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Jack Avery

Sigo rapidamente para a diretoria. O que o Sr. Clark iria querer comigo? Chegando já ao último corredor, olho para a secretária que me dá um sorriso falso.

— Pode entrar, Avery! Seu pai já está na sala. - ela diz e eu sigo para a porta. O que ele quer agora?

Chegando em frente à porta, respiro fundo, mas quando dou um passo a mais sinto um corpo se chocar com o meu.

— Foi mal...- murmuro, adentrando a sala e nem me importando em ver o rosto da pessoa.

Fecho a porta e me viro, encontrando os dois – meu pai e o diretor –, me encarando.

— Que bom que veio. - meu pai diz, um sorriso nos lábios.

— O que você quer? - pergunto, enquanto caminho em direção a cadeira, qual o diretor apontou para que eu sentasse.

— Seu pai está aqui para lhe dar uma boa notícia, Jack. - o diretor diz, alternando olhares entre meu pai e eu.

Boa notícia na conta de quem?

— Estou esperando!

Meu pai me encara com um olhar reprovador. Eu sei que ele está bravo por não mostrar os devidos bons modos em frente ao diretor da escola.

— Clark, poderia sair? Quero conversar a sós com ele. - o diretor assente e, em segundos, já saiu da sala. — Entrei em um acordo com sua mãe e meu advogado...

— Isso era a boa notícia?! - resmungo, mas acho que ele não escutou. — E daí?

— Aí, que... achamos prudente que eu morasse aqui. - ele diz, seus olhos encarando os meus.

— Ainda não vejo o que é a boa notícia ou... o que me interessa. - digo, revirando os olhos, e ele se levanta.

Vem em minha direção e se agacha ao meu lado, fazendo eu dirigir meu olhar a ele. Okay, não estou entendendo.

— Vimos, também, que seria melhor que...- ele faz uma pausa, antes de terminar a sentença. — Você morasse comigo.

— O quê? E a mamãe aceitou isso? Por quê? Já não passei as férias na sua casa? Aliás, por que quer morar aqui? É sério, não compreendo! - digo rapidamente, me levantando e indo para o outro lado da sala.

— Sua irmã não está no país e ela já é maior de idade. Sua mãe aceitou facilmente. E, sim, você passou as férias na minha casa, mas, filho, esse é seu último ano. Quero acompanhar de perto esse momento importante na sua vida. - ele diz, tornando a ficar de pé.

Sua mãe aceitou facilmente.

Isso quer dizer que ela nem se importou comigo?!

— Jack, eu quero passar mais tempo com você...- murmura, um brilho em seus olhos.

— A mamãe aceitou facilmente? - a pergunta escapou rapidamente da minha boca.

— Foi o que eu disse...- dessa vez, é ele quem revira os olhos. — aliás, mesmo que não aceitasse, o juiz disse que seria uma boa para nosso relacionamento. - diz simplesmente. — Sua mãe e eu queremos paz entre ambos e também o seu bem e da sua irmã.

Isso é muita informação... Meu pai aparece aqui do nada dizendo que vai se mudar p'ra Los Angeles e, além disso, que eu irei morar com ele.

— Mas, e se eu não quiser morar com você?

— Jack...- me chama, enquanto eu continuo olhando para fora da sala na janela. — Você tem que ter um modelo para que se comporte na faculdade. Você me verá como um colega de quarto ou coisa parecida, para que quando estiver cursando advocacia...

Me viro rapidamente, o encarando.

— A maldita faculdade de advocacia. É com isso que você se importa! - digo em um tom alto.

— Então, como ele reagiu? - o diretor Clark abre a porta, entrando na sala dirigindo olhares a nós dois.

Olho para meu pai e solto uma risada irônica, logo saindo da sala.

— Isso responde a sua pergunta?! - ouço meu pai dizer, antes de me seguir. — Jack! Jack! - me chama, mas tento não dar ouvidos.

Já ao lado de fora da escola, olho a tela de meu celular e percebo que já estava na hora da saída. Sinto meu rosto queimando. Não quero morar com ele! Paro numa parte afastada do prédio, no estacionamento, para respirar um pouco.

— Jack, a faculdade é uma coisa importante, filho. - ouço a voz dele atrás de mim e reviro os olhos.

— Você acha que eu quero isso?! Ah, claro, você nem se importa com o que eu quero! - digo em um tom elevado.

Percebo alguns alunos em volta de nós dois, mas continuo sem dar a mínima.

— Sou seu pai, Jack, isso é o que importa! - ele diz, entrando no carro. — Entre no carro!

Sabia que contrariá-lo em frente a esses idiotas só pioraria as coisas, então me aproximo do carro, e, antes de entrar, aponto o dedo do meio para esses imbecis. Esse pessoal parece não ter nada melhor p'ra fazer!

Lie | JacharyOnde histórias criam vida. Descubra agora