PRIMEIRA VEZ - CAPÍTULO 51

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Tenho trabalhado muito para ocupar minha cabeça e manter-me longe dela, pois eu ainda a desejo e depois de saber que eu fui o primeiro a dar-lhe um beijo de verdade, a vê-la nua; nem que seja por breves momentos, ao sentir o gosto de sua pele, o p...

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Tenho trabalhado muito para ocupar minha cabeça e manter-me longe dela, pois eu ainda a desejo e depois de saber que eu fui o primeiro a dar-lhe um beijo de verdade, a vê-la nua; nem que seja por breves momentos, ao sentir o gosto de sua pele, o primeiro a levá-la ao cinema, o primeiro homem a andar de mãos dadas com ela, a primeira pessoa com quem ela dividiu a cama... me faz sentir como se ela me pertencesse. É uma sensação de posse que se intensificou depois que soube que ela era virgem. É como se fosse minha, totalmente e inteiramente, minha! E dar a ela a liberdade não tem sido tarefa fácil. Lhe dar o divórcio, não foi tarefa fácil. Foi a coisa mais difícil que fiz em mais de dez anos.

Hoje é sexta e fazemos um ano de casamento. Um ano desde que a vi naquele vestido branco, com mãos geladas e um rosto pálido. Faz um ano que assinei um termo que me unia a uma mulher que roubou minha sanidade, meu autocontrole, o meu foco em outras mulheres, mesmo quando eram elas a estrem na minha cama, não Helena. Era nela que eu pensava. Que roubou o meu coração e me fez ficar apaixonado de verdade, pela primeira vez em trinta anos.

Hoje ela tem uma festa pra ir e passarei sozinho, pois não estou disposto a sair de casa.

Abro a porta e entro e tenho a visão dela, deitada no sofá, adormecida. A analiso e penso que ela está atrasada para a festa, mas se acordar agora, ainda dará tempo.

Ela parece um anjo, dormindo serenamente. A luz dela sempre me atraiu!

Minhas mãos não conseguem se afastar dela e passo os dedos por seu rosto, sentindo seu cabelo macio, sua pele lisa e o perfume delicioso. Ela se meche e abre os olhos lenta, e eu, na primeira vez em anos, sinto-me constrangido. Ela se senta no sofá e me observa, enquanto a olho depressa e ando impaciente até a cozinha.

Pego um copo com água e bebo rapidamente, colocando mais água no copo em seguida. Ela aparece na porta e vem em minha direção em passos lentos e cautelosos.

— Está tudo bem? — pergunta e engole seco, me observando timidamente.

— Sim! — digo e controlo minhas emoções, mas não o físico, pois o copo estoura em minha mão pela pressão colocada.

— Por Deus! — diz se aproximando mais e arregala os olhos, pegando minha mão e analisando — Você se machucou? — abre minha palma e vê que não há cortes, mas limpa com as próprias mãos os farrapos de vidro de minhas mãos. Permaneço imóvel, com meu olhar nela, enquanto seu olhar está na palma de minha mão e meus pensamentos rodam em minha cabeça, mas parece que meus olhos me denunciam, porque ela me olha assustada.

— Você não vai para festa? — pergunto.

— Não. — diz e ela arranha o dedo no caco — Eu tenho aula amanhã.

Perdendo-me Em TiOnde histórias criam vida. Descubra agora