Killer Bee

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Yuriko

Quando eu acordei na manhã seguinte, Itachi já não se encontrava na cama, nem na cabana, eu sabia que ele iria, e foram apenas dois dias mas, eu já sentia a falta dele. Eu precisava seguir em frente e ele precisava de informações. 

Como eu não tinha a minima ideia de aonde Killer Bee estaria, ou como ele era, resolvi começar a procurar nos arredores da Vila Oculta da Nuvem, eu ia demorar um pouco para caminhar do País do Fogo até o do Relâmpago, e mesmo assim isso foi o que menos me preocupou, minha mente estava atormentada com o fato de que agora, a qualquer momento, eu poderia ter que enfrentar algum de meus companheiros, meu coração se despedaçou quando fui obrigada a riscar o simbolo da folha em minha bandana.

Uma lágrima escorreu por meu rosto.

 — Hey yo, por que chora garotinha tonta, garotinha boba? — Limpei as lágrimas que escorriam e levantei minha cabeça, que nem lembro de ter abaixado.

— Oi? — Aquele cara estava falando enquanto rimava? Que tipo de pessoa era ele? — Eu só estou triste — murmurei.

— Por que está triste? — Ele era um cara estranho, velho, na casa dos 30 anos, sua pele era morena e seu cabelo branco, usava um óculos e carregava muitas espadas.

— Eu estou sem casa, sem companhia, sem dinheiro, sem comida e em uma missão que é basicamente suicida — desabafei encostando minha cabeça na arvore atrás de mim. O que deu em mim para dar tanta liberdade para alguém que nem ao menos conheço?

— De que Vila é?  — Ele se sentou ao meu lado e sorriu, tinha um bloco de notas na mão e uma caneta. Estiquei meu pescoço e deixei a mostra minha bandana. — Ah, renegada yo! — Enfiei minha cabeça entre meus joelhos. Parecia doer mais quando eu ouvia aquela palavra ser redirecionada a mim. Como Itachi aguentou tanto? Por tanto tempo? — Que crime você cometeu? Boba, idiota! — Ele tinha que parar de me chamar de boba, idiota eu realmente era, mas boba é demais.

— Sai da vila atrás do homem que eu amo, mas eu estava proibida de fazer isso. — Homem que eu amo, tudo bem, eu nunca tinha usado essa palavra, mas eu o amava, eu disse 'eu te amo'. —mas digamos que ele também não é um ninja muito bem visto na nossa vila.

— Yo você ama um bandido? Boba, idiota. — Talvez eu realmente seja boba. — Se você está fora da Vila, em que missão está?

— Não sei se posso confiar em você. — Cerrei os olhos. — Estou atrás de alguém.

— Vai matar alguém? — Dei risada enquanto negava. — Quem é a pessoa?

— É da Vila da Nuvem, eu não conheço ele na verdade... — Senti ele ficar tenso ao meu lado, provavelmente porque ele era de lá, a bandana dele deixava isso bem claro, e como eu não via nenhum risco ali podia dizer claramente que ele ainda vivia lá. Eu sabia o risco que eu estava correndo. Mas o que eu podia perder com isso? — Tudo bem, que tal a gente conversar? — Em um piscar de olhos uma de suas espadas estavam contra meu pescoço. Pelo jeito a coisa que posso perder é a minha vida, justo isso, que eu saiba eu só tenho uma.

— Quem é você e o que você quer?

— Eu só quero conversar, preciso encontrar alguém chamado Killer Bee. — Eu levantaria minha mão em sinal de rendição, mas não estava querendo morrer agora.

— Yo, você o encontrou. — Que tipo de sorte era a minha? Sem esforço encontrei quem eu procurava, mas sem esforço o fiz colocar uma espada contra meu pescoço. Agora sei como Itachi se sentia.

— Eu não pensei no que eu faria em seguida. — Até mesmo engolir minha saliva estava difícil. — Você poderia se afastar um pouco? Olha pra mim eu realmente não sou uma ameaça pra você. — Eu não queria fazer isso, mas minha segurança em primeiro lugar, e quando eu o vi me analisar de cima a baixo consegui ser rápida o suficiente para colocá-lo em um genjutsu.

Bee, acorda! — Por um segundo eu o vi, era grande, marrom e simpático.

— Meu Deus ele é real, vocês são reais, meu Deus ele é enorme. — Falei tudo muito rápido e isso pareceu divertir ele.

— O Hachibi gostou de você, boba, idiota. — Arregalei os olhos mas logo depois sorri e senti ele abaixar a espada aos poucos. — O que você quer com a gente?

— Eu quero ajudar vocês na verdade, enquanto recebo a ajuda de vocês. — Me ajeitei, tentando não me mexer muito, quanto menos eu me mexesse menos eu chances de ter minha vida tirada.

— Nos ajudar como? — Ele franziu o cenho.

— Pode parecer uma loucura o que eu vou dizer, mas esses dias eu sonhei com um senhor que me pediu para vir atrás de vocês, sabe os que tem as bijuus.

— Que senhor?

— Hagoromo, ele era um senhor muito estranho com chifres e uma roupa velha.—  Tive a ligeira impressão de que enquanto eu falava com ele não era escutada.

— Hachibi quer conversar com você. — Franzi o cenho, como isso ia acontecer? — Estica a mão. — Ele sorriu de modo acolhedor enquanto me estendia seu punho.

— Olá mocinha! — Arregalei meus olhos, eu estava de frente com um polvo gigante que tinha chifres. Chifre é algo comum assim?

— Olá, como eu te chamo? Ou seu nome é mesmo Hachibi? — Ele pareceu surpreso com minha pergunta.

 Meu nome é Gyuk  — Balancei a cabeça e sorri. — Você falou mesmo com o senhor Hagoromo?

Pelo menos ele me disse que esse era seu nome. — Dei ombros. — Você conhece esse senhor, Gyuk?

Senhor de pele morena, olhos brancos e um chifre? —  Assenti. — Ele me deu esse nome, ele me deu vida, assim como para os outros oito. Acha que eu consigo falar com ele? — Se algum dia eu tive duvidas se eles tinham algum sentimento, ela havia se dissipado agora mesmo. Aquele olhar, aquela voz fraca e falha. Ele estava com saudades.

— Eu não sei, ele veio até mim em um sonho. — Dei ombros. — Disse que eu deveria ir atrás de todas vocês e protegê-las de uma guerra que vai começar.

Que guerra? Eu não estou sabendo de nenhuma guerra — Balancei a cabeça. Nem eu estava sabendo, o cara morto era vidente.

— Bom, ainda vai acontecer. — Ele balançou a cabeça. — Sabe a Akatsuki?

Não muito.

— Bom, eles estão atrás de vocês, eu tenho um espião lá dentro e ele me disse que logo vão começar a raptar os Jinchurikis para a captura das bijuus.

Então você quer nos capturar primeiro?  — Não sabia aonde eu havia errado para passar essa impressão, mas acredito que seja com isso que todos eles estão acostumados, por essas e outras coisas que eu sabia que não seria assim tão fácil concluir essa missão, não sem ajuda desse grandão aqui.

— Não, claro que não! — Balancei minhas mãos freneticamente. — Eu queria reunir vocês de forma amigável, proteger vocês, mas a verdade é que eu não sei como vou fazer isso, proteger vocês.

Eu sei de um lugar , nós sabemos — Eu não sei bem  quando isso aconteceu, mas quando eu olhei Bee estava e cima da cabeça de Gyuk, sentado como se aquilo fosse a coisa mais confortável do mundo. — Agora, o único problema vai ser reunir todas nós.

Eu sei, vocês são muitas e bem, são poderosas. — Ele negou sorrindo.

Não é bem disso que eu estou falando, dois de nós são bem avessos a regras e pessoas. —  Tenho certeza que Kyubi era um deles. — Shukako e Kurama são realmente difíceis de lidar, e pelo que eu saiba o Jinchuriki do Shukako é bem instável.

Gaara, eu conheço ele, é um bom menino mas a Aldeia via ele como uma arma de guerra. — Bee sorriu de modo triste. — É assim com todos vocês, eu imagino. Kurama deve ser a Kyubi. — Os dois assentiram. — Vai ser um pouco mais difícil, mas acho que consigo convencer Naruto a vir comigo.

— Yo, então podemos levar você, ajudar você boba, idiota. — Revirei meus olhos e sorri.

— Sou toda de vocês.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora