Konoha

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Yuriko

Eu quase deixei minha saudade falar mais alto, quando eu vi aquele monte com rostos esculpidos, as pessoas brincando e a área dos Hyugas eu quase cedi, mas o corpo de Itachi pesando em meus ombros me ajudou a focar no que eu realmente estava fazendo ali.

— Como vamos fazer para entrar? — Sasuke se virou preocupado. — Já seria difícil sozinho, carregando ele é quase impossível!

— Seria — admiti — mas Itachi conhecia alguns caminhos por aqui e ele me ensinou — murmurei.

— Tudo bem. — Ele se deu por vencido. — Para onde vamos então? — Com a cabeça apontei uma direção que ele conhecia muito bem. A vila dos Uchihas. — É claro. — Eu o vi revirar os olhos. — Como não imaginei. — Ele respirou fundo e arrumou o irmão no ombro e seguiu em frente.

Eu não conseguia imaginar o quão difícil era para ele ficar calado e me ajudar, eu sabia que tudo o que ele estava fazendo era por mim e não por Itachi, não pelo seu irmão. Ele estava confiando que eu tinha uma boa explicação para aquilo, e eu tinha, mas ainda não havia dado e a verdade é que eu não sabia quando eu conseguiria fazer.

— Você vai ficar bem aqui. — Apontei para o canto da sala. — E não importa o que veja ou I que aconteça, você não vai se mover. — Seus olhos vacilaram por um momento, ele queria me dizer que não o faria, mas eu sabia que meu olhar estava demonstrando que ali, ele não tinha nenhuma opção.

— Não acha arriscado ficar na sala da Hokage? — Foi tudo o que ele sussurrou.

— É ela quem viemos ver. — Me virei para a porta principal da sala, esperando que ela passasse por ali, me devolvendo a esperança.

— Acha que ele pode ser salvo ainda. — Aquilo não foi uma pergunta.

— Eu preciso acreditar que sim — confessei.

Eu sabia que qualquer movimentação na sala da Hokage chamaria atenção, mas no fundo eu esperava que seria ela quem entrasse ali para averiguar, e não um de seus velhos conselheiros. Não vou mentir, de certa forma me senti menos culpada apontando minha kunai para o pescoço daquela velha, provavelmente vacilaria ao ver os olhos de Tsunade.

— Eu sabia que um dia você se viraria contra nós. — Koharu debochou, se eu pudesse acabar com aquela velha. — Por mais que tenha sido criada com os Hyugas, você ainda tem o sangue sujo dos Uchihas correndo por essas suas veias. — Sasuke avançou um passo, mas parou assim que viu o fio de sangue escorrer pela pele enrugada da velha.

— Eu não estou aqui para a brincadeira — murmurei. — Quero a Hokage, e não me importo de te matar para conseguir isso.

— Eu não esperava menos de um membro de um clã de monstros. — Minha respiração estava descompassando, ficando cada vez mais pesada.

— Vocês quem criaram os monstros e agora fingem que a culpa é nossa? — Me aproximei mais e sem descuidar me coloquei atrás dela, ainda com a kunai firme contra seu pescoço. — Um bando de velhos hipócritas!

— E agora você voltou para nos matar? — O sarcasmo presente em sua voz me deixava enjoada, uma raiva tomava conta de mim e tudo o que eu mais queria agora era deixar com aquela lamina rasgasse a pele enrugada de seu pescoço.

— Vocês não são importantes, pelo menos não agora — murmurei. — Eu estou aqui atrás da Hokage, meu tempo vale muito e sua vida nem um pouco. — Senti seu corpo tencionar e relaxar no momento em que a porta do escritório foi aberta e por ela passou Tsunade, Danzou e Homuro, os três totalmente surpresos e assustados, nenhum deles falou nada, nem ao menos se moveram até que Sizune entrou no local com Tonton em seus braços, ela pareceu ser a primeira pessoa a notar Sasuke e Itachi no canto, sua boca se abriu e o barulho de surpresa advertiu os outros três do que realmente estava acontecendo ali.

