Capítulo II

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LIA

Acordei com algo tocando meu rosto.

Ao abrir os olhos, sinto meu corpo todo ficar em alerta, ao encarar os olhos negros como a noite. Meu olhar vai para seus cabelos loiros e depois seu sorriso louco.

— Eu achei que você não fosse acordar. — Seu sorriso se alargou, enquanto me encarava com atenção. — Todo mundo pensou, foi engraçado ver o desespero do Marco. Ele sempre foi super protetor com você. É difícil vê-lo perdendo a compostura — zomba, umedecendo os lábios lentamente.

— É melhor sair da minha cama Tyron — mando, sem mover um músculo.

— Essa não é mais a sua casa Lia — rebate, levando a mão até o meu rosto. Com um movimento rápido, encosto meu punhal em seu pescoço. Ele para a centímetros do meu rosto e começa a rir alto.

— Sai da porra da minha cama! — mando seriamente, tocando seu pescoço com a lâmina, o vi fraquejar e seu sorriso morrer com rapidez. Tyron saiu e levantei na mesma hora que ele, colocando uma grande distância entre nós. Encarei seu rosto, tão parecido com o do Alec que chegava assustar. Se eu não soubesse que ele é o seu irmão mais velho, diria que eram irmãos gêmeos.

— É bom ter você de volta, Lia. Estava morrendo de saudades dos nossos momentos. — Ele sorrir de forma intimidadora, relevando suas presas afiadas. — Pena que meu irmão não ache o mesmo — falou, sem desviar o olhar por um segundo. Aperto o punhal com força, desejando crava-la sem seu peito e vê-lo se desfazer em cinzas.

— Saia da minha casa, Tyron! — Ordenei, deixando-o sério e seu olhar sombrio.

— Essa casa não pertence mais a você — rebate friamente e com um movimento rápido, joguei meu punhal na sua direção. Esperei que ele se esquivasse, mas para minha surpresa, ele a segurou como se não fosse nada. — Você está fraca, Lia! — critica, deixando-me em alerta. Porém, antes que ele rebatesse, a porta se abriu, roubando minha atenção.

— Você acordou — Marco me enviou um sorriso. Rapidamente, me voltei para o Tyron, que felizmente, não estava mais lá. — O que foi? — questionou Marco, olhando ao redor.

— O Tyron esteve aqui — comentei, respirando fundo e me apoiando na cama.

— O Tyron não está na cidade — revelou Marco, deixando-me surpresa e confusa. — Ele saiu faz algumas semanas — concluiu.

— Mas ele estava aqui — declarei, com a testa franzida.

— Não foi um sonho? — Marco se aproxima, segurando meus ombros e levando-me até uma das poltronas no centro do quarto. Seu toque é frio e delicado. Sento-me na poltrona macia e encarei a lareira.

— Não — murmurei, passando os dedos entre os cabelos e sentindo o fogo aquecer minha pele. — Aquele maldito estava deitado na minha cama — resmunguei com raiva. Eu o odiava e achei que nunca o veria dentro da minha casa. Mas ele estava e o Alec permitiu que ele entrasse.

— Tudo bem — Marco acariciou meu ombro, esperando que eu me acalmasse. — Se ele tiver voltado, não perturbara você enquanto eu estiver aqui — assegura, se afastando lentamente. Observei ele ir até a mesa perto da porta fechada, Marco pegou duas taças e uma jarra. O liquido vermelho que a preenchia me deixou nervosa.

— Onde você estava? — questionei, esperando que ele tivesse ficado comigo, protegendo meu corpo. Notando minha irritação, seu olhar me analisou com cuidado.

— Falando com ele — diz, com calma. — Aqui, beba! — mandou, forçando-me a segurar a taça. Ele a encheu até a borda e analisei o líquido com a boca salivando. Meu olhar caiu nos seus, que continuava me olhando com seriedade. — Você precisa. — Marco me deu as costas e sentou na poltrona de couro a minha frente.

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