Era noite quando, Panja ouviu um barulho estranho. Kimba estava aconchegado ao lado de sua querida mãe. Panja saiu da caverna e observou os arbustos que dançavam lentamente com a brisa noturna. Eliza percebeu a agitação em Panja e o questinou.
- Por que está tão agitado, meu amor? -perguntou Eliza, enquanto se levantava lentamente para que Kimba não acordasse.
- A noite está, estranha. -disse Panja.
- A única coisa estranha hoje, é você deitado aí. Você não é de ficar tão longe de nós.
- Eu escutei um barulho estranho vindo dos arbustos.
- Deve ser algum animal.
- Deve ser.
Panja se levantou, acariciou Eliza e logo ambos se deitaram perto de seu pequeno filhote. Na manhã seguinte, o belo leão branco saiu para olhar ao redor de sua caverna. Na direção dos arbustos ele andou e lá encontrou várias pegadas, Panja sabia que aquelas eram pegadas de humanos.
Rapidamente, Panja alertou Eliza para que ela pegasse Kimba e se escondesse em algum lugar na selva. Sem questioná-lo, Eliza pegou Kimba e correu para dentro da selva.
Panja escutou um som estrondoso, assustado, ele correu em direção ao som. Ele viu Eliza caída em uma poça de sangue, e seu filho na mãos de um caçador, mas antes que pudesse reagir, um dos caçadores o atingiu com um dardo tranquilizante com uma quantidade absurda de sedativo, fazendo o belo leão branco cair em menos de um minuto.
- Onde estou? -se perguntava Panja, enquanto sentia o mundo balançar.
- Papai! -gritou Kimba. - Papai, você está bem?
- Filho, onde está a sua mãe? Onde está Eliza?
Aos tropeços, Kimba se aproximou e se aconchegou em seu pai. Aquela atitude de seu filhote o fez parar e pensar: "Aquilo realmente aconteceu... Eliza se foi."
- Eu prometo que vou estar sempre com você, meu pequeno Kimba.
O navio que estava transportando vários animais ilegalmente, sacolejava ferozmente com as investidas que as ondas davam. A tempestade em meio ao mar deixava os animais bem agitados, Kimba estava assustados com os urros e berros que escutava a cada sacolejada que o navio dava.
Após longos dias dentro daquela maldita embarcação, finalmente Panja sentiu o navio parar. Ele se levantou e se manteve na frente de seu filhote. Dava para escutar várias vozes de humanos lá fora, parece que haviam mais pessoas agora do que nos dias em que o navio sacodia de um lado para o outro em meio a tempestade.
Alguns homens entraram no compartimento de carga, onde se encontravam os dois leões brancos. Os homens estavam em uma espécie de uniforme, e carregavam armas enormes. Um homem se aproximou da jaula de Panja e se ajoelhou para olhar o animal de perto.
- Oi, garoto. Tudo bem? -disse ele. - Eu sou o tenente, Nick. Somos da marinha americana e vamos levar todos vocês de volta para suas casas.
O rapaz tinha uma aparência muito cativante, e aquilo fez com que Panja se sentisse mais tranquilo com a situação que o rodeava. O navio atracou nos Estados Unidos e os animais foram temporariamente direcionados para o zoológico de San Diego.
Panja e Kimba estavam em um pequeno habitat dentro de um recinto. Era estranho ver tantas pessoas olhando para ele. Aquelas pessoas pareciam admiradas com a sua presença e a de seu filho que por sinal se escondia na grama para que as pessoas não o enxergassem.
O tempo foi passando, e mais ou menos um ano e meio se passou desde que Panja e Kimba haviam chegue naquele zoológico. E depois de todo esse tempo, finalmente haviam conseguido a autorização para mandar os leões de volta para o seu território. A questão era que, Panja vivia em uma selva na Ásia, e a autorização para transportar o animal e seu filhote estava agendada para a África.
Novamente, Panja e Kimba estavam em um navio. A viagem durou mais ou menos uns dois meses, até finalmente o navio atracar no continente africano. Após saírem do navio, os leões foram transferidos em um caminhão para uma reserva localizada ao sul do continente africano. As portas da carroceria do caminhão se abriram, Panja e seu filho saíram e viram a densa vegetação. Kimba já tinha a metade do tamanho de seu pai, mas mesmo assim não saía de perto dele.
- Onde estamos, papai? -perguntou Kimba meio confuso ao ver aquele lugar.
- Eu não sei. Mas parece que aqui será a nossa nova casa. -disse Panja. - Vamos explorar por aí, e encontrar algum lugar que possamos passar a noite.
Ambos adentraram na savana africana. A cada passo que Panja e seu filho davam, ele percebia que um Calau estava sobrevoando suas cabeças desde que entraram nessas terras.
- O que será que há de errado com aquele pássaro? -disse Panja meio incomodado.
- Talvez esteja nos seguindo. -disse Kimba, enquanto bocejava despreocupadamente. - Ou talvez, tenha gostado de nós dois.
Após horas de caminhada, Panja viu uma enorme pedra, seu formato era bem bizarro ao seus olhos. para saciar a sua sede, eles se dirigiram ao olho d'água e começaram a beber um pouco de água para descansar.
Enquanto Kimba bebia água, Panja escutou um barulho vindo da grama alta. Ele se posicionou perto de seu filho e aguardou. Foi então que, um grande leão de juba avermelhada com leves fios acinzentados saltou da vegetação com um poderoso rugido e os encarando.
- Quem são vocês? - perguntou.
- Me chamo, Panja. Este é o meu filho, Kimba.
- O que querem nas terras do reino?
- Acabamos de sermos transferidos para suas terras. Você deve ser o rei, não é?
- Já fui o rei destas terras, mas estou aposentado. -disse o leão com um belo sorriso. - Você não me parece ser uma ameaça.
- Não estamos aqui para brigar. Apenas queremos descansar um pouco.
- De onde vocês vieram? Nunca tinha visto leões com jubas tão claras.
- Morávamos em uma selva, bem longe daqui.
- Selva? O que você era, nessa selva?
- Me chamavam de imperador da selva.
- Panja, não é mesmo?
- Sim.
- O meu nome é Simba. Eu sou o pai da atual rainha das terras do reino.
- É um prazer conhece-lo. -disse Panja com cortesia.
Aquele leão tinha um tom de voz dócil e ao mesmo tempo sério. Havia poder em suas palavras, sem falar no seu corpo forte. Era de fato um leão bem saudável, um pouco velho, mas bem saudável.
- Você não parece surpreso, com a nossa presença. -disse Panja, enquanto continuava a analisar, Simba.
- Ultimamente, muitos leões tem tentado invadir essas terras. Mas por sorte temos conseguido defender o nosso reino.
- Entendo sua preocupação com leões estrangeiros. Mas por que não me atacou?
- Meu pai me disse, que dois leões de bom coração chegariam em nossas terras. E pelo que vejo, você e seu filho são dois.
- O seu pai é um tipo de vidente?
- Meu pai é um dos reis do passado.
- Gostaria de conhecer este sábio leão.
- Ele se foi, a muito tempo. Mas ele vive em mim, e em toda as terras do reino.
- Consegue falar com o seu pai, morto?
- É uma longa história. Venha comigo, mostrarei a você e o seu filho as majestosas terras do reino.
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O Rei Leão: O Leão Branco Na Savana
FanfictionPanja e seu filhote Kimba são transportados para a África, e lá eles se deparam com as terras do reino, governadas pelo rei Kovu e a rainha Kiara. As terras do reino tem passado por momentos difíceis, leões de outros tem tentado invadir essas terras...