Capítulo III

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LIA

Vomitei novamente.

Expulsando todo o sangue que o Marco me forçou a beber. Sinto meu queixo sujo e o cheiro forte me deixar tonta. Encarei a bacia cheia de sangue e me afasto com o corpo trêmulo. Faz dois dias desde que acordei e ele não quer me ver. Até quando ficaremos nisso?

Deito-me no chão do banheiro, sentindo o mármore frio e meu coração bater lentamente, quase parando. Isso me incomoda, deixa-me ansiosa e com vontade de destruir tudo que entra no meu caminho. Eu só queria que ele me ouvisse, que deixasse o que aconteceu para trás, mas o conhecendo bem, ele nunca esqueceria o que eu fiz e eu nunca me esqueceria das marcas que ele deixou em minha pele.

Sinto-me fraca, mais fraca do que os últimos dias. Manter minha magia ativa esta consumindo minhas energias restantes, está me forçando a dormir com mais frequência e isso deixa o Marco desconfiado e cheio de perguntas.

Com dificuldade, me forço a levantar. Retirei minhas roupas e entrei embaixo do chuveiro. Fecho os olhos, sentindo a água gelado banhar minha pele e limpar meu rosto sujo. Depois de tirar todo aquele cheiro de mim, enxuguei-me com a toalha e coloquei uma roupa simples. Preferi ficar deitada no divã, perto da lareira acessa. A madeira queimava, aquecendo o quarto e iluminando o lugar.

Analisei a madeira sendo consumida e me permito relaxar pela primeira vez desde que cheguei. Sinto a magia fugindo de mim, sinto meu corpo se tornar mais pesado e minhas costas se ficarem doloridas.

— Vai ficar tudo bem — sussurro para mim mesmo, esperando confiar nas minhas próprias palavras.

Fechei os olhos, o calor banhando minha pele, me faz lembrar o sol e isso me acalma. Acomodei-me no divã pequeno, procurando uma posição confortável até finalmente encontra-la. Apoiei à cabeça em meu braço e sinto os cabelos molhando minha camisa. Sinto o cheiro da floresta lá fora, assim como seu cheiro do outro lado da mansão. Ouço seu coração bater com força e posso imagina-lo facilmente sentado atrás da enorme mesa de madeira. Pergunto-me como as coisas seriam se eu não tivesse feito àquela escolha.

Em meio a tanto pensamentos, acabei caindo de vez no mundo sombrio dos sonhos.

~*~

MARCO

Em nenhum momento, ela sentiu minha presença. O cheiro forte que vinha do banheiro me deixa em alerta e vê-la saindo do banho completamente molhada e fraca, fez meu coração se apertar. É por isso que ela está dessa maneira? Ela está se recusando a se alimentar de sangue humano? Quando percebo que ela caiu no sono, me aproximei com cuidado, analisando seu corpo imóvel e os machucados na sola dos pés pálidos.

Dei a volta no divã, olhando para seu rosto adormecido. Seus lábios carnudos estavam sem cor e suas maças do rosto estão mais profundas. Aquele cheiro estranho me invade com mais força, deixando-me desorientado e ansioso. Nunca senti algo assim, isso faz meu coração acelerar e minha mente ficar mais ativa. Meu olhar percorrer seu corpo, a camisa larga que ela usava e os analiso os machucados em suas coxas expostas. Às presas em seus pulsos estavam mais profundas e recentes, o que faz algo dentro de me estremecer. Ela está se alimentando do próprio sangue?

Aquele pensamento me deixou em alerta, ninguém faz isso, é estranho e nojento. Pisco rapidamente ao ver algo mover debaixo de sua camisa. Franzi a testa, estranhando aquele volume e o cheiro se intensificar. Lentamente, levo minha mão até sua camisa branca, segurando a bainha e a levantando sem movimentos bruços. Meu olhar corre para o rosto da Lia, ela ainda possuía um sono pesado. Minha atenção voltou para sua barriga e ao ver do o que aquele cheiro se tratava, meu corpo inteiro tremeu. Enguli em seco, soltando a camisa e vendo o enorme volume do seu ventre.

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