Cap. 2: Conhecendo as terras do reino

715 40 3
                                    

Panja estava admirado com tudo que Simba mostrava a ele. Era de fato um reino muito lindo e vasto. Ele só não entendia uma coisa, o motivo do velho leão ficar falando toda hora desse ciclo da vida. O que era o ciclo da vida?

- Diga-me, Simba. -disse Panja. - O que é, esse ciclo da vida?

- Vou lhe dizer uma coisa que meu pai me disse, quando eu ainda era um filhote. Venha comigo.

Simba levou Panja e Kimba para o topo da pedra do rei, no mesmo lugar onde Mufasa o levara a muito tempo.

- Veja, Panja. Tudo isso que o sol toca, são as terras do reino. O tempo de um reinado se levanta e se põe como o sol. Assim como um dia, o reinado de meu pai se foi, o meu reinado se levantou e mais uma vez o sol se pôs, e o reinado de Kovu e Kiara se levantou juntamente com o sol. -disse Simba com uma expressão feliz em seu rosto. - Tudo isso que você vê, faz parte de um delicado equilíbrio. Devemos entender esse equilíbrio e respeitar todos os animais. Desde a formiguinha, até o maior dos antílopes. Você deve estar pensando, " Mas nós não comemos antílopes?" . Sim, sim, deixe-me explicar melhor. Quando morremos, nosso corpo se torna grama e o antílope come ela e assim estamos todos ligados, no grande ciclo da vida.

- É admirável a maneira de como você se recorda do seu pai. -disse Panja olhando as vastas terras do reino.

- Apesar de ter sido criado por Timão e Pumba, ele ainda é o melhor pai que poderia ter sido. E um sábio rei.

- Quem são esses?

- Timão e Pumba? Um suricato e um javali.

- Você foi criado por um suricato e um javali? -perguntou Panja meio confuso.

- Sim. -sorriu Simba. - São meus melhores amigos, e são meus segundos pais.

- Me conte um pouco sobre você. Como chegou a ser criado, por esses dois?

- A muito tempo, eu estava em um desfiladeiro com o meu tio. Ele disse que eu deveria ficar ali, para treinar o meu rugido. Até que então, teve um debandada e o meu pai tentou me salvar, mas...

- Nem mesmo o rei, foi capaz de vencer a debandada, não é?

- Ele teria conseguido, se Scar não o tivesse jogado do topo do desfiladeiro.

- Quem era Scar?

- O meu tio.

- Seu tio matou o seu pai? -perguntou Panja em espanto.

- Havia uma maldade em Scar, que ele não podia controlar. Após matar meu pai, Scar assumiu o trono.

- E onde você estava?

- Eu fugi...

- Por que fugiu?

- Medo. O medo devora até a mais radiante das coragens.

- E o que aconteceu em seguida?

- Eu vivi no Hakuna matata! -sorriu simba com uma alegria nostálgica. - Isso quer dizer, sem problemas. Vivi muitos anos assim, até que a Nala me encontrou. Então eu encontrei o Rafiki, um macaco muito doido que me ajudou a falar com o meu pai. Foi quando voltei e desafiei Scar pelo trono. E venci.

- Você o matou?

- Não. Até onde sabemos, Scar foi devorado pelas hienas. Mas e você, Panja? Me fale sobre você!

- Eu não conheci meus pais, cresci na selva onde todos me chamavam de imperador.

- Imperador? Eu gostei desse nome.

- Meu dever era proteger todos os animais da selva. Proteger todos de caçadores.

- Caçadores? O que são essas coisas?

- Nunca viu um humano?

- Eu acho que não.

- Então, você é um leão de muita sorte. Um belo dia, conheci Eliza, ela era a leoa mais bela que já havia visto. Nos casamos e tivemos o nosso pequeno Kimba.

- Adorei o nome do seu filho, lembra muito o meu. O que aconteceu com a sua esposa?

- Eliza foi morta, por caçadores.

- Eu sinto muito... -disse Simba com uma tristeza em seu olhar.

- Está tudo bem. Nós estávamos em um navio, depois fomos transferidos para um lugar onde as pessoas iam para nos observar. Até que então, fomos transferidos para suas terras. E aqui estamos nós. Além de Kiara, teve outros filhos?

- Sim, eu tive.

- E onde estão eles?

- Kion se tornou o rei da árvore da vida e Kopa...

- O que houve com o Kopa?

- Ele morreu quando ainda era um filhote.

- Eu sinto muito por isso.

- Está tudo bem, isso já foi a muito tempo. Venha, Kovu e Kiara já devem estar em casa.

Simba, Panja e Kimba desceram e lá estavam Kiara e Kovu com seus filhotes, Tumaini e Baadaye. Os filhotes se alegravam ao ver o seu avô, eles adoravam se esconder na juba de Simba. Tumaini era a irmã caçula, ela era menor que seu irmão pouca coisa e tinha as cores de Kovu, já Baadaye tinhas as cores que lembravam muito Simba, porém sua pequena juba lembrava muito a de Ahadi.

- Papai! -disse Kiara com um tom de preocupação. - Onde o senhor estava? Procuramos por você o dia inteiro.

- Me desculpe, eu estava apresentando o reino para o nosso novo amigo.

- Perdão, por entrar no seu reino assim, majestade. -disse Panja com uma leve reverência.

- Está tudo bem. Se o meu pai confia em você, eu também confio. -disse Kiara docilmente.

- Seja bem- vindo as terras do reino. -disse Kovu.

- Obrigado, majestade.

- Podem ficar o tempo que desejarem. Os amigos de Simba, também são meus amigos.

- Obrigado, prometo que meu filho e eu não causaremos problemas.

Ao anoitecer, Panja e Kimba dormiram dentro da pedra do rei. Seus pensamentos estavam em Eliza. Mas ele sabia que agora, precisava cuidar para que Kimba se tornasse um leão sábio e justo. Enquanto todos repousavam, andarilhos espreitavam as terras do reino com cautela. Três leões machos, de pelos castanhos e jubas amareladas com manchas negras. A lua estava bem alta no céu, com as estrelas estampadas no azul escuro como uma bela pintura, que seria manchada com o sangue de inocentes.

O Rei Leão: O Leão Branco Na SavanaOnde histórias criam vida. Descubra agora