Perdendo-me Em Ti

O SOL NASCEU - CAPÍTULO 24

Eu acordo e Ralph ainda está dormindo, não me levanto. Ele parece tão frágil e indefeso dormindo assim, calmo e sereno... fora por seu tamanho. Ele é literalmente, um grande homem. Alto, forte e muito, mais muito bonito. Nem acredito que um homem, assim como ele, pode se sentir atraído por mim, que sou nada mais, nada menos que eu. O encaro com tanto prazer que sinto meu rosto queimar. Se ele tivesse acordado, com certeza eu não teria a mesma atitude. Fico feliz por poder analisá-lo sem medo... ou não, já que ele se mexe e abre os olhos. Será que fui pega no flagra? Ele fecha o semblante e em seguida, dá um breve sorriso iluminando e aquecendo bem mais que minha alma. Que merda de reação foi essa?

— Bom dia, querida! — diz.

— Bom dia! — digo e sorrio suavemente. Ele então se aproxima e me dá um rápido selinho nos lábios.

— Dormiu bem? — pergunta com o rosto acima do meu e um de seus braços apoiado do lado de minha cintura. Perco o folego.

— Muito bem. E você? — pergunto nervosa.

— Muito, mais muito bem! — diz e me beija com uma intensidade matinal deliciosa e quando me dou conta, ele já está sobre mim, com os joelhos apoiados de cada lado de meu quadril. Eu gosto dos seus beijos... na verdade, eu tenho amado todos eles, mas eu tenho medo de onde ele pode nos levar, onde vamos parar. Eu tenho medo do que possa acontecer e esse sentimento é novo... esses sentimentos, na verdade, no plural. Até ontem, eu confiava em mim mesma, sabia que eu tinha o controle sobre mim, mas hoje, essa certeza desmoronou. Eu não sabia que beijar alguém fosse tão bom. Eu não tinha noção que um simples toque dele em minha pele fosse me causar arrepios nunca sentidos antes por mim. O medo também é uma sensação nova, porque até ontem, eu tinha certeza que nós não passaríamos de um simples contrato e hoje, estamos aqui, nessa cama. Juntos! — Está com fome? — pergunta.

— Muita. — respondo — Vamos descer?

— Sim, nós vamos. — diz e morde meu queixo — Mas antes... mais um beijo! — diz e eu sorrio, acenando a cabeça em confirmação.

Ficamos ali por mais alguns minutos, e suas mãos começam a passear por lugares indevidos. Apesar dessa atração que estou começando a sentir, ainda não me sinto pronta para um próximo passo e acho que ele percebeu, já que sai de cima de mim, se jogando ao meu lado da cama com as mãos na cabeça.

— Uf, acho melhor eu tomar um banho! — ele diz e eu concordo com a cabeça.

— Eu vou descendo na frente... eu... é... — gaguejo sem graça pela situação que é engraçada e constrangedora — Eu vou ajudar Karine.

— Você não vai para faculdade? — pergunta e me olha malicioso.

— Estamos liberados por duas semanas, se esqueceu? — digo já de pé — É o trabalho de apresentação federal... eles nos deram essas semanas para nos organizarmos.

— Claro! Eu havia me esquecido. — ele continua deitado e sem camisa, coberto apenas por um lençol. É a cena mais sexy que já presenciei na vida.

— Então... eu... é, eu vou descer! Te vejo lá embaixo. — digo e me viro para sair.

— Helena... — me chama e travo — Estamos sozinhos em casa... Eu dispensei Karine e todos os outros por alguns dias. Eu já desço para te ajudar no café.

— Ó, você os dispensou... — digo aflita — Ok... eu só vou adiantar as coisas por lá, então... e te espero lá embaixo, então.

— Tá! — diz — O que acha de um filminho mais tarde?

— Acho ótimo! — digo e sorrio e desço para preparar o café. Em pouco tempo, Ralph chega e veste uma calça de moletom cinza e uma camisa fina e branca. Uau! Ele é lindo até quando acorda.

Ele me ajuda nos últimos preparativos do café e tomamos tranquilamente, enquanto vemos o noticiário matinal.

A tarde é acompanhada por pipoca e sessões de filmes de ação, ou a metade dela, já que meu telefone toca e atendo.