— Yuriko, por que está fazendo isso? — Tsunade tinha sua voz firme, seus olhos castanhos focados no meu brilhavam de decepção, me doía pensar que eu a decepcionei de alguma forma.

— Eu estou fazendo o que eu preciso fazer. — Minha voz demonstrava menos certeza do que eu realmente tinha. Eu estava vacilando porque eu ainda os estimava. — Eu não vou enrolar... — Eu nem podia. — Não tenho tempo para isso. — Segurei com mais força o corpo de Koharu contra o meu, senti cada parte dele tremer. — Eu quero que você o salve. — Com a cabeça apontei para Itachi.

— Você quer que a senhora Tsunade ajude um ninja renegado? — Sizune parecia indignada, e eu a entendo.

— Quero que o salve, não que o ajude — bradei.

— Eu não vou fazer isso. — A loira se negou. — Sabe quantas pessoas ele matou? — Mesmo de canto de olho eu pude perceber Sasuke segurar o irmão com mais força.

— Diga a ela para ajudá-lo — murmurei para a senhora em meus braços, mesmo com tudo a meu favor ela não disse uma palavra. Koharu era dura na queda e isso já estava me irritando. — Diga a ela para salva-lo ou eu a mato.  — Os olhos de Danzou focaram em mim, pela segunda vez no dia eu senti aquele poder novo tomar conta de mim, eu não tinha o mínimo de controle sobre ele, mas de alguma forma ele estava funcionando e eu sabia.

Danzou caiu de joelhos, seus olhos fechados enquanto gritos aterrorizantes escapavam de seus lábios sem parar.

— Ajude ele, ajude agora! — Tsunade olhou para Homuro, o medo e a certeza em seus olhos enrugados a assustaram, mas foi o suficiente para que ela corresse até Itachi, o que me acalmou, assim como os gritos de Danzou.

— Primeiro Itachi! — gritei assim que vi Tsunade vacilar ao perceber que Danzou não estava recobrando sua consciência. — Vou deixar avisado apenas mais uma vez. — Agora eu sabia, nem minha voz e muito menos meu olhar vacilariam, eles estavam demonstrando toda minha certeza. —Eu não vou hesitar em machucar qualquer deles três se algo acontecer a Itachi. — Tsunade assentiu enquanto Sasuke, em um movimento mais esperto que o meu, correu até Danzou e o prendeu.

— Ele está muito machucado. — Ouvi Sizune sussurrar.

— O problema maior não está na ferida. — Meu ar faltou, eu vacilei e deixei que Koharu escapasse de meus braços, minha visão estava turva e minhas pernas bambas. — Yuriko, ele vai precisar ficar internado.

— Que seja. — Eu via apenas uns borrões, mas não podia vacilar agora.

— Como vou mantê-lo aqui?

— Conte a verdade a ela! — gritei para os dois conselheiros o mais alto que pude. — Diga sobre o que vocês o obrigaram a fazer, diga como seu antecessor obrigou uma criança de 13 anos a matar toda a família. — Ouvi Sasuke engasgar.

— O que você quer dizer com isso? — Tsunade parecia abismada.

— Você está acusando os conselheiros e o falecido Hokage, cuidado com o que diz. — Sizune advertiu.

—Ela está certa, já chega disso. — Homuro fechou os olhos, parecia relutar, talvez estivesse envergonhado? Quem sabe. — Salve o garoto, ele merece.

— Homuro! — Koharu gritou.

— Já não o fizemos sofrer o bastante? Ela só está pedindo para salvar a vida dele e não trazê-lo de volta para a Vila – eu estava muito feliz com o rumo daquela conversa, mas meu corpo parecia não aguentar mais nada, nem mais um puxar de ar, minha visão escureceu e dali a única coisa que eu via agora era Itachi.

Parece que ele também estaria comigo todas as vezes que fechar meus olhos...

GENTE ME DESCULPE, ESSE CAP TA PRONTO FAZ TEMPO MAS MINHA VIDA TA UMA DOIDEIRAAA VOU TERMINAR O PRÓXIMO E POSTAR LOGO

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A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora