi um som abafado, quase como uma risada, sair da boca dele. — O que foi?
— Você quase me matou do coração. — Eu pensei em perguntar o que ele queria dizer com aquilo, mas seus lábios me impediram de proferir qualquer outra palavra que seja, eles se grudaram nos meus com intensidade.
Eu nunca admitiria, mas a sensação dos lábios dele nos meus era algo com o qual eu sempre sonhava, eu passava e repassada o beijo em seu quarto tantas vezes que eu podia dar detalhes pequenos, mas nada se comparava à realmente sentir seu lábio contra o meu, seu beijo era um pouco mais selvagem do que eu me lembrava, mas a primeira vez éramos apenas duas crianças, não havia sido nada além de um toque de lábios, na primeira vez sua língua não se atreveu a entrar em minha boca, diferente de agora.
Eu não sei porque eu dei passagem, mas assim que senti sua língua contra meu lábios eu os abri e abracei carinhosamente com a minha, ela era quente e macia, e se encontrava perfeitamente com a minha, me causava arrepios e calafrios por todo o corpo, e meu estomago parecia estar em festa, coisa que só piorou quando seus dedos traçaram meu braço nu subindo ate minha nuca, à qual ele segurou firme.
Seu beijo não era violento, mas era firme, não era apenas desejo havia algo ali, quase como uma saudade, seu corpo todo estava jogado contra o meu, eu sentia cada parte dele, seu tórax duro e quente, que subia e descia descompassado, eu senti sua perna entre as minhas e algo um pouco acima do meu quadril que estava mais duro do que deveria, mas mesmo assim seu dedo acariciava minha nuca enquanto a outra mão segurava meu rosto delicadamente. Eu estava me entregando à ele, e não deveria.
— Para. — Reuni forças, que não imaginei que teria para empurra-lo pata longe. — Quem te deu o direito de me beijar? — perguntei com lagrimas nos olhos. Eu queria chorar, de raiva dele por ter invadido meu espaço e raiva de min porque eu queria de novo, eu queria mais e eu tinha gostado. — Nunca mais faça isso.
— Yuriko. — Eu levantei a mão como um sinal para que ele não falasse nada.
— Você não tinha o direito — murmurei. — Eu não quero que você chegue perto de mim. — Era mentira, é claro. Eu o queria perto, droga eu o queria colado em mim, mas como eu posso desejar tanto um homem como ele? Calma Yuriko, isso vai passar, é apenas algo do momento, sua idade, talvez você só esteja pirando por estar presa a mais de uma semana, eu só preciso pensar em como sair daqui, e vai ser logo.
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A Herdeira
Фанфик"Você me mostrou o que é o amor ao mesmo tempo em que me ensinou o que é o ódio" Quando os pais de Yuriko Uchiha voltam para a aldeia depois de tantos anos sendo renegados, a jovem herdeira de duas das mais poderosas famílias do local começa uma vi...