5 - parte 03

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DISPONÍVEL ATÉ 23/01.

Quando chegamos ao quarto de Eros, Ayla se aproxima e chama por ele, como sempre, mas ele não tem qualquer reação. Ela coloca suas coisas sobre a poltrona ao lado da cama e tento mais uma vez fazê-la mudar de ideia:

— Por que você não vai pra casa esta noite? Apenas esta noite. Descanse, tome um banho demorado e durma um pouco.

— Não precisa, eu tenho dormido bem — garante e parece pensativa logo depois. — Eles acham que eu fiz isso, não é? Acham que me casei com ele e dei um jeito de apagá-lo — comenta olhando para a mão de Eros na sua.

— Ninguém acha isso, apenas a Louisa, é coisa dela. Você conhece a Louisa e sua maldade, não tem que se preocupar.

— Eu terei que ir à empresa mais vezes?

É nítido que não quer fazer isso, e sinto-me culpado por não poder ajudá-la mais.

— Acho que sim, sinto muito, Ayla. Os clientes adoraram a planta que você fez, mas você sabe, isso é apenas o primeiro passo, você precisa terminar este projeto. Foi como eu havia dito a você, você e Eros são bem parecidos. Você captou o que ele havia prometido a eles muito bem.

— Que bom!

Ela se levanta e não olha em meus olhos ao passar por mim.

— Vou fazer um café, trago para você?

— Por favor.

Assim que a porta se fecha atrás dela, me certifico que nenhuma enfermeira está passando pelo corredor e sento-me na cama, ao lado do meu irmão. Chamo seu nome baixo uma vez, mais alto na segunda e o sacudo na terceira.

— Acorda! Abra esses olhos! Eros, espero ao menos que esteja ouvindo tudo o que acontece à sua volta e esteja ciente do que ela está passando por você, enquanto você foge! Abra esses olhos e a enfrente! Me enfrente! Chega de fugir!

— Não é culpa dele — a voz de Ayla diz atrás de mim. — Esqueci meu celular e a Atena vai me ligar daqui a pouco. Ela liga todos os dias no mesmo horário.

Ela pega o aparelho na bolsa e me sinto envergonhado em olhar em seus olhos após a pequena bronca que dei em Eros.

— Também não é culpa sua, Tim. Você parece cansado demais, devia sair um pouco. Você devia chamar o Nico e o Tulio, estiveram aqui ontem e parecem tão mal quanto você. Vá a algum lugar onde costumavam ir, bebam um pouco, conversem, vai fazer bem a vocês.

— Não podemos sair e beber como se tudo estivesse bem.

— Tudo está bem. Ele está vivo! A gravidade do acidente que teve, ele poderia... Ele vai acordar em breve, não há motivos para parar sua vida enquanto isso não acontece. Não precisamos de dois Reymond apenas sobrevivendo, não é?

Seguro sua mão e sorrio para tranquilizá-la.

— Ayla, meu irmão tem tanta sorte por tê-la!

— Me prometa que vai sair! Atena está muito preocupada com você, não precisamos dar a ela mais preocupações, certo?

— Certo, sua pequena chantagista. Prometo que vou fazer isso.

Ela sorri e deixa o quarto, mas volta segundos depois e me adverte:

— Se for brigar com ele, por favor tome cuidado. Ele está com o acesso na mão e é doloroso para colocar de novo caso saia. Não o sacuda, tudo bem?

Sorrio, sentindo-me um menino travesso.

— Tudo bem, Ayla, não irei mais sacudi-lo.

Ela se afasta e me pego rezando baixinho para que tudo isso acabe logo.

DEGUSTAÇÃO - Quem disse que é amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora