Capítulo XVII

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MARCO

— Onde ela está? — questionou Alec, andando de um lado para o outro. A noite tinha caído e nada de ela voltar. Estava começando a ficar preocupado.

Minha atenção correu para o Liam, em pé perto da janela, encarando o lago em silencio. Ele chegou faz algumas horas. Veio saber por que não sentia o cheiro da Lia. Ele também parece preocupado, todos estamos.

Estava quase pedindo que Alec se acalmasse quando um som do lado de fora chamou nossa atenção. Alec saiu com rapidez. Liam me enviou um olhar, antes de segui-lo. Fiz o mesmo, sentindo meu coração batendo com força, porém, ao vê-la em pé perto da logo, aquela preocupação logo começou a desaparecer.

— Por que fez isso? — criticou Alec. Lia ainda não se virou e Liam segurou minha mão, me impedindo de me aproximar. Encarei seu rosto e o vi negar com a cabeça. Fiquei parado, ainda sentindo sua mão quente tocando a minha. — Lia? — perguntou Alec e me assustei quando a ouvi tossir com força.

Quando ela se virou, uma luz brilhante saiu das postas dos seus dedos, formando uma incrível ilusão.

— Elas estão no deserto do Atacama — revelou, enquanto a ilusão formava a imagem do deserto e uma grande estrutura no meio do dele. — É onde o novo covil está — declarou, olhando-nos seriamente.

— O que você deu a ele em troca? — perguntei, quebrando o silêncio entre nós.

— Isso não importa! — Lia rebateu. — Eu encontrei a minha filha, não podemos mais perder tempo — apontou, fazendo a ilusão desaparecer. — Liam... — começou, mas ele foi rápido em responde-la.

— Vamos com vocês.

— Obrigada — murmurou ela, sorrindo com carinho. — Alec — sua atenção foi para homem imóvel, que não parava de encara-lo. — Consegue fazer os outros a virem conosco? — perguntou.

— Temos um acordo com as bruxas, Lia — lembrou com a voz firme.

— Isso não importa mais — retrucou. — Eu fiz um acordo com o Deus Caído — sua declaração me deixou paralisado.

— O que você prometeu? — Alec franziu a testa.

— As bruxas perderam o rumo, não existe mais intocada entre elas, a magia negra as estão consumindo lentamente — disse, sem demonstrar qualquer emoção. — O Deus Caído quer a alma de todas. Quando invadimos o covil, nenhuma bruxa deve sobreviver.

~*~

ALEC

Ela está escondendo alguma coisa.

Encarei Lia, penteando os cabelos úmidos enquanto possuía um olhar distante e vazio. Marco saiu para se alimentar e Liam voltou para seu bando, para reunir todos.

— Alec. — Sua voz me assustou. Lia estava me encarando e me aproximei lentamente. — Antes de irmos, acho melhor conversamos — pediu e me sentei na cama ao seu lado. Seu cheiro familiar me invadia e foi difícil não me lembrar de todas as vezes que a abracei.

— Se estiver preocupada com... — Ela negou com a cabeça, me fazendo parar.

— Eu sei que ela está bem. — Forçou um sorriso. — O Deus Caído me permitiu vê-la, as bruxas ainda não sabem o que fazer com ela. Elas foram pegas desprevenidas... — Lia parou, engolindo em seco. — O que é bom para ela — declarou e concordei com um murmúrio.

— Vamos trazê-la de volta — comentei, me obrigando a manter a mão quieta, mesmo que ela estivesse coçando para toca-la.

— Eu sei — murmurou. — Mas para que isso der certo, eu preciso deixar meus sentimentos ruins por você de lado — revelou, me surpreendendo. — Precisamos ficar juntos agora, se quisemos ajuda-la, se a quisemos de volta.

ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora