MARCO
Ao terminar de limpar a sala, sento-me na cama, ao lado do corpo adormecido de Lia. Passei a mão entre seus cabelos finos, enquanto encaro o quarto escuro. Karen está morta e Alec sabe disso, mas ele não veio para um confronto, o que era questionável. Acho que Lia está certa, ele pode estar aliviado com sua morte. Alec foi bastante precipitado, assim que eles se separaram, ele correu para outro. Isso não acontecia, não em tão pouco tempo. Parecia que ele estava desesperado para substituí-la, mostrar que ele não a pertencia mais, mas eu sabia que ele estava diferente.
O que Lia fez o destruiu e ele parecia incapaz de esconder seu coração ferido. Porém, não posso negar que já esperava por isso. Lia se sentia sufocada, presa, acorrentada na própria casa, ele a fazia se sentir assim. Então, quando Lia partiu no meio da noite sem dar explicações, eu sabia o que iria acontecer, mas não poderia fazer nada.
— Marco, o melhor amigo da bruxa imunda. — A voz na escuridão me deixou em alerta. Fitei os olhos brilhantes no pé da cama. — Sempre tão fiel e gentil para com um verme inútil. — Sinto a repulsa em sua declaração. — Mas admiro a coragem dela de destruir o que pertencia ao meu pequeno irmão. — Ele rir e não soltei os cabelos da Lia.
— Já chega dos seus joguinhos Tyron. Vá embora, você não tem permissão de entrar nessa casa — avisei, o que só o fez rir de novo. — Eu não estou brincando — declarei, seriamente.
— Você consegue sentir esse cheiro? — questionou, ignorando minhas palavras. — A Lia não tem esse cheiro, o que seria isso? — Ele deu a volta na cama. Puxei Lia para os meus braços, levando-a para longe dele. — Vamos lá, Marco. Diga-me o que está acontecendo com ela, prometo que não contarei ao meu irmão. — Sorriu, revelando suas presas pálidas.
— Não se aproxime — mandei, levantando da cama, apertando Lia contra o peito. — Ou eu o chamarei — ameacei, fazendo-o hesitar. Analisei seus cabelos loiros desgrenhados e sua língua passando entre os lábios cheios.
— Acredita mesmo que tenho medo do meu irmão? — zombou, deixando-me tenso. — Acha mesmo que ele pode me impedir? — questionou, subindo na cama. Dei um passo para trás. — Ele trouxe um inimigo para ser nossa senhora. Trouxe uma bruxa suja como amante e no forçou a ficar de joelhos, nos forçou a trata-la como igual.
— Ela também é uma de nós, você não pode ignorar isso — falei, me afastando quando o vi se aproximar.
— Ela nunca, jamais será reconhecida como uma de nós, não importa o quanto o meu irmão a idolatre — cuspiu com fúria. — E como membro do conselho, eu irei fazer o melhor para nossa espécie, irei eliminar essa aberração que vive em nossas terras. — Me assustei quando ele atacou, mas antes que eu me esquivasse, senti algo correu pelo meu corpo e algo zumbir dentro da minha cabeça. E paralisei quando Tyron foi jogado contra a parede bruscamente. Observei seu corpo ser absorvido pela madeira até ele desaparecer de vez.
Despertei do susto quando Lia se mexeu em meus braços, me fazendo coloca-la no chão com cuidado. Ela arrumou os cabelos e endireito a camisa larga que usava.
— Recriei o selo de proteção da casa, ele não vai mais poder entrar — disse ela em voz baixa. Analisei a magia do seu corpo desaparecer e sua barriga de grávida ser revelada.
— Esse tipo de magia requer muita energia Lia — comentei, sem esconder a preocupação.
— Eu vou ficar bem, prefiro chegar ao limite a deixa-lo solto por esse lugar — declarou parecendo sem fôlego. Lia segurou o ventre redonda e fez uma careta.
— Está tudo bem? — Segurei seus ombros, sentindo seu corpo tremer. — Lia? — Insisti, vendo sua testa franzida e mordiscando o lábio.
— Não foi nada — respondeu, respirando com força e voz rouca. — Só foi uma pontada — revelou, caminhando até a cama e se sentando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Proibida
Vampire[ CONTINUAÇÃO DO LIVRO INTOCADA] Passaram-se quase três anos desde a morte de Belledisse e a libertação de Lia. Muita coisa havia mudado nesse curto espaço de tempo para a bruxa. Lia não é mais a garota ingênua e cega. Ela conheceu o mundo e aprende...