5 - parte 04

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Nico e Selina estão na nossa mesa de sempre, aproximo-me com Sabrina que os cumprimenta como se os conhecesse. E então me dou conta de onde ela conhece Tulio, o casamento do Eros e da Ayla. Os cumprimento e sou obrigado a aturar o olhar questionador de Nico sobre mim. Ele desvia os olhos de mim para Sabrina e um sorriso idiota surge em seu rosto, imediatamente nego com a cabeça, o que só faz aumentar seu sorriso. Tulio chega pouco depois, parece sequer nos ver aqui, indo direto até Sabrina. Ele beija sua mão e senta-se ao lado dela, forçando-me a me apertar no banco pequeno.

— Tulio, por que você não senta em outro lugar? Puxa uma cadeira — peço.

— Ah, não, obrigado. Aqui está ótimo.

Os dois iniciam uma conversa sobre receitas de bolos e descubro assim que ela realmente ama cozinhar, e que é formada em gastronomia. Jamais teria adivinhado isso. Selina começa a conversar comigo, mas mal presto atenção ao que diz, porque estou concentrado no que Sabrina fala animadamente com Tulio. E fico me perguntando por que ela está se abrindo tanto com ele. Descobri mais coisas sobre ela nessa última hora, do que nos três meses em que temos convivido todos os dias.

— Vocês já saíram juntos? — pergunto de repente interrompendo Tulio. — Digo, depois do casamento.

— Uma vez — ele confirma. — Mas essa garota sabe ser difícil. Tirá-la de casa é quase um milagre.

Eles voltam a conversar como se o resto de nós não estivesse nessa mesma mesa, e apenas quando ouço o nome de Eros é que consigo prestar atenção ao que Nico está falando.

— Pensei que você fosse ficar calado, com toda sua culpa a noite toda nesse canto, Tim, mas parece que a amiga da Ayla conseguiu distrai-lo da ausência do seu irmão.

Seu tom zombeteiro não passa despercebido e noto que o filho de uma mãe está segurando o riso.

— Nada me distrai da ausência dele, infelizmente. Menos ainda o que está sugerindo, Nico.

— Ele vai acordar logo — Selina diz confiante.

— Tenho certeza disso — concordo, soando realmente mais esperançoso do que me sinto na verdade. — Então vocês estão se pegando desde o casamento? — pergunto para Tulio e a conversinha deles cessa.

— Não estamos nos pegando — Sabrina responde calmamente. — Não sou um objeto para ser pega. É horrível falar de uma mulher como se ela fosse o relógio que você pega na gaveta todas as manhãs.

— Estão em um relacionamento então? — insisto.

— Amizade se qualifica como um relacionamento, então sim.

— Você entendeu o que estou perguntando, Sabrina, responda.

— Já respondi. Há uma mulher loira na mesa da frente que não para de olhar para você.

Observo a bela mulher dando risinhos enquanto me observa e volto o olhar para a ruiva ao meu lado.

— O que quer que eu faça?

— Eu? Nada! Seja você! O que faria normalmente? Vá e faça melhor.

— Conversar com ela, conhecê-la melhor, certo?

Ela assente e deixo a mesa para conversar com a mulher. Mas como eu posso conhecê-la melhor em uma conversa de bar? Que tipo de coisa poderia perguntar a ela? Dou meia volta e pego Sabrina pela mão.

— Dança comigo?

Ela parece entender a confusão em meu rosto, pois pede licença a Tulio e me acompanha. Alguns casais dançam ao nosso redor, mas isso não me impede de perguntar a ela:

DEGUSTAÇÃO - Quem disse que é amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora