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Enquanto o encanamento da escola era consertado, os alunos estavam contentes, pois não teriam que ir à mesma.

Zachary passou o dia sozinho em casa, uma vez que sua mãe estava no trabalho, seu irmão no treino e Reese na casa de alguma colega. Seu pai havia ligado para casa e os dois puderam conversar um pouco, mas nada muito demorado, pois seu trabalho é meio rígido. O de bochechas rosadas gostou de, pelo menos, saber como o mais velho estava.

Jonah e Daniel, ambos ajudaram sua irmã e mãe, em suas respectivas casas, a fazerem trabalhos de escola e, a mais velha, a fazer o jantar, mas, quando tinham uma pausa, ficavam conversando pelo celular. Cada um tentando assumir ou, até mesmo, perceber o que sentiam; sem sucesso.

Corbyn, até então apaixonado por Christina, teve que fingir interesse no relacionamento que não deu certo da garota e, ao mesmo tempo que não queria continuar ouvindo sobre o quanto ela gostava do ex, ele queria ir para onde o garoto estivesse para lhe dar uma lição de como tratar uma garota tão incrível quanto a Marie. Pois ele não gosta de ver ela daquele jeito. Ele gosta da Chris que faz piadas com várias coisas, é sarcástica, entre outras tantas qualidades da garota. E vê-la feliz é o mais importante, mesmo que não seja ao lado dele.

Jack, que estava a vários dias sem ver suas irmãs, continuou sem vê-las, pois seu pai o levou a uma reunião, bem chata em sua opinião, que tratava sobre assuntos de interesse do mais velho, além de dizer a todos os seus amigos que o filho se tornaria o melhor advogado que a cidade já tivera - o que não deixou o garoto muito contente.

Zachary Herron

- Esse 'tá bom? - o loiro pergunta, enquanto provavelmente sai do banheiro com outra peça que trouxe de sua casa.

- Já é o quarto par de roupas que você nos mostra, Corbyn. - Daniel pontua e posso apostar que está revirando os olhos. - E nós já dissemos que você ficou bonito em todos os outros!

- Mas o Zach não disse nada! - ele resmunga.

Saio de trás do meu guarda-roupa, ainda vestindo a bermuda do meu pijama, pois também não sei o que vestir ainda, e olho para os dois, vendo que Daniel estava segurando algumas roupas, enquanto Corbyn fazia diferentes poses em frente ao grande espelho do lado da minha cama.

- O que houve? - me finjo de desentendido, olhando para o loiro.

- O que você achou? - pergunta torcendo os lábios e se virando para mim.

- Você é lindo, Corbyn, não é como se uma peça roupa mudasse isso e, provavelmente, a Chris também acha isso. - reviro os olhos, seguindo para o meu armário, novamente. - Daniel, vem cá, por favorzinho...

O moreno aparece onde estou e me encara com uma expressão de tédio.

- Pode me ajudar? - ele me olha sem entender, então aponto para meu guarda roupa.

- Será que eu sou o único que tem um horário marcado? - ele murmura pra si mesmo e eu reviro os olhos, pegando uma peça qualquer. - Não podemos nos atrasar.

×

O vento está até que calmo e agradável, para uma tarde na praia, o mar vai e vem lentamente, molhando de forma suave os meus pés.

Respiro fundo, enquanto recordações desse lugar vem junto com o ar fresco.

Meu pai, quando nos mudamos para Los Angeles, me trazia aqui todas as sextas. Ele sempre me dizia que isso fazia bem à nossa saúde mental e que era bom para nosso relacionamento pai e filho. No último dia que ele ficou aqui era uma sexta, coincidentemente, e ele me trouxe pela "última vez".

Sinto meus olhos lacrimejarem e observo de longe Jonah e Jack chegarem próximos a gente, logo as limpando.

- Olha o que temos aqui! - o moreno diz, apontando para o violão que estava nas mãos de Jack.

- Não sabia que vocês tocavam. - Chris diz surpresa. - Mas o Bean aqui canta que é uma beleza.

Todos nós dirigimos olhares ao loiro falso que fica com as bochechas mais rosadas que as minhas.

Sentamos como em uma rodinha.

- E, então, que música? - Daniel pergunta, parecendo animado e sentado ao lado de Jonah.

Os dois garotos que trouxeram o instrumento se entreolham e logo Jack começa a tocar uma melodia muito familiar... 'Stitches'.

Ficamos ali, só apreciando o som que as cordas do violão produziam, nas mãos de Jack, de Corbyn e, até mesmo, de Daniel. Às vezes cantávamos em coro, o que foi realmente muito legal, porém, sem Chris, pois ela disse que não se destaca no quesito de canto, mas tirando isso foi um fim de tarde bem agradável. Aqui, nós seis, não precisamos ser tímidos ou fingir qualquer coisa. Aqui, eu sinto, que podemos ser nós mesmos; juntos.

Lie | JacharyOnde histórias criam vida. Descubra agora